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Publicado em: 12/11/2015
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Projeto reforça a importância do Campo de Santana no mapa do turismo carioca

Débora Motta

Caricatura sobre a chegada da República em jornal da época
estará em destaque na Casa de Deodoro
 (Foto: Reprodução)

Desde os tempos coloniais, o Campo de Santana, no Centro do Rio, foi testemunha de fatos que marcaram a história política e social da capital fluminense e do Brasil, como a aclamação do imperador Pedro I, em 1822, de D. Pedro II, em 1841, e a Proclamação da República, em 1889, e chegou até a abrigar a antiga Câmara Municipal, de 1882 a 1896. Apesar da sua inegável importância, o campo, em cima do qual foi construída a Praça da República, deixou de ser um ponto nobre na vida da cidade, quando foram inauguradas as avenidas Rio Branco e a Cinelândia. Para resgatar um pouco dessa história, o projeto “Janelas Abertas para a República” vai oferecer, de 15 a 22 de novembro, visitas guiadas, diárias e gratuitas, ao Campo de Santana e seus arredores. As atividades, realizadas com recursos do edital Prioridade Rio, da FAPERJ, se inserem no contexto das comemorações da Semana da República e pelos 450 anos da fundação da cidade.

O projeto é uma iniciativa do Laboratório de Tecnologia e Desenvolvimento (LTDS), do Programa de Engenharia de Produção da Coppe (Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ), em conjunto com o projeto de extensão Turismo Cultural no Campo de Santana, do curso de Turismo da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio), e com a Diretoria do Patrimônio Histórico e Cultural do Exército (DPHCEX). “Os interessados poderão escolher entre sete opções de roteiros turísticos: Campo de Santana e arredores; Arquitetura; Gastronomia; Lugares de memória; Presença militar no Campo de Santana; Campo de Santana e seus personagens; e Patrimônio afro-brasileiro”, disse a coordenadora executiva do projeto, Marisa Egrejas.  

Cada circuito vai lançar um olhar diferente sobre o mesmo sítio histórico. “No roteiro Patrimônio afro-brasileiro, a visitação vai incluir a Igreja de São Gonçalo Garcia, localizada na esquina de Rua da Alfândega com a Praça da República, que, desde 1854, passou a abrigar também a Igreja de São Jorge, quando ela foi desmontada de sua localização original, na Rua Gonçalves Ledo, onde estava prestes a ruir. Hoje, as duas igrejas coexistem no mesmo terreno: é a Venerável Confraria dos Gloriosos Mártires São Gonçalo Garcia e São Jorge. Mas é interessante notar que, ao longo do tempo, São Jorge foi ganhando mais devotos, particularmente em função do sincretismo religioso, e, na atualidade, a igreja é bem mais conhecida por ser dedicada a este santo”, explicou.

No circuito Gastronomia, a influência dos sírios e libaneses pode ser observada na região do Saara, onde o comércio de quibes e esfirras é tradicional. "O comércio local vem recebendo grande número de comerciantes coreanos e chineses, e já se nota uma mudança na gastronomia local, com a criação de yakisobarias na área. Esse roteiro ainda dará uma esticadinha até o Armazém do Senado, que mantém o mobiliário centenário para servir bebidas e petiscos. Já no circuito Arquitetura, estarão em foco os solares, palacetes e edificações do entorno do Campo de Santana, como o Arquivo Nacional, a Casa do Barão de Ubá, a Igreja de São Jorge, a Biblioteca Parque, o Palácio Duque de Caxias, o Panteão e a Central do Brasil”, citou Marisa.

As visitas serão conduzidas por alunos recém-formados pelo curso técnico de Turismo do Colégio Estadual Antônio Prado Júnior. “Será uma oportunidade de inserção no mundo do trabalho para esses jovens e de formação de redes de relacionamento profissional. O curso da rede pública estadual (Seeduc-RJ) forma profissionais nas habilitações de guia de Turismo de Excursão, nacional e regional, agentes de viagens e auxiliares de gerência de meios de hospedagens”, disse a coordenadora do projeto. “Serão realizadas também atividades como inventário turístico e estudos de abordagem histórica do lugar, com produção de conteúdos didáticos para treinamento dos guias de turismo e soldados-condutores de visitantes da Casa Histórica de Deodoro”, completou.

Aquarela do Campo de Santana em 1818, na concepção
do pintor austríaco Franz Josef Frübeck (Foto: Reprodução)

Todas as saídas terão como ponto de apoio e de início a Casa Histórica de Deodoro, espaço cultural administrado pelo Exército Brasileiro, para onde devem se dirigir os visitantes – haverá saídas às 10h e às 13h. Na sexta, no sábado e aos domingos, haverá saídas extras às 11h e às 14h (confira abaixo a grade horária de visitação). Foi desse casarão histórico, então residência de Deodoro da Fonseca, que o marechal partiu na madrugada de 14 de novembro de 1889, de charrete, para buscar as tropas de revoltosos em São Cristóvão e proclamar a República, depois de cruzarem o Campo de Santana e se dirigirem até o lugar onde seria construído o atual Panteão de Caxias. Sede do Exército, ali estão abrigados os restos mortais de seu patrono.

