Débora Motta
Diante de empreendedores, Sergio Mecena apresenta os principais pontos do edital Start-up Bio (Foto: Lécio Augusto Ramos) |
Pesquisadores e empreendedores fluminenses participaram na tarde desta quarta-feira, 22 de junho, de um workshop, realizado no auditório da Academia Brasileira de Ciências (ABC), com o objetivo de esclarecer dúvidas e orientar a inscrição de projetos no edital Start-up Bio. Lançado pela FAPERJ em 12 de maio, o programa, também conhecido como Apoio ao Empreendedorismo e Formação de Start-ups em Saúde Humana do Estado do Rio de Janeiro - 2016 (edital FAPERJ nº 07/2016), é uma iniciativa inédita da Fundação para incentivar a formação de start-ups na área de saúde em âmbito estadual. O período de orientação para a construção de propostas vai de 12 de maio a 4 de agosto. Já as inscrições para a pré-seleção do programa irão de 8 de agosto a 6 de outubro deste ano.
Com recursos totais da ordem de R$ 10 milhões, o Start-up Bio visa incentivar projetos de grupos de pesquisa que possam vir a se tornar empresas nascentes de base científica e tecnológica, normalmente denominadas como start-ups, para criar um cluster de biotecnologia no estado do Rio de Janeiro. Com o programa, a Fundação visa fomentar projetos inovadores no desenvolvimento de produtos e tecnologias, focalizando doenças prioritárias dos Programas Estratégicos do Ministério da Saúde no escopo do Sistema Único de Saúde (SUS), conforme o disposto na portaria Nº 2.888, de 30 de dezembro de 2014, e suas edições anuais subsequentes.
Entre os produtos estratégicos para o SUS neste edital estão aqueles pertencentes aos seguintes grupos: Grupo 1: fármacos; Grupo 2: medicamentos; Grupo 3: adjuvantes; Grupo 4: hemoderivados e hemocomponentes; Grupo 5: vacinas; Grupo 6: soros; Grupo 7: produtos biológicos ou biotecnológicos de origem humana, animal ou recombinante; Grupo 8: produtos para diagnóstico de uso in vitro. Poderão ainda ser incluídos produtos e bens que compõem os programas estratégicos desenvolvidos no âmbito do Ministério da Saúde, mesmo que não previstos nos grupos acima.
Para a diretora de Tecnologia da FAPERJ, Eliete Bouskela, o Start-up Bio vai ajudar a promover a cultura do empreendedorismo na universidade. “Esse edital tem a finalidade estratégica de colocar a universidade em posição de fazer negócios. É uma função de aproximar os empresários da universidade, por meio dos empreendedores”, destacou Eliete. “Temos uma situação ruim no Brasil em relação à necessidade de importar medicamentos. Mais de 80% dos fármacos consumidos no País vêm do exterior. É importante incentivar a produção nacional”, completou.
O Start-up Bio tem o apoio do Grupo Executivo do Complexo Industrial das Ciências da Vida do Estado do Rio de Janeiro (GECIV-RJ), que reúne instituições públicas e congrega instituições públicas e privadas do estado, visando ao desenvolvimento biotecnológico, com a missão de elaborar e desenvolver as diretrizes das políticas estaduais de fortalecimento do complexo produtivo e de inovação em ciências da vida. De acordo com o assessor da Diretoria de Tecnologia da FAPERJ Sergio Mecena, que integra o GECIV-RJ, a proposta do edital é transformadora. “O Start-up Bio tem a preocupação de motivar a formação de empreendimentos a partir de grupos de pesquisa em biotecnologia. Não esperamos o produto final, mas que os grupos de pesquisa consigam sair da fase de pesquisa básica e chegar à fase de prova de conceito habilitados a criar um empreendimento, a gerar valor e atrair investimentos para o desenvolvimento de produtos em saúde estratégicos a sociedade”, disse Mecena.
