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Publicado em: 26/10/2006
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Empresa prepara lançamento de rastreador 'inteligente'

Paul Jürgens

Engenheiros utilizam software com imagens em relevo para determinar o posicionamento de estações transmissoras
“Estou entrando no metrô e vou ter de desligar”. Até perto do final do ano de 2001, essa era a frase mais ouvida nas imediações das estações de metrô do Rio. Os usuários desse meio de transporte que estivessem falando ao telefone celular eram obrigados a interromper a comunicação antes de descer as escadas em direção ao subterrâneo. Naquele fim de ano, uma das operadoras do serviço de telefonia celular preparou um ‘presente’ para seus assinantes: cinco dias antes do Natal, seus usuários já podiam ganhar as dependências do metrô sem perder o sinal ou ter de interromper a conversa.

A responsável pela instalação do sistema foi a, então, recém-criada empresa WiNGS Telecom. Hoje, todas as operadoras de telefonia celular já dispõem desse serviço. O sucesso da empreitada trouxe notoriedade para a empresa comandada por Marlene Pontes, pioneira em metrôs da América Latina. Contemplada no Edital Rio Inovação II da FAPERJ no final de 2005, a empresa assumiu um novo desafio, que promete colocá-la mais uma vez na vanguarda da pesquisa para soluções em redes sem fio: o lançamento de rastreador (de objetos, veículos, pessoas) que oferecerá, simultaneamente, a localização e uma ampla possibilidade de comunicação, com a troca e o envio de dados entre dois pontos.

O produto deve chegar ao mercado com preços reduzidos se comparados aos dos demais sistemas atualmente em utilização, prometendo colocar essa tecnologia ao alcance de um número muito maior de pessoas.

A presidente da WiNGS Telecom ainda guarda na lembrança os detalhes da corrida contra o tempo naquele final de 2001. “Nós ainda estávamos acertando os últimos detalhes para registrar a empresa quando a operadora de telefonia celular nos procurou”, lembra Marlene. “Tivemos apenas quatro meses e o horário restrito de meia-noite às 4h da manhã para visitar os túneis nos quais as antenas seriam colocadas”, conta Marlene.

O sistema mais popular de rastreamento empregado no mundo é o GPS (Sistema de Posicionamento Global), invenção norte-americana que se utiliza de informações de satélites para determinar a posição geográfica de um determinado objeto em solo terrestre. Esse sistema é muito utilizado por empresas de transporte para evitar o roubo de cargas. “Hoje, grande parte dos comunicadores utilizados para enviar as informações de rastreamento são feitos utilizando satélites de comunicação, e por isso são muito caros. Além de torná-lo mais acessível no que se refere aos custos, nosso produto permitirá que um usuário, além de conhecer sua posição geográfica, possa, ainda, por exemplo, enviar imagens, comunicar-se por voz, utilizar a internet”, explica.

Para dispensar o uso do satélite, o mecanismo será capaz de reconhecer outros meios de transmissão de dados por redes sem fio, tais como GPRS, GSM, EDGE, que estejam disponíveis em uma determinada área. “Os clientes irão se conectar a uma dessas redes e pagarão pelo serviço, que é mais barato que o uso de comunicações por satélite”, diz Marlene. No entanto, se na região não houver uma dessas redes disponíveis, o usuário poderá se comunicar por satélite. Ou seja, trata-se de um sistema híbrido.

Até receber o apoio da FAPERJ, a empresa se dedicava a projetos de engenharia de telecomunicações e desenvolvimento de software. Agora, com os recursos disponibilizados pelo Rio Inovação, a equipe trabalha pela primeira vez no desenvolvimento de um hardware, que deve chegar ao mercado até junho de 2007.

Nos últimos dois anos, a empresa teve reconhecido seu esforço por soluções tecnológicas no setor de redes sem fio. Em 2004, conquistou o terceiro lugar entre os 153 inscritos no Prêmio Finep de Inovação Tecnológica para a Região Sudeste. Neste ano de 2006, repetiu o feito, alcançando a mesma e honrosa distinção. O prêmio oferecido pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), agência do Ministério de Ciência e Tecnologia é um dois mais disputados e respeitados do país no setor de tecnologia.

FAPERJ apoiou construção de laboratório para simulação de transmissões via satélite

O apoio e a presença da FAPERJ na vida de Marlene já é antiga. Mineira de Juiz de Fora, ela veio para o Rio em 1970, com o objetivo de fazer um curso de Mestrado em telecomunicações na PUC-Rio. Formada em engenharia elétrica, pouco tempo depois de defender a tese já embarcava para a França, convidada para trabalhar no Centre Nationale des Études de Télécommunication (CNET).

No fim da década de 70, já de volta ao Rio, mergulhou em seu empreendimento mais ousado: a criação de um laboratório para simulação de transmissões via satélite, dentro do Centro de Estudos em Telecomunicações (Cetuc) da PUC-Rio – Centro que ela, aliás, acabou por dirigir de 1984 a 1998. Para montar o laboratório, uma iniciativa inédita no país, Marlene, que continua dando aula naquela universidade, em tempo parcial, recebeu o apoio da então recém-criada FAPERJ.

A partir daí, a presença de Marlene em fóruns, comissões e congressos sobre telecomunicações – nacionais e internacionais – se tornou uma rotina. Indicada pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) para ser o representante brasileiro na UIT (União Internacional das Telecomunicações), ela assumiu, em setembro, o posto de chairman do grupo de fundamentos de telecomunicações. No Intelsat, consórcio mundial que coordenava a utilização dos satélites Intelsat, permaneceu de 1978 a 1982.

Especialista no estudo da influência do clima na propagação das ondas rádio-elétricas, a presidente da WiNGS Telecom acredita que o apoio da Fundação foi determinante para garantir novos rumos para a empresa. “Antes, nossa especialidade era a concepção e instalação de redes. Hoje, com o apoio da FAPERJ, trabalhamos para suprir uma demanda de mercado que busca soluções que utilizam os recursos e redes já instalados”, diz Marlene.

Ao longo de pouco mais de quatro anos de existência, a empresa já contabiliza a prestação de serviços para mais de uma centena de clientes. Como as soluções oferecidas pela empresa se destinam a redes sem fio, as operadoras de celular continuam sendo os principais clientes da WiNGS Telecom, que atende regularmente vários fornecedores de equipamentos de telecomunicações.

Mas por que WiNGS Telecom, em inglês? A resposta não tarda. “Quando preparávamos o lançamento da empresa, um potencial investidor americano nos convenceu de que deveríamos centrar nossas atenções para o mercado asiático, recorda Marlene. “Assim, acreditamos que um nome em inglês facilitaria nossa presença naquela região”, diz. Ela explica que WiNGS são as iniciais para ‘Wireless Network Global Solutions’. Se a empresa não decolou em direção à Ásia, nem recebeu o investimento prometido, isso é coisa do passado. Agora, suas soluções inovadores prometem vôos por novos horizontes, e, claro, mais notoriedade.
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