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Publicado em: 12/07/2007
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Uso de animais em pesquisas é tema de minicurso na 59ª SBPC

Vinicius Zepeda

Vinicius Zepeda

       
   Ruy Garcia Marques e o professor da UFRJ,
       Paulo Mello, no estande da Fundação


Um minicurso sobre A importância do uso de animais em Pesquisa coordenado pelos professores Paulo de Assis Melo e Marcelo Morales, ambos da UFRJ, de 10 e 13 de julho, esteve entre as atividades oferecidas durante a semana da SBPC. O primeiro dia do curso teve uma apresentação do anestesiologista e professor do Departamento de Farmacologia Básica e Aplicada da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) Paulo Assis de Mello. O diretor presidente da FAPERJ, Ruy Garcia Marques, acompanhou a palestra e participou do debate após a apresentação.

Além dele, a professora Regina P. Markus (USP), presidente da Sociedade Brasileira de Farmacologia e Terapêutica Experimental (SBTE), foi quem coordenou o debate após a palestra para estudantes de universidades do Norte do país. Paulo Mello iniciou a sua apresentação chamando a atenção para os princípios éticos, o uso de anestésicos e analgésicos em cirurgias com animais e, principalmente, da necessidade de o pesquisador ter gosto e zelo para tratar de animais.

Depois, Paulo Mello fez uma cronologia histórica da grande importância da utilização de animais em pesquisa. "No final do século XIX a humanidade começou a reconhecer a importância do uso de animais, graças ao médico francês Louis Pasteur, que desenvolveu um tratamento contra a doença da raiva a partir de suas pesquisas com vacas, coelhos e, principalmente, cães", explicou.

"Nos anos vinte do século XX, as pesquisas com cachorros serviram também para a descoberta da insulina, o que se tornou essencial para o tratamento dos milhares de portadores de diabetes espalhados pelo mundo", prosseguiu Mello. "Já na década de 40, tivemos talvez a maior descoberta do século, os antibióticos. Medicamentos como a penicilina e a tetramicina foram desenvolvidos graças a pesquisas em ratos, coelhos e camundongos", exemplificou. Paulo Mello citou ainda o uso de cavalos em pesquisas para a criação da vacina tríplice que hoje previne doenças como tétano, sarampo e difteria – responsáveis pela morte de milhares de crianças no passado.

O médico e professor da UFRJ destacou também o uso de diversos outros animais, como gatos, macacos, coelhos, diversos tipos de roedores, vacas, porcos e inúmeras outras espécies, para pesquisas. Listou ainda vários benefícios que a utilização de animais possibilitou, como a criação dos tranqüilizantes; o desenvolvimento da cirurgia cardíaca e do marca-passo; e a quimioterapia, na década de 50. "Nos anos 80, o desenvolvimento das cirurgias de transplante de órgãos foram realizadas a partir de pesquisas com cães, ovelhas, vacas e porcos. Já na década de 90, camundongos e primatas auxiliaram nos estudos para diagnóstico do câncer", acrescentou o médico.

Por último, Mello lembrou da utilização de animais em diversas outras técnicas mais contemporâneas, como culturas de células, terapias genéticas e, mais recentemente, o uso de células tronco. "As células tronco têm que ser estudadas, e provavelmente são tão importantes para a evolução da medicina quanto foram os animais no século XIX", enfatizou.

Profissionais e cientistas destacam a questão ética

Após a palestra os debates foram iniciados. O presidente da FAPERJ, Ruy Garcia Marques, falou sobre a dificuldade crescente que se tem encontrado para a utilização de animais em pesquisa e, enfatizou: "a nossa grande resposta tem que vir, sobretudo, da ética". Marques chamou a atenção para a necessidade de se utilizar um número reduzido de animais, de se refinar o método da pesquisa para que eles não sofram e, na medida do possível, de se identificarem modelos alternativos que possam evitar o seu uso. Sobre esse último aspecto, ressaltou que, embora alguns modelos in vitro e outros com utilização da informática se prestem em alguns casos como modelos alternativos, em muitas das pesquisas biomédicas ainda não se pode prescindir do uso de animais.

A professora Regina Markus também ratificou a importância da observância da ética nesse tipo de pesquisa. "Esse é o principal desafio que temos, a conscientização da sociedade acerca da importância do uso racional dos animais em pesquisa", afirmou.

"Na sociedade brasileira e mundial é comum existirem movimentos contra o uso de animais em estudos científicos. Entretanto, não sei se existe um movimento para que as pessoas sejam conscientizadas da importância do uso de animais no desenvolvimento da ciência mundial", questionou a estudante Elane Magno, 21 anos, do sexto período de Biomedicina da UFPA (Universidade Federal do Pará). A dúvida da futura biomédica foi uma das muitas questões levantadas pelos alunos no primeiro dia do minicurso.

Encerrados os debates do primeiro dia, Ruy Marques convidou o professor Paulo Mello para visitar o estande da Fundação e o presenteou com um kit de material explicativo sobre as diversas modalidades de fomento oferecidas pela FAPERJ. Na manhã da quinta-feira, 12 de julho, o curso ainda contou com uma palestra do médico Marcelo Morales, professor do Instituto de Biofísica da UFRJ e presidente da Sociedade Brasileira de Biofísica, que também foi recebido por Marques no estande da FAPERJ.

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