O seu browser não suporta Javascript!
Você está em: Página Inicial > Comunicação > Arquivo de Notícias > Embrapa e UFRJ criam técnica para produzir vacina de gripe aviária
Publicado em: 20/04/2006
ATENÇÃO: Você está acessando o site antigo da FAPERJ, as informações contidas aqui podem estar desatualizadas. Acesse o novo site em www.faperj.br

Embrapa e UFRJ criam técnica para produzir vacina de gripe aviária

Marina Ramalho

 

Enquanto o vírus da gripe aviária atinge Europa, África e Ásia, cientistas do Centro de Tecnologia Agroindustrial de Alimentos da Embrapa (Empresa Brasileira de Agropecuária) e do Instituto de Bioquímica Médica da UFRJ se anteciparam à chegada da doença ao país e estão pesquisando um método inovador para produzir vacinas contra influenza aviário. Trata-se do uso da alta pressão hidrostática (APH), tecnologia versátil que também se aplica ao processamento de alimentos cárneos. Até o fim do ano, o grupo apoiado pelo edital Rio Inovação I da FAPERJ espera concluir um protótipo industrial pioneiro na América Latina, para produção de vacinas e processamento de alimentos embutidos, como presunto.

 

A tecnologia APH para produção de vacinas consiste basicamente em aplicar-se níveis de pressão extremamente elevados às suspensões de vírus. A alta pressão é capaz de inativar o agente infeccioso, de modo que ele não cause a doença, mas estimule o organismo afetado a produzir anticorpos contra a enfermidade. O princípio da APH, no entanto, é mais limpo do que a metodologia convencional de produção de vacinas, pois não requer a manipulação de agentes químicos, conforme assegura Amauri Rosenthal, da Embrapa, e Jerson Lima Silva, da UFRJ, coordenadores do projeto.

 

“Pelo novo método, a suspensão de vírus é inserida dentro de uma câmara de compressão. A pressão é gerada via motor hidráulico ou pneumático (pela compressão do ar) e transmitida através de um fluido, geralmente a água”, descreve Rosenthal. “A pressão exercida sobre o vírus modifica a estrutura das proteínas da partícula viral e o resultado é a inativação de sua ação patogênica”, complementa Lima Silva.

 

Para o processamento de alimentos cárneos, o processo é análogo. A pressão do equipamento age sobre os microrganismos deteriorantes ou patogênicos presentes no alimento, destruindo ou inativando parcialmente sua ação degradante. “O processo de conservação é capaz de no mínimo dobrar o tempo de prateleira do embutido, com reduzido teor de preservantes químicos em relação ao produto convencional”, ressalta Rosenthal.

 

De acordo com Lima Silva, o grupo já obteve resultados positivos ao avaliar a redução da capacidade infectiva ou completa inativação de certos vírus de influenza humanos após a utilização do método APH. Os testes com vírus de gripe aviária serão realizados em breve.

 

A aplicação da APH no processamento de embutidos também foi bem-sucedida nos testes preliminares. Rosenthal e seu grupo estão fazendo estudos mais sistemáticos para melhor analisar o prolongamento da vida de prateleira do produto e o aumento de sua qualidade. Com auxílio de uma empresa do Rio de Janeiro, o grupo espera concluir um protótipo industrial do equipamento até o final do ano. Atualmente existem aparelhos similares nos EUA, Japão e Europa, mas no Brasil o protótipo será pioneiro.

 

 

 

Pesquisa soma esforços com outras instituições brasileiras para prevenção da doença

 

O Brasil é um dos grandes produtores e exportadores de frango de corte e importante produtor de ovos. A cada ano observa-se maior modernização da indústria avícola e um aumento dos mercados interno e externo. Rosenthal ressalta que a manutenção da qualidade sanitária dos animais e a garantia de um plantel saudável são a base do fornecimento regular de matéria-prima sadia para essa indústria.

 

Atualmente o Brasil está livre da gripe do frango mas, para os pesquisadores, o risco de entrada desse vírus no país não deve ser subestimado. O projeto da Embrapa e da UFRJ apresenta uma ferramenta de controle da crise que se abateria no país, no caso da entrada da doença, e une esforços com outras instituições nessa batalha.

 

“O Instituto de Bioquímica Médica da UFRJ já realizava estudos sobre a alteração da função de proteínas expostas à alta pressão. Eles também já pesquisavam a aplicação da APH à criação de vacinas para doenças humanas, enquanto a Embrapa vinha estudando a tecnologia aplicada ao processamento de alimentos. Conjuntamente, nós aplicamos esses princípios para a produção da vacina de gripe aviária e para conservação de embutidos”, explica Rosenthal.

 

Ao final do trabalho, testes da vacina em animais em maior escala deverão ser realizados na Embrapa Suínos e Aves, localizada em Concórdia, Santa Catarina. “Outras instituições deverão colaborar no desenvolvimento do projeto. O importante é unir esforços para que os estudos de diferentes institutos de pesquisa brasileiros se complementem”, ressalta Rosenthal.
Compartilhar: Compartilhar no FaceBook Tweetar Email
  FAPERJ - Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro
Av. Erasmo Braga 118 - 6º andar - Centro - Rio de Janeiro - RJ - Cep: 20.020-000 - Tel: (21) 2333-2000 - Fax: (21) 2332-6611

Página Inicial | Mapa do site | Central de Atendimento | Créditos | Dúvidas frequentes