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Publicado em: 28/07/2023 | Atualizado em: 28/07/2023

Vídeo de animação destaca o poder da própolis na cicatrização de tecidos

Paula Guatimosim

A própolis verde, produzida a partir da resina do alecrim do campo, planta nativa do Cerrado brasileiro, é um dos três tipos produzidos pelas abelhas (Foto: Emater-MG)

Uma revisão sistemática publicada na revista científica Brazilian Journal of Health and Biomedical Sciences (BJHBS), do Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) avaliou a propriedade anti-inflamatória da própolis no processo de reparação tecidual. A partir de nove estudos publicados desde 2016, o artigo, de autoria de Paulo Henrique dos Santos Belo Junior, inspirou um vídeo, disponível no YouTube, cuja conclusão indica que a própolis possui atividade anti-inflamatória, assim como a estimulação do colágeno, rápida promoção do processo cicatricial e baixos efeitos colaterais.

Didática, a animação inicia destacando o importante papel das abelhas pelos seus serviços ambientais como polinizadoras, mas logo destaca o poder da própolis na cicatrização de feridas. Substância produzida pelas abelhas a partir de resinas coletadas das flores, combinadas com cera e saliva das abelhas, a própolis é usada para vedar frestas e proteger a colmeia. Sua composição complexa inclui resina, cera, óleos essenciais, pólen e outras substâncias, resultando numa combinação de cerca de 300 componentes químicos como flavonoides, ácidos fenólicos, terpenos e ácidos cafeicos.

O vídeo esclarece que quando o tecido humano sofre um dano é iniciado um processo que inclui três fases: inflamação, proliferação e remodelamento. Os experimentos in vivo para avaliação do tempo de cicatrização de diferentes regiões afetadas foram realizados em 189 camundongos, seis cães e 61 humanos. Também foram feitos estudos in vitro com fibroblastos, a fim de analisar o período de incubação.

O estudo conclui que a própolis acelera o processo anti-inflamatório e a cicatrização, além de estimular a produção de colágeno e reduzir a dor e a deterioração da lesão. Assim, pode ser usada em terapias complementares. Ressalta que apesar de ainda serem necessários mais estudos, especialmente em humanos, é possível afirmar que a própolis tem potencial para ser uma grande aliada da saúde.

Paulo H. S. Belo Junior: para o pesquisador, a própolis pode ser usada em terapias alternativas e nas próteses dentárias 

Segundo o autor do artigo que inspirou o vídeo, Paulo H. S. Belo Junior, o maior entrave ao uso da própolis em larga escala é o fato de o produto possuir grande variabilidade, dificultando sua reprodutibilidade. De acordo com a região, as abelhas coletam pólen de diferentes floradas, fazendo com que a própolis possua diferentes características e composições químicas que influenciam em suas diversas propriedades. A região onde é produzida gera até cores diferentes, sendo a marrom, ou própolis tradicional, que não se origina de flor ou planta específica; a verde, produzida a partir da resina do alecrim do campo, planta nativa do Cerrado brasileiro; e a vermelha, produzida a partir da planta conhecida como rabo-de-bugio, proveniente do Nordeste. Formado em Odontologia, Paulo vem conduzindo suas pesquisas junto ao seu orientador Cesar Perez, na Faculdade de Odontologia em parceria com o Departamento de Química da Uerj. Por se tratar de um assunto multidisciplinar, seu maior interesse é continuar buscando novas alternativas de terapias integrativas e ampliar seus estudos sobre o uso da própolis nas próteses dentárias, a fim de evitar doenças, lesões nas gengivas e mucosas da boca, entre outros problemas decorrentes.

A Brazilian Journal of Health and Biomedical Sciences obteve o reconhecimento da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) no nível Qualis B, conjunto de procedimentos utilizados pela Capes para a avaliação de periódicos. A revista científica é editada pelo pesquisador Eloísio Alexsandro da Silva Ruellas, que conta com apoio da FAPERJ por meio dos programas de apoio à Publicação de Periódicos Científicos; de Apoio à Editoração e Apoio à Infraestrutura e Pesquisa nas Universidades Estaduais do Rio de Janeiro. Publica artigos sobre diversos temas todos relacionados à saúde e às ciências biomédicas, desde que não estejam em análise simultânea para publicação em outro periódico.

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