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Publicado em: 23/03/2016
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Alerj promove audiência pública sobre a Rede Zika

Por Ascom Faperj

A partir da esq., Rehen, Silva Neto, Tanuri e Lima Silva
durante a audiência pública na Alerj (Foto: Caio Meira)

A pesquisa em Zika financiada pela FAPERJ foi tema de audiência pública realizada na manhã desta quarta-feira (23/3), em sessão da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). A audiência contou com a participação do diretor Científico da FAPERJ, Jerson Lima Silva, e de cerca de uma dezena de cientistas que integram as seis redes de pesquisa formadas após o lançamento e julgamento do Programa Pesquisa em Zika, Chikungunya e Dengue no Estado do Rio de Janeiro – 2015. Os parlamentares integrantes da comissão – presidida pelo deputado Comte Bittencourt –, bem como os cientistas presentes à sessão, foram unânimes em alertar para a necessidade de continuidade do fomento às pesquisas em ciência, tecnologia e inovação no estado do Rio de Janeiro. “A ameaça de corte no orçamento da FAPERJ pode comprometer um investimento de anos em pesquisas importantes em diversas áreas do conhecimento, que podem, justamente, ajudar o estado a superar as notórias dificuldades econômicas por que passa neste momento”, alertou Lima Silva. Na semana passada, a Alerj já havia promovido audiência pública, na mesma comissão, para discutir a proposta encaminhada recentemente pelo governo do estado à Alerj, propondo a redução do orçamento da FAPERJ em 50% até o fim de 2018.

Para o diretor Científico da Fundação, a eventual diminuição do percentual da receita tributária líquida que vem sendo destinada pelo estado à FAPERJ desde 2007, de 2%, pode não só significar a interrupção de pesquisas importantes, mas também o êxodo de cientistas fluminenses. “O estado do Rio responde por cerca de 36% das pesquisas realizadas no País sobre a dengue e o seu principal vetor, o Aedes aegypti, que é o mesmo da Zika”, disse Lima Silva. “Mesmo com a injeção imediata de recursos prevista no edital, de cerca de R$ 12 milhões, as pesquisas correm risco de perder fôlego rapidamente caso a FAPERJ não tenha condições de manter sua capacidade de fazer novos investimentos e financiar os estudos de seus bolsistas de pós-graduação, que desempenham um papel fundamental no apoio aos cientistas em seus laboratórios. Isso sem falar no risco de termos uma ‘fuga de cérebros’, em direção a outros estados e ao exterior”.

Lima Silva, que também é o coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) de Biologia Estrutural e Bioimagem, lembrou que os recursos alocados no edital permitem o custeio das pesquisas, mas os laboratórios têm equipamentos muito caros, que necessitam de manutenção. “Até 2014, a Fundação manteve um bom nível de investimentos na pesquisa fluminense, chegando a lançar quase 50 editais por ano. Agora, se houver uma interrupção nos investimentos e essa estrutura não for mantida e alimentada com recursos, podemos retroceder e sermos obrigados, no futuro, a esperar mais 10 ou 20 anos para retomar o mesmo nível de investimento”, afirmou.

Nesta quarta-feira, em Brasília, o governo federal anunciou investimentos de R$ 1,2 bilhão no combate ao mosquito Aedes aegypti para os próximos quatro anos. Desse total, R$ 550 milhões sairão da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O restante, R$ 649 milhões, virão dos ministérios da Saúde, Educação, e Ciência, Tecnologia e Inovação.

Coordenador-geral das redes, Amilcar Tanuri, do Instituto de Biologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), fez uma abrangente apresentação sobre a situação do avanço do vírus da Zika no País, durante a qual abordou seus aspectos epidemiológicos, clínicos e sociais, mostrando ainda os avanços recentes e os desafios a serem superados. “O vírus da Zika está, neste momento, bastante presente em áreas densamente populosas do País”, disse. “Embora a mídia já tenha veiculado muitas informações sobre o assunto, tudo indica que ainda há muito a ser investigado, e a pior atitude seria dizer que não iremos combater o mosquito porque em algum momento teremos a vacina”, disse.

Convidado a participar da audiência pública, Pedro Lagerblad de Oliveira, que é coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) de Entomologia Molecular, foi um dos mais enfáticos sobre as possíveis consequências em caso de diminuição dos recursos para a pesquisa fluminense. “A resposta rápida que os pesquisadores deram só foi possível porque, em anos recentes, o financiamento permitiu que as instituições mantivessem um bom nível de atividade e renovassem sua infraestrutura. Porém, com a escassez que agora ameaça todo o sistema de C&T no estado, esses avanços podem ficar comprometidos. É como se estivéssemos a bordo de um carro de Fórmula 1, que pode estar largando com o tanque já na reserva. O vírus da Zika, do seu lado, está largando com o tanque cheio”, comparou.  

Para o coordenador de uma das seis redes de pesquisa criadas pelo edital, Mário Alberto Cardoso da Silva Neto, do Instituto de Bioquímica Médica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a ciência precisa dar uma resposta, rapidamente, à epidemia de Zika e dengue, mas para isso é preciso manter, pelo menos, o nível de investimento alcançado ao longo dos últimos anos. “Se não gerarmos respostas imediatamente, vamos acabar ficando reféns dos produtos desenvolvidos por outros países, que, ao final, custarão muito mais do que os investimentos desse passado recente e que precisam ser mantidos”, defendeu.

Também participaram da audiência os deputados Ana Paula Rechuan, Paulo Ramos e Tio Carlos. Entre os cientistas, estiverem presentes e contribuíram com depoimentos, além dos já citados, a vice-presidente de Ensino, Informação e Comunicação da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nísia Trindade Lima, o vice-diretor do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), Valber Frutuoso; Steven Rehen, do Centro de Ciências da Saúde da UFRJ e do Instituto Idor; Fernanda Tovar Moll, diretora Científica do Idor e professora da UFRJ; Andrea Thompson da Poian, do Instituto de Bioquímica Médica da UFRJ; Milton Osório Moraes, da Fiocruz; Cristina Barroso Hofer, da Faculdade de Medicina da UFRJ; e Ana Luiza Valadão, bolsista de pós-doutorado Nota 10 da FAPERJ.

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