Parque de Itaboraí é incluído em livro editado pela Unesco

Vinicius Zepeda

A importância como patrimônio cultural do Parque Paleontológico de São José de Itaboraí, bacia calcária onde pesquisadores vêm encontrando fósseis que datam de 70 a 65 milhões de anos, é o tema de um trabalho que será destaque na nova edição do livro Tesouros do Brasil, uma iniciativa conjunta da Unesco (Fundo das Nações Unidas para Educação e Cultura), Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional ), Ministério da Educação e Fiat. O trabalho é um dos 51 selecionados entre 1300 de todo o Brasil para compor o livro, editado desde 1999.

O projeto Tesouros do Brasil incentiva a valorização do patrimônio histórico, natural, artístico e afetivo brasileiros. Os participantes são alunos de escolas de ensino médio e fundamental e de organizações voltadas para a educação, como a Febem. A publicação, a ser lançada em maio, será distribuída às escolas que participaram do concurso.

A psicóloga e funcionária da Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Itaboraí Patrícia Narcizo dos Santos, autora do projeto sobre a importância cultural do Parque Paleontológico para a região, escolheu o tema em maio de 2004, ao perceber que a Bacia Calcária de São José, aonde fica o Parque, ficava próxima à Escola Municipal Gastão Dias de Oliveira e parecia-lhe praticamente desconhecida. ”Qual não foi meu espanto quando, no desfile cívico em comemoração aos 171 anos de Itaboraí, vi vários adolescentes e pesquisadores com cartazes e camisetas em defesa do Parque”, relembra.

Foi quando Patrícia conheceu a professora Maria Antonieta Conceição Rodrigues, coordenadora do Instituto Virtual de Paleontologia da FAPERJ (IVP). A partir daquele dia, várias atividades conjuntas com o IVP e seus pesquisadores foram desenvolvidas.

Num sábado de outubro de 2004, um grupo de nove alunos da Escola Municipal Gastão Dias de Oliveira montou uma barraquinha no Centro de Itaboraí onde expuseram cartazes, maquetes e esculturas sobre o Parque Paleontológico. Os alunos também distribuíram 100 questionários para as pessoas que passavam pelo local para descobrir o quanto o parque era conhecido. “O resultado foi que 80 pessoas não o conheciam nem nunca tinham ouvido falar”, afirma a psicóloga. 

Durante o processo de elaboração do projeto – um apanhado histórico e teórico sobre a bacia calcária e o parque -, várias mobilizações foram realizadas, todas contando com a ajuda e a colaboração dos pesquisadores do IVP.

”Eu, a diretora da escola, os professores e principalmente os alunos, quando soubemos que o trabalho havia sido selecionado, ficamos muito felizes. Os adolescentes se mobilizaram muito e essa conquista é principalmente deles, que entrevistaram várias pessoas, fizeram contatos e subiram e caminharam muito para coletar informações sobre o Parque” conclui Patrícia.

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