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Publicado em: 20/02/2020
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Estudo mapeia dieta de brasileiros para propor modificações saudáveis e baratas

Juliana Passos

Gráfico apresenta os dados consolidados das sugestões de mudança
na alimentação dos brasileiros em gramas diários (Imagem: Faperj)

Preocupado com a melhoria da dieta da população e em formular uma proposta em acordo com os hábitos culturais e o custo dos alimentos, o pesquisador do Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IMS/Uerj) Eliseu Verly Júnior está trabalhando com uma grande base de dados para traçar o perfil ideal da dieta para diferentes grupos sociais e regionais. O nutricionista trabalha com os dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) e uma subpesquisa, também do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), chamada Inquérito Nacional de Alimentação. Da POF, extrai dados de compras de mais de 55 mil domicílios e cruza estas informações com a rotina de alimentação de mais de 30 mil indivíduos. A pesquisa conta com apoio da FAPERJ por meio do programa Jovem Cientista do Nosso Estado, em que foi contemplado.

O estudo parte do pressuposto de que a mudança de dieta é necessária, mas que o custo dos alimentos e as características locais podem tornar inviáveis escolhas alimentares mais saudáveis. “A partir dos dados do IBGE, nós estamos analisando como as pessoas se alimentam e a viabilidade, dada a renda familiar e o que elas já gastam com a alimentação, terem uma alimentação adequada”, explica o pesquisador. Para exemplificar, o nutricionista cita como exemplo o consumo de peixe na Região Norte do País, que é maior quando comparada com as demais regiões. De acordo com Verly Júnior, o menor custo, a grande aceitabilidade local, e sua qualidade nutricional o tornam um alimento fundamental, cujo consumo deve ser incentivado.

Outra vertente inclui o impacto ambiental, ou seja, como escolhas saudáveis, culturalmente aceitáveis e acessíveis, podem contribuir para redução do impacto ambiental a partir da alimentação. Ele cita como exemplo a produção de carne vermelha, que, segundo diversos estudos publicados nos mais prestigiados periódicos científicos internacionais, tem contribuição considerável nas mudanças climáticas. Nesse caso, o estudo sugere que se reduza o consumo de carne vermelha em todo o Brasil. “Esses são dados consolidados, mas também estamos trabalhando com diversos estratos sociais e suas diferenças regionais”, detalha.

Eliseu Verly Jr.: 'Nosso estudo busca uma 
dieta adequada à cultura, custo e com
qualidade 
nutricional' (Foto: Divulgação/IMS)

De acordo com os dados preliminares obtidos com a pesquisa, de modo geral, a refeição ideal do brasileiro poderia conter menos arroz, que seria compensado com mais feijão; menos carne vermelha e processados, e mais peixe e salada. Ainda segundo o estudo, o consumo de ovo deveria ser mais incentivado nas regiões Norte e Nordeste, onde esse alimento tem uma boa aceitabilidade. Já o frango poderia ser mais consumido nos quatro cantos do país, com exceção da Região Centro-Oeste, onde o consumo de carne vermelha já é elevado. Outra classe de alimentos que pode ter seu consumo aumentado na refeição diária é o de laticínios. E os alimentos prontos para consumo, tais como salgadinhos, molhos, biscoitos, vários tipos de pratos prontos ou semiprontos e refrigerantes, devem ser diminuídos em todo o País. “O consumo de alimentos ultra-processados é associado ao maior consumo calórico e estudos recentes tem sugerido associação com obesidade e outras doenças crônicas”, explica o nutricionista.

Ainda em andamento, a pesquisa pretende encontrar uma combinação de alimentos em diversidade e quantidade suficiente para atender a um conjunto de recomendações nutricionais, seguras e que sejam factíveis de serem adotadas pela população.A pesquisa também está avaliando a compatibilidade entre uma alimentação saudável, com maior quantidade de frutas e hortaliças, e o risco de consumo excessivo de resíduos de agrotóxicos presentes nos alimentos. Para isso, os dados de consumo de alimentos serão relacionados com os obtidos pelo Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (Para – 2013/2015) em que foram analisadas 12.051 amostras de 25 alimentos de origem vegetal.

Ainda em andamento, a pesquisa pretende encontrar uma combinação de alimentos em diversidade e quantidade suficiente para atender a um conjunto de recomendações nutricionais, seguras e que sejam factíveis de serem adotadas pela população.

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