Luisa Massarani apresenta ao público a 1ª edição |
Vinicius Zepeda, de São Carlos (SP)
Um diagnóstico inédito e crítico sobre a educação científica em toda a América Latina será elaborado nos próximos dois anos por pesquisadores da Rede de Popularização da Ciência e Tecnologia na América Latina e Caribe (RedePop). O anúncio foi feito pela diretora executiva da rede, Luisa Medeiros Massarani, pesquisadora do Museu da Vida/Fiocruz e Cientista do Nosso Estado, da FAPERJ, na tarde desta quarta-feira, 15 de julho, durante uma das atividades da 67ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Na ocasião, uma mesa redonda que contou com a presença de diversos pesquisadores do Museu da Vida/Fiocruz, da RedePop e da Associação Brasileira de Centros e Museus de Ciência (ABCMC) serviu para apresentar ao público a primeira edição do Guia de Centros e Museus de Ciência da América Latina e Caribe, e a terceira edição do Guia de Centros e Museus de Ciência do Brasil. Disponível em versão impressa e digital, as publicações podem ser baixadas em formato PDF no site do Museu da Vida/Fiocruz e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
Segundo Luisa, a ideia da pesquisa é bem ambiciosa. “Vamos analisar, em questionários e em trabalho de campo, não somente as práticas desenvolvidas pelos museus e centros de ciência espalhados pela América Latina, como também o número de visitantes, as iniciativas desenvolvidas em espaços públicos por instituições de pesquisa e os grandes eventos relacionados à temática científica”, disse. Com relação aos dois guias, ela destacou o papel do Brasil na divulgação científica feita na região. “Além de ser o país da América Latina com o maior número de museus, ao lançar pela terceira vez um guia do gênero, o Brasil contribui para incentivar a criação de novos espaços como esses em seu território e ainda serve de exemplo e estímulo aos demais países da região”, complementou.
Em seu último dia de mandato como presidente da Associação Brasileira de Centros e Museus de Ciência (ABCMC), Carlos Wagner Costa Araújo, que será sucedido por José Ribamar Ferreira, do Museu da Vida/Fiocruz, agradeceu aos presentes, falou de sua gestão e chamou atenção para a necessidade de se abrir novos espaços voltados para a divulgação científica no País, assim como de mantê-los em funcionamento, com público constante, consolidando essas iniciativas. “Na Bahia, por exemplo, há uma proposta de se criarem 40 praças da ciência, espalhadas por todo o estado. Mas de que adianta viabilizarmos esta iniciativa, se esses espaços não contarem com monitores especializados em atender ao público, nem com a infraestrutura necessária para desenvolver iniciativas que estimulem a curiosidade e o gosto pela ciência entre os visitantes?”, questionou Araújo.
Diretor do Museu da Vida/Fiocruz, Diego Vaz Bevilacqua complementou as declarações de Araújo. “De 2005, quando publicamos o primeiro guia brasileiro, até este momento, tivemos um aumento significativo de visitação, passando de 4% ao ano. Apesar disso, no que diz respeito à ciência, o cenário ainda reproduz a desigualdade regional. Temos 42% da população brasileira no Sudeste, região região que concentra 60% do número de museus do País. Precisamos incentivar a consolidação desses espaços em outras regiões do Brasil para diminuir esta desigualdade”, concluiu.
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