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Publicado em: 26/01/2023 | Atualizado em: 30/01/2023

Núcleo de Pesquisa em Turismo da Unigranrio traça novos caminhos para a atividade turística

Paula Guatimosim

No segundo encontro organizado pelo NPTU, foi produzido o mapa da empatia, no qual foram relacionadas as regiões com os maiores apelos turísticos da cidade do Rio de Janeiro (Fotos: Paola Lohmann)

O IV Encontro de Inovação e Empreendedorismo em Turismo, organizado pelo Núcleo de Pesquisa em Turismo da Unigranrio (NPTU) no final de outubro de 2022, buscou promover a aproximação dos diferentes atores da sociedade, incluindo a academia, o setor privado, o setor público e a sociedade civil, de forma a priorizar a pauta de inovação e empreendedorismo para os destinos turísticos do estado do Rio de Janeiro. Liderado pela coordenadora do NPTU e também professora do Programa de Pós-Graduação em Administração da Unigranrio, Deborah Zouain, o evento, realizado em formato online e gratuito, obteve recursos de edital da FAPERJ, por meio do programa de Apoio à Organização de Eventos. A próxima edição do encontro será em 2023, mas a data ainda não está definida.

O encontro contou com a participação do assessor da Diretoria de Tecnologia da FAPERJ Rodrigo Carvalho, que enfatizou a necessidade de se fortalecer o ambiente para inovação com um olhar especial para a economia criativa, no qual o turismo se insere fortemente. Para Paola Lohmann, pesquisadora do NPTU, é preciso trabalhar o turismo de forma integrada e responsável, unindo diferentes conhecimentos e saberes. Segundo ela, é crescente o olhar para a ciência aplicada, onde o conhecimento gerado dentro da academia cria soluções para problemas locais com foco no território. E, neste sentido, os destinos devem trabalhar cada vez mais o turismo como um instrumento de promoção de saúde e bem-estar, tanto para residentes como para turistas. 

Desde o seu doutorado que Paola Lohmann vem se dedicando ao estudo da quádrupla hélice que une academia, empresários, setor público e sociedade civil, com o objetivo de investigar até que ponto esses componentes são acionados como instrumento de inovação do turismo. Seu estudo teve como foco a cidade do Rio de Janeiro, no período pós-olímpico. E foi justamente a sua investigação, com apoio e coorientação da professora Deborah Zouain, que deu origem à consolidação do encontro acadêmico. “Este evento foi pensado no intuito de aproximar a academia da sociedade, trazendo os resultados obtidos na universidade para a comunidade, empresários e o setor público”, afirma a pesquisadora.

A professora Deborah Zouain conta que a primeira edição do evento foi realizada em 2018 e reuniu pouco mais de 30 pessoas dentro do ambiente universitário na Unigranrio, com um público formado majoritariamente por acadêmicos. Já a segunda edição, em 2019, contou com a participação de 200 pessoas de diferentes áreas de atuação. Nesta ocasião, acadêmicos, empresários, agentes públicos e representantes da sociedade civil participaram de uma oficina de Design Thinking em formato presencial, onde foi possível gerar o “mapa da empatia”, no qual foram relacionadas as regiões com os maiores apelos turísticos da cidade do Rio de Janeiro. 

Paola Lohmann: para ela, Doha é multicultural e única

O terceiro encontro, em 2021, foi realizado no formato online devido à pandemia de Covid-19. Segundo Paola, muitos ajustes foram necessários, dado a migração para o ambiente digital e, mais uma vez, o apoio da FAPERJ foi essencial para a estruturação do encontro. Deborah Zouain ressalta que a edição online propiciou uma audiência ainda maior, englobando participantes de outros estados do Brasil e também de Portugal. Além disso, pelo fato de o conteúdo ter sido disponibilizado online em sua íntegra no período pós-evento, houve mais de três mil acessos de todo o Brasil. Desta forma, observou-se maior disseminação do conhecimento com a estruturação do evento online.

O IV Encontro de Inovação e Empreendedorismo em Turismo foi realizado integralmente em ambiente digital, o que permitiu a participação de participantes e palestrantes brasileiros e estrangeiros, não só de Portugal, como no caso da edição anterior, mas também da China, Estados Unidos e Qatar. Foi neste encontro que surgiu, inclusive, uma aproximação com a Hamad Bin Kahalifa University (HBKU), do Qatar, representada pelo pesquisador Brenno Menezes, que favoreceu a realização de uma pesquisa durante a Copa do Mundo de 2022 de forma integrada com o Núcleo de Pesquisa em Turismo da Unigranrio. Esta iniciativa foi oportuna já que o NPTU esteve envolvido com pesquisas relacionadas aos dois megaeventos esportivos sediados no Brasil: a Copa do Mundo em 2014 e os Jogos Olímpicos em 2016.

