Marcos Patricio
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| De acordo com a pesquisa, o elemento químico Európio (Eu) que emite luminescência vermelha poderia ser utilizado em munições de pistolas. Já o Térbio (Tb), que produz luz verde, poderia identificar disparos de fuzis (Fotos: Jorge Mansur) |
Pesquisadores do Grupo de Química de Coordenação e Espectroscopia de Lantanídeos (GQCEL), do Instituto de Química da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), vêm utilizando compostos químicos da família dos Lantanídeos para desenvolver marcadores para identificação de disparos de armas de fogo. O trabalho realizado no GQCEL é o tema do vídeo divulgado nesta quinta-feira, 22 de junho, no canal oficial da FAPERJ no YouTube.
De acordo com o coordenador do projeto, Lippy Faria Marques, professor-adjunto do Instituto de Química da Uerj, a proposta é que os compostos sejam adicionados às munições, durante o processo de fabricação, e possam servir como marcadores luminescentes dos resíduos de pólvora, tornando-se visíveis quando expostos à luz negra.
Os compostos, originalmente, se apresentam sob a forma de pó na cor branca. Mas, é possível utilizar outros Lantanídeos e produzir marcadores de cores diferentes, o que permitirá identificar munições de variados tipos de armamento. O elemento químico Európio (Eu), que emite luminescência vermelha, poderia ser utilizado em munições de pistolas. O Térbio (Tb), que produz luz verde, poderia identificar disparos de fuzis. O Túlio (Tm), que emite luz azul, e o Disprósio (Dy), que produz luz amarela, poderiam identificar outros tipos de arma. Essa variedade pode trazer uma importante contribuição para a investigação e a elucidação de crimes.
“O que o nosso projeto traz de inovador é a inserção de compostos luminescentes dentro das munições e com isso, após o disparo, são formadas partículas luminescentes, ou seja, resíduos de tiros luminescentes, que em luz normal são invisíveis. Mas, com o auxílio de uma lâmpada de luz negra, o perito pode estimar com bastante facilidade a luminescência desses resíduos”, explicou Marques.
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| Lippy Faria Marques: para o pesquisador, o que o projeto traz de inovador é a inserção de compostos luminescentes dentro das munições |
Os vestígios de pólvora das munições podem ser encontrados nas cenas de crime, nas armas, nas mãos, nas roupas dos atiradores e em outras superfícies próximas ao local dos disparos. Com a identificação dos fragmentos é possível estabelecer alguns parâmetros avaliados durante as investigações, como a distância do disparo, a altura do atirador e o tipo de arma utilizado.
"Quando um tiro é deflagrado, formam-se os chamados resíduos de tiros, que são, nada mais nada menos, do que partículas muito pequenas com variadas composições químicas. Atualmente, ainda há uma dificuldade muito grande por parte dos peritos em se estimar a distância do tiro e a altura do atirador, entre outros parâmetros forenses”, explicou o pesquisador.
Para contar o trabalho desenvolvido no GQCEL, a equipe do Núcleo de Difusão Científica e Tecnológica (NDCT) da FAPERJ entrevistou o coordenador do projeto, Lippy Marques; o professor Marcos Colaço, do Instituto de Física da Uerj; os doutorandos em Química Júlia Pereira e Emmanuel Gomes, e a mestranda Naiane Guilherme, colaboradores da pesquisa. Marques é apoiado pelos programas Apoio a Projetos de Inovação da Segurança Pública – Ciências Forenses e Jovem Cientista do Nosso Estado.
Para conhecer mais detalhes sobre o projeto, acesse o canal da FAPERJ no YouTube. Lançado em fevereiro de 2022, o canal já reúne 63 vídeos sobre projetos de diferentes áreas do conhecimento e conta com mais de 1.400 inscritos. As videorreportagens abordam o trabalho de startups a laboratórios de ponta, trazendo entrevistas com cientistas renomados e empreendedores que obtiveram sucesso em seus projetos. Para conferir os vídeos produzidos pelo Núcleo de Difusão Científica e Tecnológica da FAPERJ, acesse:
