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Publicado em: 09/09/2009
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Documentários ajudam a divulgar a ciência fluminense

 

Vinicius Zepeda

 

 Fotos: Reprodução

         
      O mico estrela está entre espécies animais exóticas
             invasoras registradas nos documentários 
“Se nenhuma atitude for tomada para impedir o desmatamento das áreas de restingas de Mata Atlântica no Brasil, em mais dez anos, no ritmo em que estamos destruindo esta cobertura vegetal típica, elas podem se extinguir.” A afirmativa é do documentarista e artista multimídia Luiz Duarte, que há uma década vem produzindo e dirigindo documentários científicos com apoio da FAPERJ. Neste período, Duarte dirigiu três séries temáticas sobre pesquisas desenvolvidas por professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e relacionadas à fauna e à flora da Mata Atlântica e de áreas de restinga. Ao todo, foram produzidos 41 documentários científicos. Luiz Duarte é produtor e diretor há muitos anos e já dirigiu 391 documentários institucionais, educativos e científicos.

 

No caso dos filmes científicos, tudo começou por acaso, no ano de 1999. Na época, seu irmão – o professor e pesquisador do Departamento de Ecologia da Uerj, Carlos Frederico Rocha – estava preparando uma expedição com a participação de 20 pesquisadores e alunos da universidade para percorrer as principais áreas de restinga do País, do litoral fluminense até o litoral baiano. “Ele precisava de alguém para documentar a expedição e me convidou para viajar com eles. Durante um mês e meio filmei mamíferos, répteis, anfíbios e bromélias, animais e vegetais típicos do ambiente de restinga”, recorda Duarte. Foram 50 horas de imagens de material bruto, que roteirizados renderam 10 programas de televisão, que trazem 21 documentários científicos da série “Expedição Restingas Brasileiras”. De meia hora de duração cada, os registros foram exibidos pela TV Universitária, TV Senado e TV Brasil (antiga TV Educativa). “O trabalho registrado foi tão rico que até hoje, dez anos depois, os cientistas da Uerj ainda  publicam estudos com resultados colhidos naquela época”, acrescenta.

 

O documentarista destaca que, durante a expedição, o processo de degradação das restingas foi o que mais o impressionou. Duarte chama a atenção para a destruição da natureza movida pela ocupação desordenada e pela especulação imobiliária do litoral – considerada área nobre pela construção civil – e recorda dois episódios ocorridos durante a expedição. O primeiro foi quando os pesquisadores foram ameaçados por jagunços armados no meio da restinga da cidade de Setiba, Espírito Santo. “Constatamos que a degradação ambiental dali não é fruto somente da especulação imobiliária. Lá vivem poderosos empresários que se apossaram do espaço em interesse próprio, uma verdadeira máfia que destrói a natureza local para favorecer a exploração comercial de areia”, conta. O segundo fato foi quando estavam na Bahia, depois da restinga de Prado, a caminho de Ilhéus. “Antes de iniciarmos a viagem, tínhamos visto algumas fotos de satélite e ficamos empolgados com a área verde muito densa que vimos nas imagens. Mas quando chegamos ao local ficamos bastante frustrados. Toda extensão de restingas simplesmente não existia mais, era tudo coqueiro”, lamenta.

 

         
      Pesquisas desenvolvidas no Ceads
   estudam a fauna nativa da Ilha Grande
Segundo ambientalistas, desde que Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil até os dias de hoje, da Mata Atlântica original no País restam apenas 3%. Desse total, 70% estão nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Luiz Duarte dirigiu duas séries de documentários sobre a fauna e a flora de uma das regiões menos impactadas do Rio de Janeiro: a Ilha Grande. Localizada no litoral sul do estado, a ilha reúne uma centena de praias, vegetação exuberante e o Centro de Estudos Ambientais e Desenvolvimento Sustentável (Ceads), da Uerj. Lançada em 2004, a Coleção Ceads – Série Pesquisa I apresenta 10 filmes de doze minutos sobre os estudos desenvolvidos pelos pesquisadores da Uerj no local. Ecologia de anfíbios, aves, bromélias e corais são alguns dos temas apresentados. “Todos os filmes desta série foram disponibilizados para que o público leigo possa acessá-los na internet por meio do You Tube. Desta forma, esperamos contribuir para maior difusão e divulgação de parte dos estudos desenvolvidos por pesquisadores fluminenses”, afirma Duarte. “O sucesso foi grande, o filme Ecologia de mamíferos de Ilha Grande foi o que teve maior repercussão, com mais de seis mil acessos”, acrescenta.

 

A filmagem desses trabalhos virou um projeto pessoal em parceria com a universidade. Este ano, foi lançada a Coleção Ceads – Série Pesquisa II, também com dez documentários de 12 minutos cada. Desta vez, os filmes buscaram focar os estudos sobre espécies exóticas existentes na ilha, como os caracóis africano e asiático, o mico estrela, o coral sol e outros animais e vegetais considerados invasores, merecedores de controle e erradicação da área.“A riqueza da Ilha Grande é tanta que a transforma numa espécie de laboratório vivo, pois reúne em seu entorno uma quantidade interminável de trabalhos a serem desenvolvidos”, explica Duarte.

 

Luiz Duarte recorda que há dez anos, quando começou a filmar documentários educativos, a tecnologia disponível no País ainda não permitia disponibilizar os vídeos na internet como hoje. Ele ressalta a importância do audiovisual como forma de documentar a ciência feita no estado e tornar seus resultados mais acessíveis ao público em geral. “É claro que os vídeos não tiram a importância de artigos pelos cientistas. Porém, os artigos, na maior parte das vezes ficam restritos ao conhecimento de outros pesquisadores, enquanto que os vídeos colocam o espectador dentro da pesquisa e apresentam uma visão bem variada de como a ciência é feita”, conclui.
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