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Publicado em: 17/06/2021 | Atualizado em: 18/06/2021
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Pesquisa por meio de biópsia líquida para tumores cerebrais faz novas descobertas

Claudia Jurberg

Equipe de pesquisadores envolvidos no estudo: achados foram
divulgados no periódico The Pituitary Journal (Fotos: Divulgação)

Um grupo de pesquisadores do Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer (IEC) descreveu, pela primeira vez, uma nova mutação em um tumor cerebral, localizado na hipófise, com o uso da biopsia líquida por PCR digital (da sigla, em inglês, Digital Polymerase Chain Reaction). Os resultados foram divulgados em importante revista internacional, o Pituitary Journal.

Liderados pelos pesquisadores Vivaldo Moura Neto e Veronica Aran, o estudo descreve uma mutação na proteína conhecida como K-RAS em macroadenoma hipofisário – um tipo de tumor cerebral também identificado como adenoma pituitário.

O macroadenoma hipofisário pode acarretar sintomas como dores de cabeça, perda parcial de visão e alterações em hormônios. Os pesquisadores fizeram uma análise comparativa entre a biópsia de tecido e a biópsia líquida e, neste caso, em ambos os processos, o resultado foi positivo para a mutação. Até então, a mutação na K-RAS era descrita em diferentes tumores, mas principalmente em tumores gastrointestinais e de pulmão. Segundo Vivaldo Moura Neto, esse resultado aponta uma mutação até então não descrita nesse tipo de tumor de hipófise.

Os achados foram viabilizados pela biópsia líquida por PCR digital - realizada com a coleta de sangue de um paciente com esse tipo de tumor cerebral. A técnica é menos invasiva e esse exame de PCR digital, utilizando gotas de plasma de pacientes, pode ser utilizado na identificação dessa e de outras possíveis e raras mutações. O estudo envolveu as equipes de neuroendocrinologia da médica Monica Gadelha, a de neuropatologia com a especialista Leila Chimelli, e foram lideradas pelo médico Paulo Niemeyer Filho.

"Quando as biópsias tumorais são difíceis de serem obtidas como no caso de tumores cerebrais, essa opção de biópsia líquida, que descrevemos, é uma importante conquista tanto para medicina, como para ciência e também para o paciente, pois pode ser uma forma menos invasiva de detecção de um tumor cerebral", afirma Moura Neto.

Vivaldo Moura Neto e Veronica Aran: para os pesquisadores, a 
utilização da biópsia líquida pode levar a uma forma menos
invasiva de detecção de um tumor cerebral
(Foto: Divulgação)

O pesquisador ainda explica que a conquista deste estudo representa uma nova oportunidade para a comunidade científica na investigação de outros potenciais impactos de mutações dessa proteína em tumores hipofisários, uma vez que este tumor pode também estar associado com crescimento de adenoma, invasividade e prognóstico da doença.

O professor Vivaldo Moura Neto ainda destaca a importância da plataforma de biópsia liquida do Instituto Estadual do Cérebro na identificação de possíveis biomarcadores tumorais em outros tumores cerebrais tais como Glioblastoma, Schwannoma, Meningioma, Ependinoma, entre outros. Além disso, outros tipos de câncer podem ser avaliados, podendo ser de utilidade a outros centros e grupos de pesquisa do Estado do Rio de Janeiro e do Brasil.

A hipófise é uma glândula localizada no cérebro e responsável pela produção de alguns hormônios como cortisol, prolactina, hormônio do crescimento e aqueles que estimulam o funcionamento dos ovários e dos testículos. Com o aparecimento e crescimento de um tumor nessa glândula, esses hormônios ficam alterados e os pacientes podem sentir sintomas neurológicos como dor de cabeça ou perda parcial da visão, além de infertilidade, diminuição da libido, produção de leite, entre outros.

A pesquisa contou com financiamento da FAPERJ e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

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