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Publicado em: 19/07/2012
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Neurociências: uma contribuição para a educação

 Divulgação

          

     Aprender como funciona o cérebro de crianças e
    jovens ajuda no processo de ensino-aprendizagem

Vilma Homero


Conhecimento em neurociências pode ajudar no ensino convencional? Para o neurobiologista Alfred Sholl Franco, do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Jovem Cientista do Nosso Estado, da FAPERJ, a resposta é "sim". Para mostrar na prática sobre o que está falando, ele e sua equipe montaram cursos de formação continuada em neuroeducação para profissionais do ensino básico (infantil, fundamental e médio), de toda e qualquer disciplina. Prestes a realizar o terceiro curso, com o quarto já agendado para janeiro, eles constatam que o interesse despertado nos mais de 70 alunos que já passaram pelos dois primeiros foi grande. Tanto que estão pensando em transformar o curso, que atualmente tem duração de uma semana, em uma especialização.

Pelo que a equipe já pôde observar, a atual formação acadêmica dos professores resulta tradicionalmente em bons profissionais ou pesquisadores, mas não os prepara para lidar com as dificuldades encontradas em sala de aula ou mesmo para aproveitar todo o potencial de seus alunos. "Em sala de aula é preciso entender um pouco mais como funciona a mente dos alunos, quer estes sejam crianças, jovens ou adultos, de forma a melhor aproveitar seu potencial e melhorar o aprendizado", pondera Sholl. Segundo ele, tanto o aluno que está entrando na faculdade quanto o dos últimos anos do ensino médio – que se encontram em faixas etárias próximas – ainda estão em fase de amadurecimento, tanto no que diz respeito a aspectos morais quanto sociais. "Isso é especialmente verdade nos dias de hoje, em que, por questões culturais e sociais, os jovens vivem uma adolescência prolongada."

Para dar um maior suporte a esses docentes, o projeto mantém quatro Núcleos de Divulgação Científica e Ensino de Neurociências (CeC-NuDCEN), que atuam na formação continuada em neurociências para profissionais do ensino básico – um na UFRJ, outro na Universidade Federal Fluminense (UFF), e outros dois em escolas da rede pública, o Colégio Estadual Maria Justiniano Fernandes e o Ciep 178 João Saldanha – no projeto que conta com recursos do edital de Apoio à Melhoria do Ensino nas Escolas da Rede Pública, da FAPERJ.

Nos cursos, abordam-se alguns tópicos importantes de neurociências com aplicação na educação, com ênfase para as bases neurobiológicas do desenvolvimento, aprendizagem, memória, linguagem e sono, para que os docentes tenham melhor compreensão sobre os processos de ensino-aprendizagem, e sobre a relação professor-aluno. Para isso, a equipe, que é multidisciplinar, envolve especialistas de várias áreas diferentes, como artes, pedagogia, fonoaudiologia, educação física e neurociências. "Mostramos as bases neurobiológicas relacionadas às diferentes fases do desenvolvimento físico e mental, e reforçamos a importância das artes e mesmo de atividades físicas para o desenvolvimento cognitivo, emocional e social dos alunos. Ao entender melhor tudo isso, os docentes podem explorar mais o potencial do processo de ensino-aprendizagem, independente da matéria ou conteúdo que estiver sendo ministrado."

Tudo isso é demonstrado tanto em aulas práticas quanto teóricas, em que os participantes do grupo aprendem sobre a morfologia do sistema nervoso – sua microscopia e macroscopia –, corporeidade, percepção, movimento, aprendizagem, linguagem, inteligência e distúrbios de aprendizagem, sempre com uma visão que promova a interação com a educação. "Também organizamos oficinas sobre temáticas, como linguagem e memória, nas quais mostramos, por exemplo, como funciona a memória operacional e o raciocínio ao lidarmos com informações novas, associando-as com aquelas que já temos armazenadas pelo sistema", explica. No caso das oficinas de linguagem, jogos e imagens são empregados para se tratar de dificuldades de linguagem e de aprendizado. "Com atividades lúdicas, também podemos desenvolver um olhar mais crítico, mais aprofundado, e observar algumas das características dessas diferentes dificuldades de aprendizado", afirma.

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  O que aprendem no curso, os professores passam
a empregar com seus próprios alunos em sala de aula 
 
O que se trabalha no curso com os professores termina sendo aplicado por eles com seus próprios alunos. "Eles também trazem suas experiências pessoais, contam como lidam com certas situações em sala de aula. Essa troca de experiências ajuda a todos os demais", relata Sholl. Ele acrescenta ainda que o projeto procura promover uma reflexão sobre as mudanças de paradigma que a sociedade vem enfrentando. "Além dessa adolescência prolongada, o professor tem que lidar com um aluno que está envolvido com múltiplas mídias, o que ele nem sempre consegue acompanhar."

Por levantar tantas questões, presentes no atual cotidiano da relação professor-aluno, o curso vem recebendo novas demandas. "Instituições como a Faetec já procuraram o grupo para iniciar parcerias", relata Sholl. Ele e equipe estão analisando questionários de expectativa e de satisfação aplicados aos participantes das duas edições do curso. "Estamos agregando e reunindo dados para publicar em artigo em breve. E toda a experiência está servindo para aperfeiçoarmos e ampliarmos os próximos cursos."

O projeto, por sinal, já se desdobrou em outros dois: um para produção de material didático transmídia para educação em saúde, à luz da ciência e da parasitologia; e outro voltado para arte na Baixada Fluminense à luz das neurociências, também com apoio da FAPERJ. "Tudo isso é uma forma de dar continuidade ao nosso trabalho e mostrar como os vários aspectos das neurociências podem contribuir para a educação."

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