“A casa histórica é de 1807 e conserva as paredes erguidas com pedra, óleo de baleia, taipa e cal. Ela mantém entre as peças do acervo permanente a mesa onde o governo provisório de Deodoro assinou os primeiros decretos e oficializou questões como a criação da atual bandeira nacional. Depois, a sede do governo se mudou para o Palácio do Itamaraty, na Rua Marechal Floriano. A casa tem um salão que conta a história do palacete, outro que conta a vida do Deodoro e de sua família, e reserva um andar inteiro para o Instituto de Geografia e História Militar”, explicou o diretor da Casa de Deodoro, o coronel Joel Francisco Corrêa.

Além de conhecer o acervo permanente dedicado ao primeiro presidente do Brasil, os visitantes poderão ver uma exposição com mais de dez reproduções de gravuras alusivas ao tema da Proclamação da República, publicadas nas revistas e periódicos da época, com a curadoria da equipe do LTDS e da DPHCEx. “O projeto veio para valorizar não só a casa como sítio histórico, que é o ponto de partida de todos esses roteiros, mas todos os monumentos ao redor do Campo de Santana. É importante mostrar à população que eles existem e têm valor. Também estamos com uma parceria com a Fundação Parques e Jardins para fazer ações e recuperar essa área para a população do Rio. Que essa região seja mais do que uma zona de passagem e que as pessoas parem para apreciar a sua bela história”, completou o coronel.

Cartaz de divulgação do projeto destaca que as saídas
terão origem na Casa de Deodoro (Foto: Reprodução)

A motivação principal de todos os percursos é contribuir para a compreensão do valor da região para os cariocas, como um sítio simbólico de pertencimento. “O Campo de Santana e a Casa Histórica de Deodoro em seu entorno são referências de uma região com um significado muito denso para a identidade do Rio e do Brasil. No entanto, ela foi sendo transformada numa espécie de lugar de passagem, de não lugar, sem falar em uma certa degradação das condições de segurança, o que preocupa a população. O projeto pretende contribuir para que o Campo de Santana se torne um lugar de estar, de visitação, de lazer, mais do que de passagem. Isso converge com uma série de iniciativas que estão acontecendo para a revitalização do Centro do Rio”, ponderou o coordenador da iniciativa, Roberto Bartholo, que é professor da Coppe/UFRJ e doutor em Engenharia de Produção.

Nesse sentido, participam como instituições interlocutoras e colaboradoras do “Janelas abertas para a República”: o Arquivo Nacional, a Biblioteca Parque Estadual, a Supervia, a Fundação Parques e Jardins, a Venerável Confraria dos Gloriosos Mártires São Jorge e São Gonçalo Garcia, as Escolas Municipais Rivadávia Correa e a Escola de Desenvolvimento Infantil Campos Salles (que funciona dentro do Campo de Santana), a Associação do Saara, o Palácio do Itamaraty, o Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, a Gafieira Elite, além organizações do próprio Exército, como o Comando Militar do Leste, instalado no Palácio Duque de Caxias. “O processo de construção de uma rede interinstitucional colaborativa levou ao enriquecimento do evento inicial, fomentando e articulando uma série de outras atrações no circuito de visitações, como a apresentação da Banda do Exército; a exposição “Rio em Movimento” – sobre as transformações urbanas na região, promovida pelo Arquivo Nacional; a solenidade de hasteamento de uma Bandeira do Brasil, pelo Exército, em comemoração ao Dia da Bandeira; e a exposição de fotos que contam a história do primeiro Jardim de Infância público, realizado pela Escola Municipal de Desenvolvimento Infantil Campos Salles”, concluiu Marisa.

Confira a grade horária dos circuitos turísticos:

Data: Todos os dias da semana de 15 a 22 de novembro.

Saídas: às 10h e às 13h. Sexta, sábado e domingos saídas extras às 11h e às 14h.

Local: Casa Histórica de Deodoro. Praça da República, 197.

Estação mais próxima de Metrô: Central

ESCALA DE SAÍDA DOS PASSEIOS

 

DIA

SAÍDA

TEMA PRINCIPAL

PERCURSO

 

10 H

Abertura oficial do Projeto

Campo de Santana

15/DOM

11 H

CAMPO DE SANTANA E ARREDORES: Circuito base, cuja proposta é contemplar a região, fazer vínculos entre o passado e o presente, observar as transformações urbanas, observar os tipos característicos, os estilos arquitetônicos e ecológicos, satisfazer a curiosidade do visitante. Algumas informações e histórias referentes ao Campo de Santana e seu entorno, a partir da observação dos rastros do tempo e dos elementos do passado que continuam vivos refletidos nas edificações ou nas memórias locais.

