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Publicado em: 11/05/2017
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Palestra do Encontros FAPERJ discute o panorama da inovação no Brasil

Débora Motta

Primeira edição do Encontros FAPERJ em 2017 discutiu
a importância dos investimentos em inovação para 
o
desenvolvimento nacional  
(Fotos: Lécio Augusto Ramos)

O cenário brasileiro da inovação tecnológica esteve em pauta no Encontros FAPERJ, evento promovido pelo Núcleo de Estudos em Políticas Públicas para Inovação (Neppi/FAPERJ), que foi realizado na manhã desta quarta-feira, 10 de maio, na sala de reuniões da Fundação. O gerente responsável pela Pesquisa de Inovação (Pintec), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Alessandro Pinheiro, falou sobre “O recente panorama da inovação: refletindo sobre indicadores, políticas e estratégias empresariais, à luz da Pintec”. Em sua sexta edição, a Pintec é realizada pelo IBGE, desde o ano 2000, com o apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).

Trata-se da principal pesquisa sobre as atividades de inovação das empresas brasileiras, abordando temáticas diversas e um amplo recorte analítico. “O objetivo da Pintec é levantar informações e indicadores setoriais nacionais, e, no caso da indústria, também regionais, sobre os processos de inovação das empresas. São dados essenciais para o conhecimento das atividades de inovação dos setores industriais, de energia (eletricidade e gás) e dos ‘serviços selecionados’, que incluem telecomunicações, informática, pesquisa e desenvolvimento, edição e gravação e edição de música, e arquitetura, engenharia, testes e análises técnicas”, resumiu Pinheiro.

A pesquisa considerou o período que vai de 2012 a 2014, quando a taxa de inovação total desses setores no País – das 132.529 empresas brasileiras com dez ou mais trabalhadores que fizeram algum tipo de inovação em produtos ou processos – foi de 36%. Desse universo, a taxa de inovação em processos foi de 32,1%, enquanto a taxa de inovação em produtos foi de 18,5%. “Esses dados reproduzem o cenário da crise que se iniciou em 2008 e se estendeu nesse período também. A conjuntura econômica é um fator determinante em relação à inovação. Na Pintec do triênio anterior, que considerou o período de 2009 a 2011, essas taxas foram próximas, respectivamente, de 35,7 %, 31,7% e 18,1%. Se assumirmos a premissa de que a conjuntura é determinante, é possível que tenhamos resultados piores na próxima Pintec, que levará em conta os anos de 2015 a 2017. A taxa de investimento em inovação nas empresas industriais vem caindo, apesar do avanço nos instrumentos de apoio governamental”, destacou.

Dados da Pintec informam ainda que, no ano de 2014, as empresas investiram R$ 81,5 bilhões em atividades inovativas, representando 2,54% da receita líquida total de vendas. Na indústria, essa relação foi de 2,12% – o menor patamar histórico já registrado pela pesquisa. Do total de gastos feitos pelas empresas inovadoras, R$ 24,7 bilhões foram para atividades internas de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), atingindo 0,77% da receita líquida do ano. Entre os gargalos para investir em inovação, o elevado custo ocupou o primeiro lugar como obstáculo à inovação na indústria (86%), o que já aparecia nas pesquisas anteriores. Depois, foram apontados os riscos (82,1%) e a escassez de fontes de financiamento (68,8%). A falta de pessoal qualificado, destacada nas edições anteriores, nesta, ficou em quarto, com 66,1%. 

Pinheiro, do IBGE, destacou a necessidade de o Brasil se preparar para as mudanças que virão com a chamada 'indústria 4.0', cada vez mais robotizada e automatizada


Para Pinheiro, é preciso discutir esses dados em torno de uma escala internacional, comparando o investimento brasileiro em inovação em relação ao realizado pelos países desenvolvidos. “Houve uma melhoria do apoio governamental à inovação nesse período mais recente, mas isso não se traduz em um boom de inovação no País como se esperava. Estamos em situação de apreensão porque a indústria 4.0 está chegando. No Brasil, pouquíssimas empresas estão se preparando para as novas exigências do futuro, apesar de termos alguns exemplos pontuais de empresas que são destaque no cenário internacional, como a Embraer e algumas outras”, ressaltou.

Com o avanço da indústria 4.0, o processo industrial está sendo transformado de forma irreversível. A indústria será cada vez mais robotizada e automatizada. A chamada “Internet das coisas” e os serviços em nuvem, como big data, permitirão o controle remoto dos equipamentos e processos em toda a cadeia de valor. “Pode haver um movimento de realocação da inovação para os países desenvolvidos, pois já que vai ocorrer um processo de robotização, o custo da força de trabalho mais baixo, dos países em desenvolvimento, deixará aos poucos de ser um diferencial e eles podem redirecionar os investimentos de volta, para os países desenvolvidos. Precisamos nos capacitar”, alertou.

O curador do evento, José Manoel Carvalho de Mello, professor do Programa de Pós-graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal Fluminense (UFF), destacou que esse debate marca o retorno do ciclo de palestras Encontros FAPERJ em 2017, quando completa três anos de atividades. “Estamos na 16ª edição do Encontros FAPERJ. A proposta é juntar com frequência um grupo de estudiosos da inovação, gestores ou empreendedores em torno de um tema, para o qual convidamos um palestrante”, disse Mello. Prestigiaram o encontro pesquisadores, analistas e gestores do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), do Instituto Nacional de Tecnologia (INT), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e da UFF.

O Neppi/FAPERJ é coordenado por Thiago Renault, diretor da Agência de Inovação (Agir), da Universidade Federal Fluminense (UFF), com a participação de Sergio Yates, empreendedor e pesquisador – ambos são assessores da Presidência da Fundação. O próximo encontro terá como palestrante a engenheira química Angela Uller, que vai falar sobre “O papel da Embrapii no fomento à inovação: oportunidades e desafios”. Ela é coordenadora da Embrapii/Coppe – unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial –, em tecnologia submarina, e presidente da Rede de Tecnologia do Rio (Redetec).

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