“Esta troca de conhecimento entre grupos de pesquisas de diferentes países nos permite um olhar mais global e se torna muito importante para a internacionalização da pesquisa”, afirma a Deborah Zouain. Foi pensando nisso que ela apoiou a ida da pesquisadora Paola Lohmann para o Qatar. Segundo ela, existe um conhecimento que precisa ser compartilhado, e estas diferentes perspectivas e experiências podem somar muito para o avanço do conhecimento científico e tecnológico, assim como para a formação de grupos de pesquisas internacionais.

Paola esteve na Copa do Mundo do Qatar em busca de novos conhecimentos e voltou bastante impressionada. “A minha percepção foi muito positiva, em especial em relação à segurança, à infraestrutura da cidade e dos estádios e, também, em relação à experiência no destino”, afirma a pesquisadora. O uso de tecnologia no evento como um todo foi também algo que chamou muita sua atenção e que deve merecer estudos para futuras edições do evento. Segundo ela, desde o Hayya Card – um tipo de visto temporário exigido para o acesso ao Qatar durante a Copa do Mundo –, até os demais aplicativos, sistemas de segurança, transporte público e as opções de entretenimento, foram muito bem trabalhadas. “Doha é multicultural e única”, elogia Paola. 

Doutora em Turismo na Universidade de Aveiro, Portugal e mestre em Gestão Empresarial pela Fundação Getulio Vargas (FGV), Paola reforça que a pesquisa deve estar cada vez mais associada à ciência aplicada, com busca de soluções locais para problemas muitas vezes globais. As reflexões e discussões geradas pelo  IV Encontro de Inovação e Empreendedorismo em Turismo reforçam a importância de diferentes temáticas para o desenvolvimento do setor, aproximando os diferentes atores, instigando  novos olhares, novas soluções por meio de ações conjuntas. A professora Deborah Zouain destaca a necessidade do fomento à inovação por meio do investimento em pesquisa e desenvolvimento, assim como em projetos de ciência aplicada, unindo diferentes saberes e práticas no território, para que seja desenvolvida uma atividade turística de forma responsável, sendo o turismo um instrumento de saúde e bem-estar.

Na quarta edição do evento, uma das questões discutidas esteve ligada à pandemia de Covid-19. Foi constatado que a aproximação da saúde ao turismo é um tópico que precisa ser priorizado tanto pelo setor público como privado. “Observamos que durante a crise sanitária as limitações de mobilidade, econômicas e a necessidade de maior cuidado com a saúde levaram as pessoas a conhecer mais seu território, sua cidade e arredores”, conta Kaarina Virkki, também pesquisadora do núcleo e palestrante do evento. Ela ressalta que os hábitos dos consumidores mudaram, o que exige cada vez mais estudos no contexto das viagens e turismo.

A cidade de Niterói tem estimulado o turismo náutico, um projeto entre a UFF e a prefeitura, para diversificar a oferta de produtos e serviços

Ao longo do evento também foram apresentados casos aplicados, como o Turismo Náutico em Niterói, desenvolvido pela Universidade Federal Fluminense (UFF), sob coordenação da professora Veronica Mayer em parceria com a prefeitura da cidade. “Este projeto foi resultado de uma ação integrada entre o setor público e a academia, a fim de diversificar a oferta de produtos e serviços turísticos relacionados à economia náutica”, explica Deborah Zouain. “Precisamos de mais iniciativas como essa em diferentes áreas do turismo”, complementa.

O Núcleo de Pesquisa em Turismo da Unigranrio foi fundado em 2015, no campus Lapa. Desde então, sob a coordenação da professora Deborah Zouain, foi crescendo e atualmente conta com cinco pesquisadores colaboradores. Além da produção científica, o grupo participa de congressos no Brasil e no exterior, além de idealizar e realizar eventos relacionados às temáticas de estudo. O trabalho do grupo tem enfoque em pesquisas sobre megaeventos esportivos e nas temáticas de inovação e empreendedorismo (tendências no turismo pós-Covid-19), formação e mercado de trabalho da área de turismo e sustentabilidade na hotelaria. Como forma de estimular ainda mais a produção acadêmica e o diálogo no Turismo, o NPTU também gerencia a Revista Acadêmica Observatório de Inovação em Turismo (RAOIT), Qualis B2. Acesse o link www.nptu.com.br para ter acesso ao conteúdo da revista e aos trabalhos realizados pelo núcleo.

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