Cristina Cruz
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Presidente da FAPERJ, Caroline Alves, esteve em São Francisco de Itabapoana, onde se reuniu com produtores de farinha de mandioca (Foto: Patrick Viegas) |
No último fim de semana, a presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ), Caroline Alves, esteve no campus do Instituto Federal Fluminense (IFF) em Cambuci, na zona rural, para conhecer de perto as ações de pesquisa e inovação que fortalecem cadeias produtivas tradicionais no Norte e Noroeste Fluminense.
Durante a visita, Caroline percorreu a estrutura do IFF, conheceu o laboratório de análise de farinha, a área experimental de produção de mandioca, o laboratório de agroindústria e o novo espaço dedicado à produção de ração animal, atualmente em construção.
A região de São Francisco de Itabapoana é maior polo produtor de farinha de mandioca do estado. Cerca de cinco mil famílias vivem da atividade, com produção concentrada em 16 fábricas, cada uma com sua marca, que transformam a mandioca em um dos produtos mais simbólicos da economia local. Caroline acompanhou todo o ciclo da produção – do plantio à agroindustrialização – e reforçou o apoio da Fundação para dar mais segurança e competitividade aos produtores. “A farinha de mandioca é mais do que um produto, é uma marca viva da nossa agricultura familiar. Apoiar essa cadeia é garantir emprego, renda e manter viva uma tradição que atravessa gerações”, destacou a presidente.
A visita também foi uma oportunidade para ouvir produtores de abacaxi, outro segmento em que o Norte Fluminense se destaca como maior produtor sustentável do Brasil. A meta agora é avançar no processo de registro de Indicação Geográfica (IG), o que deve agregar ainda mais valor ao fruto e abrir novos mercados.
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Acompanhada de produtores e do professor do IFF Ricardo Tadeu (à esq.), Caroline Alves visitou balança destinada à pesagem de farinha de mandioca (Foto: Patrick Viegas) |
Outro produto emblemático apresentado durante a agenda foi o Arroz Anã de Porto Marinho, variedade gourmet e aromática, cultivada há mais de 50 anos em pequenas propriedades nos distritos de Porto Marinho, Porto dos Santos e Porto da Cruz, entre Itaocara e Cantagalo.
Conhecido pelo alto teor de maciez, maior quantidade de amido e sabor único, o arroz passa por até 25 etapas manuais de limpeza antes de ser ensacado e pode ficar duas horas exposto ao sol durante o processo de secagem – um cuidado artesanal que garante sua qualidade diferenciada e alto valor agregado. Em Porto Marinho, cada safra chega a produzir até 30 toneladas por ano, mantendo viva uma tradição que conecta famílias ao território e fortalece a economia local.
As ações fazem parte do Programa Apoio à Promoção de Indicações Geográficas no Estado do Rio de Janeiro, lançado pela FAPERJ, que destinou mais de R$ 3,9 milhões para apoiar projetos voltados a produtos regionais, como a farinha, o arroz e o abacaxi. O objetivo é garantir o reconhecimento oficial junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), proteger a origem, valorizar o saber local e abrir novas oportunidades econômicas – inclusive com turismo de experiência, como o enoturismo já previsto para a IG dos Vinhos de Inverno da Região Serrana.
“Essas visitas nos aproximam ainda mais da realidade dos produtores. Nosso compromisso é seguir investindo para que cada produto com identidade fluminense tenha força no mercado e gere novas oportunidades de trabalho, pesquisa e desenvolvimento para todo o estado”, concluiu Caroline.