Paula Guatimosim
 |
| Flávio Antônio de Sá Ribeiro, Caroline Alves, Jorge Motta, Ronaldo Damião, Danúbia Sá Caputo, Alessandra Mulder e Ariane Pires (Fotos: Flavia Machado) |
Foi aberto oficialmente na manhã desta terça-feira, 20 de maio, o III Congresso da PPC/Uerj, que teve início dia 19, com as apresentações das ligas acadêmicas, e termina hoje (22 de maio), data em que a Policlínica Universitária Piquet Carneiro (PPC) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) completa 58 anos. “Políticas, Práticas e Pesquisa em Saúde” é o tema desta edição, que contou com palestras sobre diagnósticos específicos, como doenças metabólicas, neurológicas, infecciosas e cardiorrespiratórias, além do cuidado com grupos vulneráveis, como transgêneros, autistas e pacientes oncológicos. A presidente da FAPERJ, Caroline Alves, proferiu palestra sobre a importância da Inteligência Artificial para o desenvolvimento da Ciência, Tecnologia e Inovação na área da Saúde.
Representando a reitora Gulnar Azevedo, o urologista e pró-reitor de Saúde da Uerj, Ronaldo Damião, destacou que a crescente vinculação da Policlínica Piquet Carneiro com a Uerj fortaleceu, deu maior cunho social e a possibilidade do desenvolvimento de pesquisa à Policlínica. Damião, que integra o Conselho Superior da FAPERJ, elogiou a atuação da Fundação e os diversos editais direcionados a suas entidades vinculadas, inclusive a PPC e o Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe). O pró-reitor chamou atenção para o lançamento do Programa Pesquisa para o SUS (PPSUS), uma iniciativa do Ministério da Saúde em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e com as Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs), entre elas FAPERJ, anunciado nesta quinta (22 de maio).
“São avanços e conquistas extremamente importantes decorrentes da parceria com a FAPERJ e com a Secretaria Estadual de Saúde”, afirmou. Damião reforçou a relevância dos temas do III Congresso da PPC/Uerj, em especial as políticas públicas, principalmente as voltadas para os idosos. Em sua opinião, com a queda nos índices de natalidade e o aumento da longevidade da população, em breve o Brasil será um país de idosos, daí a importância da discussão do envelhecimento estar cada vez mais em pauta.
Na sequência, o diretor médico da Policlínica Piquet Carneiro, o médico gastroenterologista Jorge Motta, falou da importância do trabalho desenvolvido pela instituição para promover a interação entre paciente, aluno e população. Presidente desta edição do Congresso, Motta lembrou que a PPC está crescendo muito, mas faltam espaço e recursos para a expansão necessária. “O Congresso é muito importante para mostrarmos o que estamos realizando”, afirmou Motta, ressaltando que a Policlínica, sempre focada no atendimento, agora está se voltando também para a pesquisa.
Diretora do Departamento de Ensino e Pesquisa da PPC, Danúbia da Cunha de Sá Caputo destacou a importância do trabalho coletivo das equipes, não só na realização do Congresso, mas também na criação e desenvolvimento do Departamento de Ensino e Pesquisa da PPC. Orientadora e coorientadora de alunos de iniciação científica, mestrado e doutorado, em 2023 Danúbia foi contemplada no Programa de Apoio à Jovem Cientista Mulher com vínculo em ICTs do Estado do Rio de Janeiro. Certa da consolidação do Congresso, Danubia já anunciou a data do evento em 2026: 19 a 21 de maio.
O diretor geral da Policlínica Universitária Piquet Carneiro, Flávio Antônio de Sá Ribeiro, agradeceu a “espetacular atenção” que a FAPERJ vem dando à instituição. “Somos objeto de desejo de quem tem uma doença grave no Rio de Janeiro, como, por exemplo, os pacientes renais e diabéticos não tratados”, disse o cirurgião. Sá Ribeiro chamou a atenção para o crescimento quantitativo e qualitativo da PPC nos últimos anos. De acordo com ele, a aquisição recente de um novo equipamento permitirá à Policlínica realizar cirurgia de retirada de vesícula por vídeolaparoscopia, com a possibilidade de alta do paciente no mesmo dia. A meta, segundo ele, é a realização de 40 cirurgias por mês. Ribeiro acredita que o aumento da expectativa de vida da população não vem sendo acompanhada pela qualidade de vida. “Nossa missão é aumentar a capacidade de atendimento com qualidade, prestando cada vez mais serviços à população”, enfatizou o cirurgião.
 |
| Caroline Alves: a presidente da FAPERJ ressaltou importância da avaliação dos impactos dos investimentos realizados pela Fundação e deu exemplos concretos de pesquisa aplicada |
Em sua palestra magna, a presidente da FAPERJ, Caroline Alves, destacou a importância e os desafios da Inteligência Artificial para o desenvolvimento da Ciência, Tecnologia e Inovação (C,T&I), em especial na área da Saúde, mas ressaltou que um olhar acolhedor e humanizado deve nortear as unidades de saúde, como pôde constatar na PPC. Caroline falou sobre a atuação da FAPERJ – que completa 45 anos em junho - como agente estruturante entre a C,T&I e a sociedade e o papel da Fundação na implementação e valorização da C,T&I no estado do Rio de Janeiro. A presidente da FAPERJ também ressaltou importância da prática de avaliação de impactos dos investimentos realizados pela Fundação e deu exemplos concretos de pesquisa aplicada entre os 78 projetos diretos e indiretos na área da IA, com investimentos de R$ 30 milhões em auxílios e bolsas. Ela citou especificamente o Programa de Apoio a Redes Temáticas de Inteligência Artificial, além do HUB RJ Startups 2025, com edital aberto para inscrições até 30 de maio; e o Programa Doutor Empreendedor, que fomenta a parceria entre universidade e empresa, além de outros apoios indiretos. Caroline deu exemplos de apoios bem-sucedidos, como a empresa que desenvolveu programa de resposta a desastres naturais em comunidades vulneráveis com a ajuda da IA, para a qual a FAPERJ liberou R$ 600 mil e hoje a empresa fatura R$ 15 milhões ao ano. A presidente da FAPERJ também chamou atenção para os desafios futuros que garantam a ética no uso da IA.
