O seu browser não suporta Javascript!
Você está em: Página Inicial > Comunicação > Arquivo de Notícias > Vida longa ao litoral Norte
Publicado em: 30/06/2003
ATENÇÃO: Você está acessando o site antigo da FAPERJ, as informações contidas aqui podem estar desatualizadas. Acesse o novo site em www.faperj.br

Vida longa ao litoral Norte

Conhecer para valorizar e finalmente preservar. É através deste processo de educação ambiental que a população de Macaé – em franco crescimento, pois a região produz 80% do petróleo do país – irá garantir o futuro sustentável da costa Norte fluminense. Por isso, programas educativos como os do Instituto de Biologia da UFRJ são fundamentais.

O objetivo final do projeto ECOlagoas, além de publicar em revistas científicas e divulgar em simpósios o conhecimento adquirido nas pesquisas ecológicas realizadas na região, é repassa-lo para professores, estudantes e pescadores locais. O resultado de quase uma década de trabalho tem sido compensador.

Cerca de 3.200 alunos de mais de cem escolas já participaram do programa “Jurubatiba, uma sala de aula”, em que aprendem sobre ecologia e preservação dos ambientes do lugar. Primeiro, os estudantes são levados ao Núcleo de Pesquisas Ecológicas de Macaé (Nupem/UFRJ), onde assistem a uma aula. Depois, vão ao Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba e passam a manhã aprendendo sobre o funcionamento da restinga e a importância de preservá-la. Ao conhecer sobre a fauna e flora, as crianças e jovens desenvolvem uma consciência ambiental e começam a ver a importância da preservação da natureza para a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos. 

A formação de multiplicadores é essencial. Para isso foi criado o Curso de Capacitação em Ecologia para professores do Ensino Fundamental, que já formou mais de 250 professores da região Norte Fluminense desde 1999. O curso ensina as peculiaridades dos ecossistemas costeiros através de materiais como jogos e experimentos produzidos por alunos do curso de licenciatura de Biologia da UFRJ.

Essa metodologia é uma forma de mostrar aos professores que eles mesmos também podem produzir materiais didáticos a baixo custo para serem utilizados com seus alunos nas salas de aula. Já foram realizados oito cursos e o próximo será realizado de 14 e 18 de julho. Mais de 170 professores atuam como multiplicadores dos conhecimentos gerados pelo projeto. 

Já os professores do Ensino Médio fazem o Curso de Capacitação em Ecologia, uma iniciativa do Programa Pró-Ciências CAPES/FAPERJ que vem sendo realizada desde 1997. Os especialistas da UFRJ orientam trabalhos práticos de campo e de laboratório em diferentes formações como florestas, restingas, manguezais, costões rochosos e lagoas. As práticas fornecem elementos para comparar os diferentes tipos de fauna e flora existentes, suas adaptações e aspectos estruturais e funcionais dos seres vivos. Além disso, os professores aprendem a identificar os principais fatores de modificação da paisagem pelo homem, com a intenção de provocar discussões sobre o seu papel na utilização de recursos naturais, na recuperação de áreas degradadas e na proteção dos ecossistemas.

“É preciso conciliar crescimento econômico com qualidade ambiental, e os professores são ótimos multiplicadores”, afirma o professor Francisco Esteves, do Instituto de Biologia da UFRJ e agraciado com uma bolsa de Cientista do nosso Estado da Faperj.

O trabalho visa ainda a estimular a produção de material instrucional, aprimorando as metodologias de ensino sobre as questões ambientais locais, treinar os alunos de pós-graduação para a docência e incentivar o desenvolvimento de trabalhos práticos de campo e de laboratório.

Pescadores aprendem pesca racional

Em 1998, cerca de dezoito mil pessoas viviam direta e indiretamente da atividade pesqueira em rios, lagoas costeiras e no mar de Macaé, segundo dados da Secretaria Municipal de Agricultura e Pesca do município. Contudo, com o crescimento das atividades ligadas à exploração do petróleo, a pesca foi perdendo seu valor e significado social e econômico. Segundo os pesquisadores do Nupem, da forma em que se manteve, a pesca é ou ecologicamente predatória ou é praticada de maneira insegura, desigual e desumana para os poucos pescadores tradicionais que prosseguem com o ofício.

Como alternativa viável para região Norte fluminense, os especialistas propõem a extração racional dos recursos naturais renováveis (peixes e crustáceos), a pesca esportiva e o turismo ecológico. Eles destacam que é preciso mobilizar, capacitar e organizar os pescadores da região.

Para tanto, o projeto ECOlagoas, com o apoio da Secretaria Municipal de Agricultura e Pesca, oferece cursos de educação ambiental e segurança no mar para os pescadores. “Os cursos ensinam aos pescadores sobre o ecossistema, as espécies e sua sazonalidade, mostrando que a longo prazo a pesca predatória vai acabar com os cardumes”, afirma Esteves.

Os filhos dos pescadores, alunos da 5a à 8a série, também aprendem como se faz pesca racional. “Há uma mudança na mentalidade e na postura frente às questões ambientais. Quando entendem a necessidade de explorar sobre bases sustentáveis, mudam de atitude, porque não querem matar a galinha dos ovos de ouro”, completa.

O Nupem - uma parceria do estado, através de bolsas da Faperj, com o município de Macaé, Petrobras, CNPq, MCT e Finep – também procura identificar as possibilidades ecológicas e economicamente viáveis para o uso racional dos ecossistemas marinho, manguezal e lagoas costeiras, avaliar as formas de degradação dos habitats onde ocorrem a procriação e o desenvolvimento dos recursos pesqueiros e apontar as principais alternativas para aumentar o estoque pesqueiro da região.  

Foto da capa: concurso da ONU para o Dia Mundial da Água

Compartilhar: Compartilhar no FaceBook Tweetar Email
  FAPERJ - Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro
Av. Erasmo Braga 118 - 6º andar - Centro - Rio de Janeiro - RJ - Cep: 20.020-000 - Tel: (21) 2333-2000 - Fax: (21) 2332-6611

Página Inicial | Mapa do site | Central de Atendimento | Créditos | Dúvidas frequentes