Circulação no entorno imediato do Campo de Santana e em seu interior.

Visitas internas

Casa Histórica de Deodoro, Campo de Santana, Estatuária interna, Gruta.

12 H

13 H

ARQUITETURA: Compreender o valor da região para os cariocas a partir da observação dos solares e palacetes, das edificações modernas e contemporâneas, da estatuária, das diferenças do traçado urbano ao longo do tempo. Interpretações sobre algumas edificações locais observadas a partir de seus estilos de época, tais como Arquivo Nacional, Casa do Barão de Ubá, Igreja de São Jorge, Biblioteca Parque, Palácio Duque de Caxias, Panteão, Central do Brasil.

Circulação no entorno imediato do Campo de Santana e em seu interior.

Visitas internas

Casa Histórica de Deodoro, Estatuária interna do Campo de Santana.

14 H

16/SEG

10 H

CAMPO DE SANTANA E ARREDORES

Já informado.

13 H

17/TER

10 H

GASTRONOMIA: Compreender a importância da cultura síria e libanesa para a região e para os cariocas, observando as peculiaridades e características dos negócios, os pregões dos vendedores, artigos e gastronomia local. Observar as mudanças em curso, com a chegada de novos imigrantes, como no adensamento urbano. Durante o percurso serão apresentadas algumas casas que comercializam a culinária característica, como kibes e esfirras, pratos típicos e doces árabes.

Fazer uma viagem no tempo observando o tradicional Armazém do Senado que ainda mantém seu aspecto original.

Saída da Casa Histórica de Deodoro em direção ao Saara, passando pelo Campo de Santana. Circulação interna no Saara, seguindo até a Rua do Senado, passando pela Rua dos Inválidos, e retornando ao Campo.

Visitas internas

Casa Histórica de Deodoro, Campo de Santana, ruas do Saara.

13 H

CAMPO DE SANTANA E ARREDORES

Idêntico

18/QUA

10 H

LUGARES DE MEMÓRIA: Essa região está repleta de lugares cuja principal função é a preservação da memória do carioca, servindo como espaço privilegiado para a pesquisa histórica no Rio de Janeiro.

Campo de Santana, Biblioteca Parque e Av. Pres. Vargas.

Visitas internas

CHD, Arquivo Nacional.

13 H

LUGARES DE MEMÓRIA: Percurso semelhante ao da manhã, mas, à tarde, a visita interna será no Arquivo do Exército.

Campo de Santana e Av. Presidente Vargas.

Visitas internas

Casa Histórica de Deodoro, Biblioteca Parque, Arquivo do Exército.

19/QUI

10 H

PRESENÇA MILITAR NO CAMPO DE SANTANA: O Campo de Santana, desde tempos remotos, esteve vinculado à presença militar. A proposta deste roteiro é contemplar a região buscando fazer vínculos entre passado e presente, buscando observar a importância da presença militar na construção da história local.

Interpretações a partir da memória local e dos fatos marcantes do lugar, como a Proclamação da República.

Circuito no entorno e no centro do Campo de Santana.

Visitas internas

Casa Histórica de Deodoro, Campo de Santana, Monumento a Duque de Caxias, Palácio Duque de Caxias, Arquivo Geral do Exército.

13 H

CAMPO DE SANTANA E SEUS PERSONAGENS: Os sítios simbólicos de pertencimento do carioca. As ruas como personagens da cidade, onde o carioca vive e interage.

Circulação por parte do Campo de Santana, Av. Presidente Vargas e Central do Brasil.

Visitas internas

Casa Histórica de Deodoro, Campo de Santana e Central do Brasil.

20/SEX

10 H

CAMPO DE SANTANA E ARREDORES

Idêntico.

11 H

13 H

PATRIMÔNIO AFRO-BRASILEIRO: No dia em que se comemora a Consciência Negra, este roteiro contará histórias relacionadas ao patrimônio afro-brasileiro, indicando alguns lugares que se tornaram simbólicos ao longo dos tempos.

Circulação pelo Campo de Santana, Av. Presidente Vargas, estátua de Zumbi dos Palmares, Escola Tia Ciata.

Visitas internas

Casa Histórica de Deodoro, Campo de Santana.

14 H

21/SAB

10 H

GASTRONOMIA

Idêntico

13 H

11 H

CAMPO DE SANTANA E ARREDORES

Idêntico

14 H

22/DOM

10 H

CAMPO DE SANTANA E ARREDORES

Idêntico

13 H

11 H

ARQUITETURA

Idêntico

14 H

 

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