Para a gestora do Polo de Biotecnologia do Rio de Janeiro (BioRio), Katia Aguiar, também integrante do GECIV-RJ, a parceria com a Fundação vai render bons frutos para a inovação tecnológica estadual. “A FAPERJ tem sido um canal importante para viabilizar as discussões do GECIV-RJ. Temos uma lacuna no País na área de biotecnologia, e essa é a área que será responsável pelas grandes descobertas de cura de doenças no futuro. Só vamos colocar o Brasil no mapa mundial da biotecnologia quando estabelecermos as bases para a criação dessas start-ups”, destacou Katia.
Serão de sete a 20 projetos contemplados, que receberão capacitação em empreendedorismo, com mentoria (coaching) e aulas presenciais, durante os 18 meses de vigência do edital. Essa capacitação, para que os pesquisadores pensem a técnica de como gerar negócios, será desenvolvida em colaboração com a BioRio, o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Estado do Rio de Janeiro (Sebrae-RJ) e o programa Start-up Rio.
Também estiveram presentes no workshop o presidente da FAPERJ, Augusto C. Raupp, os assessores da Diretoria de Tecnologia da Fundação Antonio Paes de Carvalho e Isabella Montenegro, e o consultor da Diretoria de Biodiversidade da Associação Brasileira das Indústrias de Química Fina, Biotecnologia e suas Especialidades (Abifina), Gilberto Soares, entre outros.
Sobre o Start-up Bio
Podem ser proponentes grupos de pesquisa formados por profissionais da área, professores pesquisadores, estudantes e/ou técnicos. Os grupos de pesquisa distinguem-se por sua reconhecida atuação seja em linhas de pesquisa, especialidades do conhecimento e setores de aplicação bem definidos, com produção científica e tecnológica e padrões de interação com o setor produtivo. Esses grupos deverão estar localizados em universidades, instituições isoladas de ensino superior, institutos de pesquisa científica, institutos tecnológicos, incubadoras e parques tecnológicos, laboratórios de pesquisa e desenvolvimento de empresas estatais e de empresas privadas sediadas no estado do Rio de Janeiro.
Cada uma das propostas encaminhadas a este edital deverá ser de, no mínimo, R$ 500 mil e com valor máximo de R$ 1,5 milhão. Cada uma delas deverá trazer o detalhamento das etapas distintas de execução do projeto, deixando claro qual o produto estratégico que se estará objetivando atingir em cada uma das etapas.
Os recursos financeiros destinados a cada projeto serão liberados em três parcelas, condicionadas à aprovação do Relatório Técnico pela FAPERJ e da avaliação realizada pela equipe de acompanhamento e avaliação.
Os grupos de pesquisa com projetos aprovados poderão ainda solicitar bolsas para complementar a equipe do projeto (pós-doutorado; doutorado e mestrado, para alunos de programas de pós-graduação de Instituições de Educação Superior (IES) fluminenses; iniciação tecnológica, para alunos de programas de graduação de IES fluminenses; e técnicos de nível médio e superior).
Os recursos do edital poderão financiar despesas de capital, como material permanente e equipamentos; e despesas de custeio, como material de consumo; serviços de terceiros (pessoas físicas e jurídicas) com caráter eventual, incluindo a manutenção de equipamentos e material permanente, a realização de pequenos reparos e adaptações de bens imóveis, e a contratação de licenças de softwares, além de diárias e passagens, desde que compreendam despesas necessárias para o desenvolvimento do projeto de pesquisa (excluídas diárias e passagens para participação em eventos científicos e tecnológicos).
O programa tem duração de 18 meses e finalizará com a apresentação dos projetos num “Demo Day”, etapa final em que os grupos de pesquisa apresentarão seus resultados para um conjunto de investidores, que avaliarão a viabilidade dos produtos desenvolvidos e poderão patrocinar a continuidade dos empreendimentos. O edital terá duração global de 18 meses, desde seu lançamento até o “Demo Day”.
Confira a íntegra do edital Apoio ao Empreendedorismo e Formação de Start-ups em Saúde Humana do Estado do Rio de Janeiro - 2016.
Dúvidas sobre o Start-up Bio devem ser encaminhadas para os seguintes e-mails: biotec2016@faperj.br , antonio.paes@faperj.br e sergio.filho@faperj.br
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