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Publicado em: 01/12/2005
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Pesquisa aborda mudanças da Av. Rio Branco ao longo do tempo


Paul Jürgens

A paisagem à sua volta não é nem de longe a mesma de há cerca de 100 anos, quando da sua inauguração pelo então prefeito Pereira Passos. Mas se o passar do tempo provocou muitas mudanças no território que hoje ela ocupa no espaço central da metrópole, a Avenida Rio Branco manteve sua importância na geografia urbana da cidade. Passado mais de um século, a antiga Avenida Central continua sendo o principal eixo de integração da cidade e ainda o seu mais importante centro de negócios. O interesse pela trajetória da avenida levou a pesquisadora Susana Mara Miranda Pacheco a se debruçar sobre uma multiplicidade de dados e informações sobre o espaço e os limites desse território. O estudo, que ganhou o título de O Mundo dos Serviços no Centro do Rio de Janeiro: Av. Rio Branco e Adjacências, foi contemplado no edital Primeiros Projetos da FAPERJ.

Rio Branco antes e depois

Batizada inicialmente de Avenida Central, a nova artéria, que permitiu a comunicação do centro comercial da cidade ao cais recém-ampliado, passou, em 1912, a se chamar Avenida Rio Branco – uma homenagem ao barão do Rio Branco, falecido naquele ano. Resultado de um esforço do então prefeito Pereira Passos para modernizar o perfil urbanístico da então capital da república, ela logo se constituiu na principal referência do centro da cidade. Apesar do êxodo de antigos moradores e de parte do comércio para outras áreas da cidade ao longo das últimas décadas, o lugar de destaque e o charme da avenida parecem resistir ao tempo.

“A Rio Branco resiste galhardamente a uma tendência de urbanização dispersa, como a ida de alguns negócios para a Barra da Tijuca”, avalia Susana, que desenvolve a pesquisa no Departamento de Geografia da Uerj. Doutora em Geografia Humana pela Universidade de Barcelona, instituição com a qual mantém uma permanente troca de informações com um grupo de pesquisa similar àquele que dirige na Uerj, a geógrafa diz que os dados levantados ao longo dos últimos dois anos já foram devidamente trabalhados, e que os resultados do estudo logo serão conhecidos. Ela espera publicar um volume sobre o assunto até o início de 2006.

A pesquisa de Susana irá mostrar, por exemplo, como a região em torno da avenida, depois de um movimento de descentralização ao longo dos anos, se recentraliza de forma diferente, com a revitalização de seu espaço. “A volta dos bares e a re-transformação do centro em área de lazer retoma o que ela era antes, em seus primórdios”, explica a pesquisadora.

A pesquisa, que abrange o período de 1906 a 2003, irá revelar como evoluíram a ocupação da área e as mudanças nas principais atividades profissionais que ali tinham o seu lugar. “Muito já se disse sobre a retirada dos cortiços e de suas conseqüências para a região, mas pouco foi dito das transformações por que passou o comércio naquele local ao longo do tempo”, diz Susana. “A pesquisa vai revelar como a Rio Branco e suas adjacências se tornaram o ‘coração terciário’ da cidade”, adianta.

Das atividades que ocupavam o centro do Rio no início do século XX, muitas desapareceram, como as de chapeleiro, fogueteiro, açougueiro e carpinteiro. Outras, simplesmente mudaram de nome, e continuam por lá, como o antigo guarda-livros, hoje contador. Entre as atividades que surgiram em lugar de outras que se foram, ganha destaque os serviços prestados por consultorias na área da informática e os consultores de empresas. Uma primeira análise de alguns dos números da pesquisa revela que os advogados, que constituíam apenas 9% da atividade comercial em 1906 hoje representam – de longe – o principal grupo de profissionais na região do centro, com 51%.  

Os recursos que recebe da FAPERJ auxiliam Susana em seu estudo, suprindo eventuais necessidades de sua equipe de colaboradores. A pesquisadora destaca, no entanto, o reconhecimento por seu trabalho como um dos aspectos mais importantes do apoio da instituição. “É importante ter o reconhecimento de instituições de fomento como a FAPERJ. É como uma chancela ao trabalho que nós pesquisadores fazemos”, diz. No início de 2006, a pesquisadora espera organizar um evento para debater os resultados. “Depois de mais de dois anos de trabalho, chegou a hora de prestar contas do que fizemos nesse tempo”. 

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