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Publicado em: 31/03/2022 | Atualizado em: 04/04/2022

Pesquisa desenvolvida no Unifeso apoia o desenvolvimento da avicultura de postura fluminense

Débora Motta

O estado do Rio de Janeiro possui grande potencial como mercado consumidor de ovos (Fotos: Divulgação)

O recente aumento no preço da carne bovina torna o consumo de ovos uma alternativa mais econômica para a alimentação de muitas famílias brasileiras. Para ajudar a fomentar a avicultura de postura no estado do Rio de Janeiro, que já abriga o segundo maior mercado consumidor de ovos no País, um projeto desenvolvido no Centro Universitário Serra dos Órgãos (Unifeso), em Teresópolis, na Região Serrana, oferece suporte técnico para produtores rurais fluminenses se adequarem às exigências sanitárias, além de testar o desenvolvimento de um produto inovador: ovos caipiras líquidos – uma mistura pronta de clara e gema, que pode ser um ingrediente para impulsionar a culinária em nível industrial.

Contemplada pela FAPERJ por meio do Programa de Inserção de Pesquisadores em Empresas, a médica veterinária Nayara Martins de Andrade, que cursou seu mestrado na Universidade Federal Fluminense (UFF) sob co-orientação da professora Flávia Aline Andrade Calixto, destaca a necessidade de preencher uma lacuna na formação de empreendedores rurais, diante das exigências da legislação e fiscalização sanitária para a produção de alimentos. “Um dos objetivos do projeto é fornecer assistência aos produtores rurais para que eles consigam certificação de acordo com os requisitos do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SISBI), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Para isso, é preciso adequar os Programas de Autocontrole (PAC) para a gestão de diversos itens, como a qualidade da água, do produto, a limpeza do local, as condições das embalagens e equipamentos, além da higiene e saúde dos funcionários, entre outros”, contou Nayara, que teve como orientador do projeto de mestrado o professor Elmiro Rosendo do Nascimento.

Para levar adiante o projeto, ela conta com a parceria da empresa Natural do Sítio, localizada em Nova Friburgo, também na Região Serrana fluminense. “Fomentar a cultura da certificação é importante, até para abrir as portas desses produtores para a comercialização do produto em todo o território nacional. Observamos que a grande maioria dos ovos caipiras provenientes de pequenas produções no estado não possui esse selo de inspeção”, justificou.

Flavia Calixto (esq.) e Nayara Andrade: parceria entre a academia e produtores rurais

O desenvolvimento de ovos líquidos, outro objetivo do projeto, seria uma inovação no mercado fluminense. “O uso de ovos em forma líquida é interessante para a produção de alimentos, como bolos, para não precisar separar a clara da gema, em larga escala. Atletas que consomem apenas a clara também podem se beneficiar desse produto inovador”, explicou Nayara.

Para viabilizar essa ideia, será necessário fazer análises de conformidade dos ovos, para assegurar a qualidade do produto. “Vamos avaliar a casca e as características dos ovos nos laboratórios do Unifeso”, detalhou. “Os ovos precisariam ainda passar por um processo de pausterização. Essa parte do trabalho contará com apoio da equipe da Pós-Graduação em Ciência de Alimentos do Instituto Federal do Rio de Janeiro (PCTA/IFRJ). Além disso, o produtor com quem fechamos parceria falou da necessidade de apoio técnico-científico em sanidade avícola para sua granja. Levamos a demanda para o professor Elmiro Rosendo, da UFF, que prontamente se dispôs a apoiar o projeto.”

Nayara ressalta a importância do edital Inserção de Pesquisadores em Empresas, lançado pela Fundação, para difundir o conhecimento acadêmico no mercado, com a inserção dos alunos do mestrado nos meios empresarial e industrial. “Às vezes, temos dificuldade de sair da área acadêmica para o mercado, já que o mestrado exige dedicação exclusiva, e ficamos ali, dentro da academia, sem experiência prática. Esse edital ajuda a promover a inovação no mercado, levando o conhecimento acadêmico para as empresas”, concluiu.

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