Fundação incentiva grupos emergentes

Como forma de incentivar a consolidação de grupos emergentes de pesquisa – formados por pesquisadores com até dez anos de doutoramento – que venham desenvolvendo planos promissores e bem definidos, a Fundação lança, nesta quinta-feira, 31 de outubro, a terceira edição do edital de Apoio a grupos emergentes de pesquisa no estado do Rio de Janeiro – 2013. Com um total de recursos de R$ 20 milhões, o lançamento do edital foi considerado bastante oportuno pelo ex-secretário de Ciência e Tecnologia, Wanderley de Souza, atualmente diretor de Metrologia Aplicadas a Ciências da Vida, do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). "Neste momento em que, preocupados, assistimos a um decréscimo no financiamento aos projetos de pesquisa por parte das agências federais, é importante, e altamente oportuno, que a FAPERJ lance um edital que visa apoiar os grupos jovens e que deverão liderar a ciência fluminense no futuro", afirmou Souza.

Segundo o diretor científico da FAPERJ, Jerson Lima Silva, por reunir várias características dos chamados programas cooperativos, o edital abre uma importante oportunidade para a renovação a grupos de pesquisadores que se encontrem em nível intermediário ou emergente, capacitando-os para o desenvolvimento de seus projetos. "Na trajetória profissional e acadêmica dos pesquisadores, é comum constatar que, em um momento ou outro, os pós-graduandos, mestres e doutores dependem da chancela de outros, mais experientes, para captar recursos para suas pesquisas. Com este edital, torna-se possível unir a expertise de diferentes laboratórios e instituições, dando um caráter multidisciplinar e multi-institucional à iniciativa, em inúmeros temas.

A primeira edição do programa de Apoio a Grupos Emergentes de Pesquisa foi lançada, isoladamente, pela FAPERJ, em 2008. Em 2010, por proposição da FAPERJ, o CNPq se associou à iniciativa, tornando-se parceiro para o lançamento da segunda edição, ampliada para as Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (FAPs) de todo o País, o que resultou no lançamento do programa em vários outros estados. Agora, em 2013, o edital sai em sua terceira edição e conquista a unanimidade da comunidade científica pela oportunidade de seu lançamento.

Para Carlos Alberto Mandarim-de-Lacerda, coordenador do programa de Biologia Humana e Experimental, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), a Fundação está tomando uma atitude corajosa ao lançar sozinha mais esta edição do programa. "Não posso deixar de elogiar a iniciativa da FAPERJ e de seu Conselho Superior, por lançar esse novo edital, que é sempre muito esperado por jovens pesquisadores fluminenses. É uma atitude corajosa, ancorada nos excelentes resultados do edital similar anterior e, principalmente, importante para sinalizar aos mais jovens que o estado do Rio de Janeiro quer vê-los prosperar e, assim, prosperar a população fluminense." Para o pesquisador da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), Antonio Teixeira do Amaral Junior, "o lançamento desse edital é de fundamental importância, principalmente pelo grande número de jovens pesquisadores inseridos nas instituições de pesquisa sediadas no estado do Rio de Janeiro nos últimos anos".

Segundo o pesquisador do Laboratório de Biotecnologia da Uenf, Vanildo Silveira, "o edital tem contribuído para consolidação de novos grupos de pesquisa no estado do Rio de Janeiro. Para os jovens pesquisadores esta é uma oportunidade ímpar para conduzir suas pesquisas e ao mesmo tempo formar parcerias com profissionais em início de carreira, em alguns casos, recém-contratados". Já Vitor Ferreira, pesquisador da Universidade Federal Fluminense (UFF) e assessor da diretoria científica da Fundação, "devido ao aumento do número e a qualificação dos proponentes, a competição por recursos em C & T tem sido bastante acirrada nos últimos anos. Portanto, é preciso garantir que os novos pesquisadores consigam recursos para se estabelecer numa área de extrema competição mundial. Com esse olhar, é preciso que os jovens pesquisadores sejam apoiados no inicio de suas carreiras para que possam formar os grupos que desenvolverão trabalhos na fronteira do conhecimento."

