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Publicado em: 31/10/2013
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Universidade para idosos: aproveitando o melhor da vida

Danielle Kiffer

 Fotos: Divulgação/UFF

   
    Alunos da Uniti em uma apresentação teatral: alegria
   é um dos ingredientes constantes das aulas de teatro


Quem disse que a velhice é desculpa para só ficar em casa vendo televisão? A Universidade para a Terceira Idade (Uniti), um projeto de extensão da Universidade Federal Fluminense (UFF), no polo universitário de Campos dos Goytacazes, procura provar o contrário, oferecendo diversas atividades e cursos que estimulam a memória e a vida social, voltada para o pessoal da chamada terceira idade, aqueles que estão acima dos 60 anos. Para isso, há vários cursos, instruindo sobre as doenças mais comuns e promovendo atividades culturais. "Em nossas aulas, mostramos que a velhice é uma etapa tão importante quanto as demais em nossa vivência e, por isso mesmo, é necessário continuar ativo, ciente de seus direitos e usufruindo dos prazeres da vida", afirma Carlos Eugênio Soares de Lemos, coordenador da Uniti e um dos responsáveis pela criação, desenvolvimento e manutenção dos cursos. A iniciativa conta com recursos do edital de Apoio a Projetos de Extensão e Pesquisa (EXTPESQ).


Para participar dos programas oferecidos pela Uniti, é necessário assistir às aulas de "promoção de direitos e da saúde do idoso", curso introdutório, de caráter multidisciplinar, em que os alunos assistem a palestras sobre os mais diversos aspectos dessa fase de vida com sociólogos, antropólogos, médicos e comunicadores. Por exemplo, um geriatra expõe a respeito das características da saúde do idoso, fala sobre cuidados para prevenir males, como a osteoporose, enfatizando a importância da prática regular de exercícios físicos; um farmacêutico alerta sobre a importância dos medicamentos e o risco da automedicação, enquanto um advogado dá noções gerais dos direitos dos idosos. Também fazem parte dessa etapa idas a cinemas, teatros e passeios em parques, entre outros. "O primeiro curso reúne um pouco dos outros que são oferecidos e já deixa os novos participantes cientes do que podem vivenciar e de todas as melhorias que podem promover às suas vidas, além de fortalecer a sociabilidade entre os alunos, fortalecendo os laços e estimulando novas amizades", explica Lemos.


Depois desse curso introdutório, há um leque de atividades para escolher. Um dos mais procurados é o curso de informática básica, com direcionamento para as redes sociais e uso de e-mails. "No começo, os participantes ficam meio receosos, achando que não poderão aprender nada e que ficarão perdidos, mas saem empolgados, acabam usando o computador da família e, em muitos casos, adquirem seu próprio computador", conta o coordenador. Para Lemos, essa é uma ferramenta muito importante de autonomia e de introdução e fortalecimento da vida social. "Eles aprendem a buscar receitas, informações que sejam relevantes de acordo com suas preferências. E a independência que adquirem ao se relacionarem com o mundo on-line acaba se estendendo à sua vida, com encontros ou até o fortalecimento de antigas amizades", detalha.

 

 
     
   As oficinas de informática são voltadas para as mídias
   sociais e e-mails: uma forma de estimular a integração

Mas as novidades não se restringem ao mundo da internet e da informática. Na oficina de memória e jogos de multimídia, monitorados por estudantes de psicologia da UFF de nível avançado, os exercícios estimulam e podem ser considerados uma verdadeira musculação para o cérebro. Nesse curso, eles também recebem informações sobre a memória sob o ponto de vista da neuropsicologia, aprendendo sobre a importância de estímulos para o cérebro para prevenir doenças temidas, como o mal de Parkinson e Alzheimer. Além de esclarecer sobre os sintomas que configuram essas doenças, os especialistas também mostram a importância de jogos e leituras para a estimulação cerebral. "É bem normal ver uma pessoa da terceira idade se desesperar por esquecer de detalhes simples, como onde deixou a chave, por exemplo, achando que isso quer dizer que já está a caminho de um Alzheimer. Mostramos que pequenos esquecimentos são comuns em qualquer idade e que é possível se prevenir com atitudes simples, que muitas vezes são bem divertidas", esclarece Lemos.


Entre os exercícios, os participantes precisam escrever uma pequena autobiografia e contá-la em sala de aula. "Esse é um momento muito emocionante, em que as pessoas da mesma sala se aproximam mais. Além de trabalhar a memória, elas entram em contato com partes de si mesmas como há muito tempo não faziam. E se surpreendem ao lembrar fatos interessantes e em perceber o interesse do restante da turma em tudo que elas têm a dizer." Para estimular a memória operacional, na oficina são ensinados jogos como o de xadrez. Para muitos, o xadrez pode ser uma grande novidade. A sala de aula vira um verdadeiro playground.


Não menos interessante é o curso de arteterapia. Em atividades artísticas, como pintura, dança e artesanato, os idosos são estimulados a expressar o que pensam e o que sentem. "Muitas vezes eles desabafam algum desconforto pela arte e isso serve como válvula de escape para problemas que há muito tempo guardavam", conta o coordenador.

 

 
    
      Nas aulas de xadrez, além de exercitar o cérebro, os
   participantes estimulam a memória e também se divertem  

Entre as várias atividades, há grupos de teatro, de dança livre e de salão, de canto de coral, curso de alfabetização, e de direito e cidadania, com base no estatuto do idoso. "Alguns, como o de teatro e coral, são permanentes, outros têm duração limitada. Contudo, quando esgotam todas as possibilidades, muitas vezes eles gostam tanto, que querem permanecer. É o caso de dois grupos de ex-alunos que promovem encontros e passeios, cada um com 100 alunos", orgulha-se Lemos. Em outubro, a Uniti completou 20 anos de existência e diversas atividades de comemoração foram realizadas na cidade de Campos dos Goytacazes. Os alunos e ex-alunos da terceira idade da universidade realizaram diversas apresentações misturando danças, canto e teatro.


Embalado pelo sucesso e pela boa repercussão das atividades da Uniti, Lemos e uma equipe desenvolveram uma série de vídeos chamada "Quem tem medo de envelhecer?", que também contou com recursos da FAPERJ, por meio do edital de Apoio à Produção de Material Didático para Atividades de Ensino e/ou Pesquisa. São três vídeos com duração média de 15 minutos, que procuram esclarecer o que é o envelhecimento do ponto de vista biológico e psicológico, abordam a violência e os direitos dos idosos. Com depoimentos de profissionais da saúde e de pessoas da terceira idade, são voltados para estudantes do ensino médio. "Dessa vez, pensamos em fazer um material para os mais jovens, para que possam entender melhor e refletir sobre o processo de envelhecimento. Para que eles entendam que, quando respeitam e lutam pelos direitos dos idosos, estão respeitando e lutando pelos próprios direitos, já que, dentro da normalidade, todos nós vamos envelhecer", esclarece Lemos. Os vídeos serão distribuídos em colégios públicos de Campos, instruindo os professores para que eles transmitam esses conceitos e valores aos estudantes.

 

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