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Publicado em: 09/10/2008
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Projeto da Uerj utiliza a música para popularizar o estudo da física


Débora Motta

                                              Divulgação

    

    Instrumentos musicais são utilizados
    para difundir a compreensão da acústica

Entre os diversos sons presentes na natureza audíveis ao ouvido humano, a música é considerada a mais sublime forma de expressão da sensibilidade do homem. Uma bela canção, no entanto, guarda fenômenos físicos ainda incompreendidos pela maioria dos ouvintes. A acústica, ramo da física que investiga as propriedades do som, revela fenômenos fundamentais, como a série harmônica e a propagação das ondas sonoras no ar. Unindo o estudo da acústica ao ensino tradicional da música, a professora Maria Lúcia Grillo Baptista, do Instituto de Física da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), coordena o projeto A física na música, que aplica as propriedades ondulatórias da acústica como uma ferramenta para a compreensão na prática de questões rotineiras da música, como o entendimento das escalas musicais e o funcionamento dos instrumentos. O projeto conta também com a colaboração do maestro Luiz Roberto Perez, de cinco estudantes bolsistas e de outros professores da Uerj.

"A proposta é pesquisar de forma interdisciplinar a relação entre física e música, aprofundando o estudo das ondas acústicas para tornar mais agradável, motivar o aprendizado da ciência e tornar o prazer da música um motivo para a compreensão da física que existe dentro dela", explica a pesquisadora. Ela considera o projeto uma experiência bem-sucedida na tentativa de desmistificar a imagem negativa da física, disciplina que tem fama de ser incompreensível para boa parte dos alunos. "O ensino da matéria deveria ser mais aplicado. A educação restrita ao uso de fórmulas torna o assunto árido e faz com que o aluno não observe o fenômeno físico, que é vida. Física não é só matemática. Quando o aluno descobre essa dinâmica, ela passa a ser mais interessante."

O projeto, contemplado desde 2006 por diversos editais da Fundação, incluindo o programa Difusão e Popularização da Ciência e Tecnologia no Estado do Rio de Janeiro, tem como base o tripé ensino, pesquisa e extensão. "Além da pesquisa na área de acústica e música, oferecemos cursos de extensão, abertos para estudantes e profissionais de diversos segmentos, e organizamos grupos musicais para a apresentação de recitais didáticos. Estamos desenvolvendo um laboratório, a ser instalado em uma escola pública parceira do projeto, com materiais para o estudo das características dos movimentos ondulatórios em geral e dos instrumentos musicais, criando então uma parceria entre físicos e músicos", explica Maria Lúcia Grillo Baptista, responsável pela criação da disciplina eletiva acústica na graduação de física da Uerj.

 Divulgação 
     
 Bolsistas do projeto preparam um
experimento com tubos ressonantes

A didática utilizada durante as aulas e recitais é peculiar. A execução de peças musicais, a maioria erudita, é intercalada por explicações científicas dos fenômenos da acústica. "Estudamos fisicamente os modos de vibração do som e depois vemos o fenômeno aplicado em instrumentos. Passamos do estudo da vibração de um sistema para explicar em seguida o funcionamento de um violino", diz a pesquisadora, que é musicista desde os oito anos. E prossegue: "Temos equipamentos de acústica para analisar as ondas sonoras na prática, como oscilador harmônico simples, cuba de ondas, lâminas ressonantes e vibrações em cordas e em tubos sonoros. Usamos esses utensílios aliados a instrumentos musicais tradicionais, entre violão, violino e flauta."

Apesar do sucesso da iniciativa, Maria Lúcia Grillo Baptista acredita que o estudo da acústica no país ainda tem que superar muitos desafios. "Essa área é muito carente no Brasil. Em junho, houve um congresso internacional em Paris, mas poucos brasileiros participaram. Em geral, os cursos universitários de física não oferecem acústica entre as disciplinas. A pesquisa conseqüentemente fica defasada", avalia Maria Lúcia, sem deixar de reconhecer as conquistas do projeto que visa à popularização da física. "É muito saudável mostrar esse lado da ciência que pode atingir várias classes sociais, culturas e idades. A música desperta interesse em vários nichos."

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