Visão também apoiada pelo professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Adalberto Vieyra. "De forma visionária, a FAPERJ continua consolidando uma política de futuro para a ciência no estado do Rio de Janeiro, apostando em novos talentos para desenvolver temas na fronteira da ciência contemporânea", afirmou Vieyra. Para Antonio Carlos Campos de Carvalho, pesquisador da UFRJ e diretor do Departamento de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde (Decit/MS), "apoiar os jovens talentos que buscam firmar suas carreiras acadêmicas em nossas universidades e institutos de pesquisa é uma das mais importantes iniciativas da FAPERJ. Semear esses novos talentos é a garantia de que não haverá quebra de continuidade no progresso científico do estado do Rio de Janeiro. A preocupação com o financiamento aos jovens pesquisadores é uma marca das melhores agências de fomento do mundo. Apoiamos integralmente essa iniciativa e parabenizamos a FAPERJ por manter significativo financiamento a este programa, demonstrando a clarividência de seus dirigentes". Da mesma forma, o professor da Uerj e vice-presidente da Academia Nacional de Medicina, Francisco Sampaio, afirma: " Mais uma vez, a FAPERJ sai na frente e, de maneira ímpar, entende a necessidade fundamental de apoiar o jovem pesquisador e os grupos emergentes, futuro do estado e do País, ao lançar o este edital."

“O financiamento das atividades de pesquisa de jovens doutores constitui um instrumento de política de desenvolvimento de ciência e tecnologia de grande relevância, pois não somente garante o equilíbrio de apoio entre juniores e seniores valorizando o mérito, independente do tempo de formação, mas também investe na sustentabilidade da própria comunidade na medida em que estes jovens pesquisadores serão as lideranças do futuro, responsáveis pela geração de novos conhecimentos e pela formação de outras gerações., declarou o Pró-reitor de Pós-graduação e Pesquisa da UFF, Antonio Cláudio Lucas da Nóbrega.

"De maneira ímpar, a Faperj mais uma vez saí na frente e entende a necessidade  fundamental de apoiar o jovem pesquisador e os grupos emergentes, futuro do Estado do RJ e do País, ao lançar o Edital de apoio a este segmento da comunidade científica", declarou o pesquisador da Uerj, Francisco Sampaio.

Para ser submetida ao edital, cada uma das propostas deve ser encaminhada pelo coordenador de cada equipe – nomeado entre os participantes de cada grupo –, com anuência de sua instituição de origem. Os demais integrantes serão considerados pesquisadores associados. Tanto coordenador quanto pesquisadores associados devem ter vínculo empregatício em instituições de ensino superior ou de pesquisa sediadas no estado do Rio de Janeiro, ter grau de doutor obtido a partir de 1� de janeiro de 2003 e apresentar produção científica ou tecnológica de qualidade, especialmente nos últimos cinco anos. Cabe também ao coordenador do grupo comprovar, pelo menos, uma orientação de mestrado　ou de doutorado　concluída, não sendo consideradas co-orientações ou orientações em andamento.

Cada proposta deverá estar enquadrada em uma das seguintes faixas, de acordo com o montante solicitado:　Faixa A – entre R$ 200.001 e R$ 400 mil – mínimo de seis pesquisadores com doutoramento a partir de 1� de janeiro de 2003; Faixa B – valor inferior ou igual a R$ 200 mil – mínimo de três pesquisadores com doutoramento a partir de 1� de janeiro de 2003.

O programa financia tanto itens de capital, como a aquisição de materiais permanentes e equipamentos, indispensáveis à realização do projeto, quanto despesas de custeio, em que se enquadram serviços de terceiros (pessoas físicas e jurídicas) com caráter eventual, incluindo a manutenção de equipamentos e de material permanente, e a realização de pequenos reparos e adaptações de bens imóveis (até o máximo de 30% do montante solicitado em despesas de custeio); diárias e passagens, até o limite de 5% do montante solicitado em despesas de custeio (desde que compreendam despesas necessárias para o desenvolvimento do projeto de pesquisa); não serão permitidas diárias e passagens para participação em reuniões científicas; material de consumo, componentes e/ou peças de reposição de equipamentos; e despesas de importação.

Ao analisar as propostas submetidas, o comitê de julgamento da Fundação levará em conta não apenas o caráter multidisciplinar do projeto, como também a demonstração da capacidade de formação de recursos humanos; o escopo multiusuário para o uso dos equipamentos que serão adquiridos; o potencial multiplicador do projeto pela articulação com outros grupos consolidados; e, principalmente, a relevância para o desenvolvimento científico, tecnológico, econômico, ambiental, cultural e social do estado do Rio de Janeiro.

O prazo para submissão de propostas se estende até o dia 19 de dezembro e a divulgação de resultados está prevista para acontecer a partir de 7 de março de 2014.

Confira a íntegra do edital Apoio a grupos emergentes de pesquisa no estado do Rio de Janeiro – 2013