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Publicado em: 28/04/2005
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Governo do estado instala Fórum Permanente sobre C&T

Na presença de alguns dos principais expoentes da cultura e das ciências brasileiras, foi instalado na segunda-feira, 25 de abril, o Fórum Permanente de Discussão sobre a Política Estadual de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, presidido pelo secretário de estado Ciência, Tecnologia e Inovação do Rio de Janeiro, Wanderley de Souza. A sessão inaugural aconteceu no auditório do Centro Administrativo do Estado do Rio de Janeiro, no Centro. O objetivo do Fórum é traçar um diagnóstico preciso da ciência e da tecnologia na antiga capital da república, para, em seguida, definir as prioridades para o setor no futuro. Um documento deverá ser elaborado até julho, a tempo de ser apresentado na 1 Conferência Estadual de Ciência e Tecnologia, prevista para o mês de setembro.

Durante a sessão inaugural do fórum – instalado por iniciativa do governo do estado por meio da Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) -, o diretor-presidente da FAPERJ, Pedricto Rocha Filho, que integrou a mesa diretora, fez uma apresentação sobre as principais atividades da Fundação. Ele lembrou aos presentes que só em 2004 a entidade realizou um desembolso de mais de R$ 137 milhões. “Se por um lado, o desafio para todos nós é ajudar o Brasil a alcançar um patamar de exportações com amplo valor agregado, do outro, não podemos esquecer a questão do desenvolvimento econômico e social de nosso estado”, disse.

Sobre a necessidade de maiores investimentos e ações que estimulem o setor de tecnologia no estado, um dos assuntos que mais mobilizou os convidados, Rocha Filho disse que a FAPERJ já vem trabalhando para garantir mais oportunidades àqueles que gostariam de obter auxílios e bolsas em apoio a pesquisas na área de tecnologia. “De forma amadurecida e consciente, estamos, aos poucos, quebrando um paradigma, com a adoção de um viés inovador que levará a uma crescente alocação de recursos na área da pesquisa tecnológica – recursos esses que até pouco tempo atrás estavam concentrados unicamente na área científica”.

Também participaram dos debates o diretor-científico da FAPERJ, Jerson Lima Silva, e o diretor de Tecnologia da Fundação, Marcos Cavalcanti.

Fórum terá duas comissões trabalhando paralelamente

A sessão inaugural do fórum contou com a presença de cientistas, empresários e intelectuais de renome - como o antropólogo Roberto da Matta e os ex-ministros Francisco Weffort e Roberto Amaral. O titular da Secti, Wanderley de Souza, que presidiu os trabalhos, anunciou a formação de duas comissões para estudar o estado da arte da C&T no Rio: um grupo irá debater a realidade e as demandas necessárias ao desenvolvimento científico no estado; o outro fará o mesmo, tomando como referência o desenvolvimento tecnológico e a inovação.

Segundo Souza, os grupos deverão fazer o levantamento de bibliotecas e laboratórios de médio e grande porte, de forma a identificar os investimentos que se fazem necessários na área de infra-estrutura no estado. “A etapa final dos trabalhos será dedicada à definição das prioridades para o crescimento econômico do nosso estado, de modo a otimizar o emprego dos recursos estaduais por meio da FAPERJ”, disse o secretário.

Na primeira quinzena de maio, os dois grupos se reunirão separadamente. Em seguida, um documento será elaborado e distribuído à comunidade científica do estado. O documento definitivo será levado à discussão na primeira semana de C&T do estado, em setembro, que antecipará a 3 Semana Nacional de C&T, no mês seguinte, em Brasília.

Apresentações marcam inauguração do Fórum
A sessão inaugural do Fórum foi marcada por três apresentações. Na primeira delas, o subsecretário de Desenvolvimento Tecnológico da Secti, Luiz Henrique Almeida, fez um balanço da situação da pesquisa científica no estado do Rio de Janeiro, tomando por base o banco de dados do CNPq - Conselho de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. “O Rio de Janeiro tem 13,9% dos grupos de pesquisa cadastrados no CNPq, e responde por 23% das bolsas concedidas pela instituição. São números que, embora imprecisos, mostram que o estado ocupa posição de destaque no cenário nacional da C&T”, disse.

O padre Jesus Hortal, reitor da PUC-Rio, sugeriu a realização de um levantamento sobre a produtividade dos grupos de pesquisa, como forma de mensurar a produção acadêmica na região do estado do Rio de Janeiro.

A segunda exposição foi feita pelo diretor da Incubadora de Empresas da Coordenação de Programas de Pós-Graduação em Engenharia (Coppe) da UFRJ, Maurício Guedes. O professor defendeu de forma vigorosa um maior estímulo às parcerias entre o setor acadêmico e empresarial. “O capital intelectual do Rio de Janeiro, responsável por uma produção acadêmica de grande expressão no país, pode se transformar em mais emprego, renda e desenvolvimento social para o nosso estado. Mas para isso, precisamos auxiliar as micro e pequenas empresas em sua busca pela inovação tecnológica e pelo acesso a tecnologia”, afirmou.

O professor da Coppe citou diversos casos de empresas bem-sucedidas nascidas em incubadoras de empresas da UFRJ em áreas importantes como da saúde, petróleo e informática e lançou um alerta: “Se é cada vez mais raro ver um cientista trabalhando sozinho num laboratório, na área tecnológica isso é praticamente impossível. É preciso, urgentemente, mobilizar autoridades e representantes do meio acadêmico e empresarial para que se crie o ambiente necessário ao incremento das atividades no setor de tecnologia no estado – imprescindíveis nos dias de hoje o seu desenvolvimento econômico”.

A terceira e última exposição do dia foi a do diretor-presidente da FAPERJ. Numa das várias intervenções feitas após o término da apresentação de Rocha Filho, o ex-ministro Francisco Weffort se mostrou positivamente surpreso com o amplo espectro de atividades apoiadas pela FAPERJ  – a primeira do país a criar uma Diretoria de Tecnologia. Em 2004, a referida diretoria lançou, em conjunto com a Finep no âmbito do Pappe (Programa de Apoio à Pesquisa em Empresas), o edital Rio Inovação. O programa visa apoiar à criação de novas empresas e o desenvolvimentos de protótipos e produtos que tragam ganhos para a economia do estado.

“Fico surpreso, para o bem, diante do toda a precariedade que temos, com a atuação de uma agência como a FAPERJ. Precisamos, quem sabe, introduzir no debate a criação de uma lei de dedução fiscal para o estimular o desenvolvimento tecnológico. É do interesse do povo, do estado nacional, que os recursos de uma instituição pública como a FAPERJ possam ser beneficiados por uma dedução”, sugeriu. O antropólogo Roberto da Matta, que depois de muitos anos lecionando na prestigiosa universidade de Harvard voltou ao país, disse, numa das últimas intervenções da reunião, que é preciso quebrar as resistências entre os setores acadêmico e empresarial. “Temos que pôr fim a esse tabu de que a universidade não pode ter contato com as empresas”, disse.

 

 

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