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Publicado em: 17/08/2006
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Empresa brasileira aproveita lixo para produção de biodiesel

Marina Ramalho

O Biodiesel é produzido a partir de um leque variado de matérias-primas
Do esgoto sanitário para tanques de combustível de automóveis ou de máquinas industriais. Esse percurso inusitado descreve a origem e o destino final da matéria-prima utilizada pela empresa Gerar Tecnologia no seu processo de fabricação de biodiesel. Apoiada pelo edital Rio Inovação, da FAPERJ, e instalada na Incubadora de Empresas do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe/UFRJ), a empresa criou técnica e equipamentos que viabilizam o reaproveitamento de dejetos (sebo bovino e óleos residuais, como os de fritura), além do uso convencional de óleos vegetais, para a geração de energia mais limpa, renovável e alternativa à de origem fóssil.

 

A tecnologia brasileira atende aos anseios da economia global, cada vez mais preocupada em criar fontes de energia menos agressivas ao meio ambiente. E vai também ao encontro das metas estabelecidas pelo Programa Nacional de Uso e Produção do Biodiesel, lançado pelo governo federal em 2004 com intuito de incluir o biocombustível na matriz energética do país. O programa torna obrigatória a mistura de 2% de biodiesel ao óleo diesel convencional a partir de 2008 – percentual que será ampliado para 5% até 2013.

 

ônibus do programa Rio Biodiesel, do Governo do estado do Rio, utilizou combustível produzido pela GerarA empresa brasileira visa garantir a implantação de centros de produção de biodiesel no país com a comercialização (montagem e comissionamento) dos equipamentos. Em breve, eles também participarão dos leilões da Agência Nacional de Petróleo (ANP) para fornecimento futuro de biodiesel. De acordo com a engenheira Andréa Borges, da Gerar Tecnologia, o mercado desse combustível no Brasil ainda depende, atualmente, de tecnologia importada, nem sempre compatível com os insumos nacionais.

 

“Os equipamentos estrangeiros são calibrados, em sua maioria, para processar óleos virgens, que apresentam baixa acidez. Já a tecnologia da Gerar permite aproveitar insumos ácidos, desde o esgoto sanitário até resíduos animais, além dos óleos usados ou virgens, extraídos de sementes oleaginosas como mamona e girassol, entre outras”, explica Andréa.

 

A tecnologia da empresa foi testada segundo normas européias e norte-americanas, em laboratórios conveniados à ANP e à empresa alemã Bosch Motores. Andréa ressalta ainda que o maior leque de opções de matérias-primas não influi na performance dos equipamentos que utilizam o biodiesel, substituindo parcial ou totalmente o uso do diesel fóssil de forma satisfatória.

 

Além de combustível veicular, biodisel gera energia para uso em indústrias

Equipamento pode ser instalado em indústrias para produção de energiaEmpresas que geram gordura como resíduo – a exemplo de estações de tratamento de esgoto e indústrias de processamento de embutidos – também podem se beneficiar da fabricação de biodiesel. A tecnologia desenvolvida pela Gerar pode ser implantada nessas empresas de modo que os dejetos sejam reciclados e convertidos em energia para utilização na própria indústria.

 

Para ser convertida em biodiesel, a matéria-prima precisa apresentar um triglicerídeo ou ácido graxo (gordura) em sua composição, o que geralmente está presente em resíduos urbanos. Quando misturada a algum tipo de álcool, essa gordura sofre uma reação química, chamada de transesterificação, que gera éster (o combustível) e glicerol, ou éster e água.

 

 “Dessa forma, além de otimizar o tratamento de resíduos dessas empresas, o equipamento proporciona a redução de gastos com energia, aliada a um incremento nos ganhos ambientais”, ressalta Andréa. A Gerar Tecnologia já tem contratos firmados com quatro estações de tratamento de esgoto nos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo. Em Niterói, o equipamento já está pronto, aguardando os testes finais.

 

A engenheira garante ainda que a demanda internacional por combustíveis renováveis é promissora. “Os países ao norte da Europa foram os primeiros a incentivar a busca por energia alternativa à de origem fóssil. O Brasil foi pioneiro no uso do álcool, mas na Europa, sobretudo na Alemanha, já havia uma política de incentivo à produção e consumo do biodiesel, extraído de uma oleoginosa característica da região”, explica Andréa. No entanto, ela ressalta que as áreas de cultivo nesses países estão se escasseando, o que desperta um interesse pela importação do combustível.


Assim, a tecnologia da Gerar pode ser aplicada no mercado nacional e internacional. A engenheira apenas alerta que os empresários interessados em explorar o mercado exterior de biocombustíveis devem se concentrar somente na exportação (e não em ambos os mercados), porque os parâmetros e legislações podem variar muito de país para país.

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