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Publicado em: 19/01/2011
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Vant do IME participa do socorro às vítimas na Região Serrana


Fotos de Adriana Lorete 

        
    Veículos aéreos não-tripulados, os Vants: mapeamento e apoio às
    operações de busca e salvamento nas regiões afetadas pela chuva
A tragédia que se abateu sobre a Região Serrana do Estado do Rio de Janeiro no primeiro mês do verão, levando destruição a propriedades e ceifando muitas vidas, acendeu o sentimento de colaboração da população fluminense. Toneladas de donativos têm sido enviadas pela população de todo o País para os desabrigados das chuvas. Instituições de ensino e pesquisa também têm se mobilizado em uma corrente de solidariedade para arrecadar donativos e recursos para enviar para a região. Enquanto alguns voluntários participam da triagem e separação de donativos junto à Cruz Vermelha Brasileira em suas cidades, outros se dirigem à região serrana a fim de contribuir com o esforço para minorar os efeitos da tragédia. Pesquisadores têm se colocado à disposição das forças de defesa civil para colaborar na localização e socorro às populações isoladas, identificação das vítimas, apoio a ações na área saúde, entre outras ações.

 

Desde o último domingo, dia 16 de janeiro, pesquisadores do Instituto Militar de Engenharia (IME) estão na região, onde utilizam veículos aéreos não tripulados (Vant) com o objetivo de mapear e apoiar as operações de buscas e salvamento nas áreas atingidas.

 

Os modelos de Vant utilizados no apoio as ações nas áreas atingidas são produtos de um projeto desenvolvido no IME, sob a coordenação do pesquisador Jacy Montenegro, e que contou com apoio da FAPERJ por meio do programa de Auxílio a Projetos de Inovações Tecnológicas (ADT 1) e do edital Prioridade Rio.

 

De acordo com Montenegro, a qualidade das imagens transmitidas no primeiro dia de operação do Vant na região esteve comprometida pelas condições meteorológicas, desfavoráveis, com chuva intensa e ventos fortes que prejudicavam a estabilização da aeronave e o funcionamento das câmeras. Mesmo em condições meteorológicas adversas, o emprego de Vants tem se mostrado uma alternativa viável ao mapeamento das áreas atingidas e na identificação de locais de difícil acesso, apoiando ações das forças de resgate.

Professor do IME, Montenegro, que atualmente orienta alunos em projetos de fim de curso na graduação, já acumula uma larga experiência em assuntos ligados à área de aeronáutica. Depois de servir ao Exército, no Campo de Provas da Marambaia – restinga do litoral Sul fluminense muito utilizada para exercícios militares e experimentos de armamentos –, o “Capitão Montenegro”, como é chamado pelos colegas de farda, passou ainda pelo Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Centro Tecnológico do Exército (IPD/CTEx), e, durante a etapa de pesquisa do seu mestrado, pelo Instituto de Aeronáutica e Espaço do Centro Tecnológico da Aeronáutica (IAE/CTA), onde trabalhou nas divisões de Ensaios de Voo, Sistemas Aeronáuticos e Sistemas Bélicos. Dentro das Forças Armadas, participou, ainda, do projeto de mísseis e sistemas de armas do Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército, dentro do IPD/CTEx.

 

    

Jacy Montenegro (à dir.) e o técnico João Carlos dos Santos:
veículo não-tripulado poderá ajudar a mapear região afetada
 

O Vant desenvolvido no IME pesa menos de 10 kg, tem autonomia de voo de 60 minutos, podendo alcançar 1.000 metros de altitude, ainda que as imagens de melhor qualidade sejam aquelas registradas até 400 metros. Uma câmera instalada na parte frontal da aeronave permite o envio de imagens para a estação de comando em terra. Voando com piloto automático baseado em GPS (do inglês, Global Positioning System), o aparelho dispõe de uma segunda câmera, na parte inferior da carenagem, que transmite imagens em tempo real do terreno, e toda a telemetria necessária para o acompanhamento da missão sobre imagens de satélite, incluindo latitude, longitude, altitude e velocidade – que pode chegar a 75 km/h. No solo, uma antena de tracking aponta automaticamente para a aeronave, garantindo a recepção dos sinais e sua localização.

 

Segundo Montenegro, o Vant, além de orientar as equipes da defesa civil, pode contribuir para o mapeamento das novas condições do terreno após as enchentes. “As imagens captadas pelo Vant vão permitir imagens aéreas das mudanças sofridas pelo relevo e paisagem da região, já que os deslizamentos de terra alteraram não só o tamanho das margens dos rios e córregos, como, em alguns casos, o próprio curso deles. Em consequência disso, os mapas da região deverão ser alterados e o IME poderá contribuir para essa atualização”, diz.

 

A equipe do IME que utiliza o Vant tem operado a partir da base do Exército, montada na Granja Comary, local utilizado regularmente como concentração da seleção brasileira de futebol em períodos de competição.

Este projeto apoiado pela FAPERJ faz parte de um conjunto de ações que vêm sendo implementadas, a partir da contribuições de pesquisadores vinculados a diversas instituições de ensino e pesquisa sediadas no Estado. Outros projetos com grande potencial de contribuição para a solução dos problemas em que se coloca a região serrana são aqueles voltados para a área de geotecnia, com a proposta de soluções para minimizar o risco de deslizamentos. Um deles tem lugar no antigo Instituto Geotécnico de Reabilitação do Sistema Encosta-Planície (Reageo), transformado em 2009 na sede do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) de Reabilitação de Encostas e Planícies – uma iniciativa do Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT), por meio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em parceria com a FAPERJ. Sob a coordenação do geotécnico Willy Alvarenga Lacerda, do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), a iniciativa exemplifica a preocupação em prevenir que esses tipos de incidentes continuem acontecendo. O INCT reúne tanto pesquisadores de universidades fluminenses, como a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), quanto de outros estados, como a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a Universidade de Brasília (UNB) e a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Em outra iniciativa na mesma área, um grupo de pesquisadores de três departamentos da Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio) – Engenharia Civil, Informática e Geografia – desenvolveu um sistema de computador capaz de calcular riscos em diferentes escalas de áreas dentro do estado do Rio de Janeiro e prover alertas para que medidas de segurança possam ser tomadas. A Plataforma GeoRisc – Engenharia de Computação Aplicada à Análise de Riscos Geo-Ambientais – é resultado do projeto de pesquisa do professor Tácio Mauro Pereira de Campos, do Núcleo de Geotecnia Ambiental do Departamento de Engenharia Civil da PUC-Rio, pesquisador com 35 anos de experiência em solos. O projeto é apoiado pela FAPERJ, por meio do programa Pensa Rio.


Os estudos na área do clima também vão ganhar impulso no eixo Rio-São Paulo a partir deste ano, com o fomento a novos projetos relacionados ao tema. Em outubro passado, uma parceria inédita, reunindo as fundações de amparo á pesquisa dos estados do Rio de Janeiro (Faperj) e de São Paulo (Fapesp) resultou no lançamento do edital Mudanças Climáticas Globais. Com as inscrições prorrogadas até 10 de fevereiro, em função da grave catástrofe natural ocorrida neste mês de janeiro no Estado, o edital recebeu R$ 5 milhões em recursos, metade de cada uma das agências de fomento.
 

Confira mais informações sobre os projetos:

Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia - INCT - Reabilitação de Encostas e Planícies

Plataforma GeoRisc – Engenharia de Computação Aplicada à Análise de Riscos Geo-Ambientais, da PUC-Rio

Edital de Mudanças Climáticas Globais

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