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Publicado em: 01/06/2006
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Pedricto Rocha Filho participa de Seminário do Patrimônio Cultural

Voltar o olhar para o interior fluminense, exigir das emissoras de rádio e televisão o compromisso com a cultura nacional. Essas foram algumas das sugestões debatidas durante o Seminário do Patrimônio Cultural do Estado do Rio de Janeiro, promovido pelo Conselho Estadual de Cultura e o Serviço Social do Comércio (Sesc-RJ), no auditório da Federação de Comércio do Estado do Rio de Janeiro, na quarta e quinta-feira, 31 de maio e 1 de junho. Presidindo a mesa do segundo dia do evento, o diretor-presidente da FAPERJ, Pedricto Rocha Filho, enfatizou a necessidade de propostas efetivas para as questões da cultura no estado.

               

Rocha Filho falou sobre o peso da cultura de um país, inclusive em suas relações comerciais. Para isso, lembrou como nações, como os Estados Unidos, podem quantificar sua influência internacional através de seus produtos culturais. “Uma forma para isso é ver, por exemplo, a quantidade de filmes que eles exportam para o resto do mundo”, falou. Rocha Filho também recorreu a outro exemplo cinematográfico para falar da importância das diversas formas de manifestação cultural. “O filme de François Truffaut, Fahrenheit 451, mostrava como algumas pessoas tentavam preservar os livros da destruição ordenada pelo Estado, decorando-os. E se tornavam assim a memória da obra escrita”, contou.

 

O diretor-presidente da FAPERJ chamou ainda a atenção para um outro aspecto. “Temos que pensar na importância de estarmos vivendo em uma era digital e que o domínio desse conhecimento não está com os países em desenvolvimento. Portanto, é preciso refletir sobre todas essas questões e passar a formular propostas mais efetivas”, disse. 

 

Segundo o presidente do Conselho Estadual de Cultura, Ricardo Cravo Albin, o maior dever de uma secretaria de cultura é preservá-la, seja ela patrimônio material ou imaterial. “Entre essas formas imateriais, estão o caráter, o temperamento de um povo, seu modo de comportar-se, de vestir ou de comer”, disse. No sentido de valorizar essas formas culturais imateriais, ele anunciou para breve o tombamento do que chamou de “a mais bem acabada manifestação cultural brasileira”, nossa música popular, em seus primeiros gêneros, como samba e o chorinho.

 

Seguindo a mesma linha de raciocínio, Luiz Wilson Pina, assessor do SESC, também falou da importância desse patrimônio imaterial. “Quando morre um ancião na África, aquela comunidade perde parte de seu patrimônio cultural”, exemplificou. E seguiu falando como, ao iniciar seus trabalhos, na década de 1940, o SESC também passou a incluir a música em sua programação, da mesma forma que, nos anos 1960, procurou incorporar a efervescência cultural daquela época. “Nossa preocupação sempre foi usar as manifestações da nossa cultura.”

 

Representando a subsecretária de Ação Cultural da Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro, membro do Conselho Estadual de Cultura, o compositor e diretor musical Caique Botkay lembrou que “a responsabilidade pelo patrimônio cultural imaterial é coletiva. Todos nós somos, de alguma forma, griots, ou seja, repassadores da cultura daquela comunidade. Nossa memória afetiva passa a alojar esse patrimônio cultural”. E manifestou ainda a preocupação em se fomentar as manifestações culturais regionais para que não se tenha uma visão, um sotaque único. “Precisamos voltar o olhar para a importância da produção fluminense, o que só vai nos enriquecer”, disse, lembrando a dificuldade de se fazer com que os recursos destinados à cultura cheguem às cidades do interior.

 

O compositor Rico, que também apresentou ao violão um de seus sambas, Essência dos Quilombos, levantou a questão da divulgação da produção musical. “É preciso exigir do presidente da República que rádios e emissoras de TV, que são concessões públicas, tenham compromisso com a nossa cultura. Enquanto aqui  o samba tem esse tratamento, não se toca compositores como um Cartola e Noca da Portela, o samba é conhecido e valorizado no mundo inteiro. Porque muitas vezes, não vemos o que percebemos que esse patrimônio imaterial está sendo excluído. Mas as exclusões estão aí.”
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