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Publicado em: 27/08/2015
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Marinha do Brasil e FAPERJ: parceria crescente em pesquisa e inovação

Aline Salgado

Visita ao IPB, da esq. para a dir.: CF Leal Gregório,
Mauro Pavão (UFRJ), Augusto C. Raupp, AE
Ilques Barbosa Jr., Eliete Bouskela, Jerson

Lima Silva, VA Sérgio Pereira, VA Edson
Baltar 
e CA Edmar Arêas (Foto: Divulgação/Marinha)

Uma interação de apenas quatro anos vem garantindo a expansão dos projetos de pesquisa e inovação nas áreas de biomedicina da Marinha do Brasil. Com o apoio da FAPERJ, o Instituto de Pesquisas Biomédicas do Hospital Naval Marcílio Dias (IPB), localizado no bairro do Lins de Vasconcelos, Zona Norte do Rio, tem conseguido se firmar como um centro de referência na produção de ciência e tecnologia no estado. Desde 2012, a Marinha tem emplacado inovadores projetos nos editais da Fundação.

Os apoios, que somam pouco mais de R$ 1 milhão, foram obtidos por meio de dois programas Auxílio Básico à Pesquisa (APQ 1) e outros dois Auxílio a Projetos de Inovações Tecnológicas (ADT 1). O montante foi direcionado para a implantação e infraestrutura de biotério de experimentação, para a construção do laboratório de biologia celular e a formação de um biorrepositório (local de armazenamento temporário de amostras biológicas para pesquisa), para a criação do núcleo de inovação tecnológica da instituição e para o desenvolvimento de pesquisa sobre os efeitos cicatrizantes de novos compostos naturais obtidos de vegetais e análogos de heparina – substância com atividade anticoagulante amplamente utilizada na prática clínica – de invertebrados marinhos.

Na primeira quinzena de agosto, integrantes da diretoria da FAPERJ estiveram na unidade de pesquisa biomédica da Marinha para conhecer de perto os trabalhos realizados. O presidente da FAPERJ, Augusto C. Raupp, o diretor Científico, Jerson Lima Silva, e a diretora de Tecnologia, Eliete Bouskela, foram recebidos pelo diretor-geral de Pessoal da Marinha, almirante-de-esquadra Ilques Barbosa Junior, pelo diretor de Saúde da Marinha, o vice-almirante médico Sérgio Pereira, o presidente da Fundação de Apoio à Pesquisa Científica no Hospital Naval Marcílio Dias, o vice-almirante médico Edson Baltar da Silva, e o diretor do Hospital Naval Marcílio Dias, o contra-almirante médico Edmar da Cruz Arêas. 

A comitiva pôde conhecer de perto as instalações do instituto de pesquisa, como os laboratórios de biologia celular, bioanálises, microcirurgia e cirurgia experimental; o biotério de experimentação e o equipamento de simulação médica, que contou, inclusive, com demonstração prática dos simuladores médicos de realidade virtual e os de alta fidelidade. Equipamentos de tecnologia de ponta, esses simuladores reproduzem o ser humano de forma realística, proporcionando aos médicos residentes a experiência do atendimento clínico e até cirúrgico. 

O capitão de fragata médico Gregório mostra
ao presidente da FAPERJ, Raupp, e aos diretores
Jerson e Eliete, um dos manequins usados 

pelos residentes do IPB (Foto:Divulgação/Marinha) 

"Há manequins no formato de criança e de adulto, que simulam o funcionamento do corpo humano, desde o choro à respiração, até as secreções e os batimentos cardíacos. E também os simuladores de realidade virtual, que possibilitam a prática cirúrgica, em que os residentes têm a sensação tátil de estarem fazendo uma operação ao encostarem as pinças em um órgão virtual, por exemplo", explica o capitão de fragata médico e encarregado do IPB, Marcelo Leal Gregório. "Os simuladores proporcionam um ambiente seguro de prática para os residentes, onde eles podem errar. Sem falar que poupamos o uso de animais", salienta Gregório. 

Pela primeira vez em visita ao instituto, o diretor Científico da FAPERJ, Jerson Lima, ficou bastante impressionado com as atividades desenvolvidas pela Marinha. "Pudemos perceber que os recursos da Fundação estão sendo muito bem utilizados. Além de terem um excelente corpo clínico e muitos pacientes, o diferencial do Instituto de Pesquisas do Hospital Naval Marcílio Dias está nas diversas interações feitas com outros centros de pesquisa do estado, como a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)  e a Universidade Federal Fluminense (UFF)", afirmou.

O mais recente projeto da Marinha, que conta com o apoio da Fundação, também é fruto de uma parceria afinada com o Instituto de Bioquímica Médica Leopoldo de Meis (IBqM) da UFRJ, por meio do professor Mauro Pavão. À frente da pesquisa, ainda em andamento, o primeiro-tenente biólogo da Marinha, Rodrigo Guerra, conta que o estudo busca descobrir novos curativos biológicos para feridas de difícil cicatrização, como as de queimaduras por calor, frio e radiação ionizante. Segundo Guerra, indícios mostram que alguns compostos naturais proporcionam a aceleração da cicatrização, o que poderia, inclusive, ajudar no restabelecimento de pacientes diabéticos. 

Observado por Eliete, Jerson testa um
dos simuladores de realidade virtual, destinado à
prática cirúrgica (Foto: Divulgação/Marinha)

"Juntamos a expertise do professor Mauro Pavão e criamos um grande projeto relacionado à cicatrização, que, simultaneamente, estuda o uso da membrana amniótica como curativo biológico e de análogos de heparina de invertebrados marinhos, as ascídias", explica Guerra. De acordo com o especialista, a biomedicina hoje já reconhece as propriedades da membrana amniótica como acelerador da cicatrização.

"O que estamos analisando agora é o efeito modular dos análogos de heparina. A torcida é para que haja um efeito parecido, mas ainda não podemos afirmar, pois as pesquisas estão incipientes", salienta o biólogo da Marinha, acrescentando que, se confirmada, a descoberta poderá auxiliar, inclusive, no tratamento contra o câncer, como uma espécie de composto antitumoral, que inibiria o processo de “metástase hematogênica” criada pelas neoplasias malignas (tumores), com a vantagem de não induzir o efeito anticoagulante. "Os resultados são precoces, porém estimulantes", conta Guerra, entusiasmado.  

A promissora pesquisa teve seu primeiro passo consolidado por uma viagem da Marinha à Antártica. Foi no continente gelado que, no final de 2013, durante a Operação Antártica XXXII, o professor da UFRJ Mauro Pavão, convidado da expedição, iniciou a coleta de ascídias, invertebrados popularmente conhecidos como batatas do mar, encontrados em rochas marinhas, para estudar que tipo de substâncias cicatrizantes as espécies que vivem sob frio intenso produzem. Com base nas amostras de lá e daqui, da Praia Vermelha, na Urca, os pesquisadores vêm desenvolvendo o projeto. Mas os cientistas do Instituto de Pesquisas Biomédicas da Marinha não querem parar por aí.

"O próximo passo do projeto é montar um laboratório de biologia molecular e, mais para a frente, um biobanco, onde as amostras biológicas poderiam ser compartilhadas com outros institutos de pesquisa", antecipa Guerra.

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