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Publicado em: 05/08/2004
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Pesquisas em TV Digital avançam no Rio de Janeiro

Marina Lemle

 

Muito além de um salto de qualidade em imagem e som, a TV digital significará um grande avanço também no objetivo de incluir milhões de brasileiros no mundo da internet. Entre diversas outras aplicações, a TV digital pode ser valiosa ferramenta para a ampliação das iniciativas de educação a distância, o que, junto com a inclusão digital, é um dos objetivos do governo estadual. Mas tudo isso depende de uma decisão fundamental, que atinge o país inteiro: qual padrão digital deve ser adotado no Brasil? Para muitos especialistas, o país deve ter seu próprio sistema em vez de adotar o japonês, o americano ou o europeu – opinião compartilhada pelas várias instâncias de governo, inclusive a federal.

 

O fato é que dezenas de pesquisadores brasileiros já trabalham em torno do mesmo objetivo – desenvolver um Sistema Brasileiro de TV Digital e tecnologias e serviços que aprimorem e complementem este sistema. Deste grupo crescente fazem parte autores de projetos apoiados pela FAPERJ. É o caso da professora Débora Christina Muchaluat Saade, do Departamento de Engenharia de Telecomunicações da Universidade Federal Fluminense, que acaba de ser selecionada no edital Primeiros Projetos da FAPERJ. Com este apoio, ela poderá equipar seu laboratório de comunicação de dados multimídia, o MídiaCom, com set-top boxes e outros aparelhos necessários para testar aquilo que desenvolve: documentos hipermídia para TV interativa.

 

Débora, de 31 anos, criou e vem aprimorando, desde o tempo de seu doutorado na PUC-Rio, a linguagem de autoria hipermídia NCL, baseada no XML, padrão utilizado na web. O objetivo da linguagem é integrar, de forma síncrona, num mesmo documento digital, objetos de mídias diversas, como áudio, vídeo, imagem e texto. A idéia é que a linguagem possa ser reconhecida por aparelhos distintos como TVs com set-top boxes (adaptadores), computadores e até portáteis, como palms e celulares. Neste momento, a professora concentra-se na integração da NCL com a linguagem XMT do padrão MPEG-4. Ela explica que estas são linguagens modulares, que podem ser combinadas para que incorporem novas facilidades. As linguagens desenvolvidas têm código aberto, ou seja, podem ser adaptadas de acordo com necessidades específicas.

Já o trabalho desenvolvido pelo professor Edmundo Albuquerque de Souza e Silva, do Programa de Engenharia de Sistemas e Computação da Coppe/UFRJ, beneficia diretamente os projetos de educação a distância. Bolsista do programa Cientistas do Nosso Estado da FAPERJ, Souza e Silva desenvolve e implementa recursos para a transmissão de videoconferências, vídeos educativos, aulas e outros aplicativos para educação a distância.

 

O servidor multimídia do projeto de Souza e Silva roda programas de código aberto que permitem, por exemplo, que alunos acessem por computador aulas pré-gravadas e consultem, interativamente, transparências que remetem a simulações, imagens, textos e até programas de computador. O servidor possibilita ainda o contato virtual do aluno com o professor.

 

O projeto deste Cientista do Nosso Estado vem gerando diversas aplicações e parcerias. Uma delas une o Cederj (Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro), a Faculdade de Medicina da UFRJ e a Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro num programa de educação continuada na área médica. O Cederj é beneficiado ainda por um projeto que levará cursos de informática aos seus pólos de educação a distância a partir de março de 2005, numa iniciativa que conta com a participação de especialistas do Instituto de Computação da UFF. As tecnologias desenvolvidas por Souza e Silva e sua equipe também já foram aproveitadas pelo Canal Saúde da Fiocruz, num programa de entrevistas com jovens na internet e para videoconferências.

 

De acordo com ele, os recursos de educação a distância também poderão servir para a TV Digital. “A base é a mesma, basta adaptar os algoritmos”, anima-se o professor, que trabalha ainda em cooperação internacional com as Universidades de Massachusetts, da Califórnia e a UFMG.

 

Outra linha de pesquisa é a área do professor Eduardo Antonio Barros da Silva, do Programa de Engenharia Elétrica da Coppe/UFRJ. Ele estuda técnicas alternativas para comprimir arquivos de imagem e vídeo garantindo alta qualidade e menos quantidade de dados, permitindo uma transmissão mais eficiente, necessidade básica da TV digital.

Ex-bolsista do programa Cientista Jovem do Nosso Estado, da FAPERJ, Barros da Silva explica que os sistemas de radiodifusão digital em uso no mundo hoje utilizam o padrão MPEG2, que já tem dez anos. Já foram desenvolvidos padrões mais modernos, como o WM9 (de código proprietário da Microsoft), o MPEG4 e o MPEG4 AVC (Advanced Video Coding) ou H264, recomendado pela União Internacional de Telecomunicações, mas ainda não estão disponíveis em larga escala. Novos padrões – e em especial o H264/MPEG4 AVC – fazem parte do foco dos estudos atuais do pesquisador, que busca formas de adaptá-los a partir de novos conceitos.

“Não vamos reinventar a roda, mas aproveitar o que já foi feito e adaptar às nossas necessidades”, diz o especialista, ressaltando que o ponto principal da defesa de um padrão nacional de TV digital é acabar com a exclusão digital, com um receptor simples e barato que possa levar o acesso à internet aos milhões de brasileiros que têm televisão em casa.

 

Já a área do bolsista Nota 10 da FAPERJ Antônio Tadeu Azevedo Gomes é a infra-estrutura de redes para transmissão de dados para TV digital. Seu trabalho como doutorando do Departamento de Informática da PUC-Rio envolve o uso de redes programáveis, que permitem a adaptação rápida de serviços de comunicação de acordo com novas demandas. “Enquanto a difusão da TV comum é uma via de mão única, a TV digital permitirá futuramente maior interatividade através de novos serviços, como os de Internet”, explica Tadeu Gomes.

 

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