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Publicado em: 31/10/2013
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Para aproximar museus do público infanto-juvenil

Vinicius Zepeda

Divulgação/PUC-Rio 

            
        O interesse que a princesa Leopoldina nutria pela botânica
         é tema de uma das animações desenvolvidas pelo projeto

"No Egito Antigo, os gatos eram tratados como verdadeiros deuses. Além de belos, ágeis e astutos, eram grandes caçadores... Suas presas eram cobras, pássaros e ratos, que atacavam as plantações e destruíam tudo. Com isso, conquistaram a simpatia dos egípcios, que resolveram conceder-lhes uma honra antes limitada apenas aos humanos: a mumificação." A narrativa é parte da história O gato múmia, animação de cerca de um minuto, produzida para ressaltar a coleção de múmias de gatos disponível no Museu Nacional, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O filme é uma das vertentes de um projeto de uso de recursos de mídia digital para museus do Rio, sob a coordenação geral de Jorge Roberto Lopes dos Santos, professor e pesquisador do Departamento de Artes e Design da Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio). A iniciativa conta com auxílio do edital Prioridade Rio, da FAPERJ.

Jorge Lopes, que é também pesquisador colaborador do Museu Nacional, conta que a ideia surgiu quando resolveu levar seus alunos de graduação da PUC-Rio para conhecer as coleções do museu. "A partir daí, os estudantes pensaram em utilizar animações como forma de transmitir informação científica aos jovens, principalmente às crianças", lembra Lopes. Ele explica o porquê e a importância de empregar recursos de mídia digital como forma de atrair a curiosidade dos jovens, aumentar o público frequentador e transmitir mais informações aos visitantes. "Acostumados a acessar muitas informações textuais e de imagens pela internet, os jovens veem os museus expositivos como algo antigo, do passado, e não se tornam frequentadores somente por causa de uma visita escolar obrigatória. Daí a importância da tecnologia para atrair sua atenção", explica Lopes. Em sua opinião, no caso do público infantil, a animação é fundamental. "As informações disponíveis nas peças de um museu expositivo, como é o caso do Museu Nacional, não são um material que desperte a curiosidade das crianças. Neste ponto, a animação se torna um ótimo instrumento para permitir acesso a essas informações", explica.

Divulgação/PUC-Rio 
     

Estudantes desenvolvem aplicativo para leitura de QRCode
com informações sobre algumas peças do Museu Nacional    
 

Além de O gato múmia, os estudantes da PUC-Rio elaboraram um projeto de produção de mais nove animações curtas, de um minuto, sobre peças da coleção egípcia. Também no museu, outro grupo vem desenvolvendo um aplicativo para leitura de QRCode – código de barras em 2D que pode ser escaneado pela maioria dos aparelhos celulares que tenham câmera fotográfica; decodificado, esse código passa a ser um trecho de texto ou link que redireciona o acesso ao conteúdo publicado em algum site –, com informações mais detalhadas sobre as obras do acervo para tablets, smartphones e outros dispositivos móveis. "E, ainda em fase inicial de desenvolvimento, o projeto Rever Vargas criará também um aplicativo para dispositivos móveis, com informações históricas e geográficas que reconstituem o mês que antecedeu o suicídio de Getúlio Vargas", completa.

Como responsável pela coordenação geral, Jorge Lopes divide a função com outros professores do Departamento de Artes e Design da PUC-Rio: Claudia Bolshaw, do Núcleo de Arte Digital e Animação (Nada), responsável por coordenar o trabalho dos alunos no trabalho de animação, e João Bonelli, do Laboratório de Interfaces Físicas Experimentais (Life), que supervisiona o desenvolvimento dos aplicativos para dispositivos móveis. "Vale destacar que, apesar de nossa supervisão e orientação, essas iniciativas foram propostas e vêm sendo desenvolvidas pelos alunos de graduação da universidade", destacam os professores.

Weiller Filho 

         
    Jorge Lopes: uso de mídia digital
     para atrair juventude ao museu

No caso das animações, Claudia Bolshaw explica que, além de O gato múmia, já pronta e disponível no espaço de exposições do Museu Nacional, acionado por tablet, mais quatro animações estão sendo finalizadas e estarão em fase de testes até dezembro. "Cada aluno, que dirigiu uma dessas desenhos, foi também responsável por conversar com os pesquisadores para ajudar na elaboração do roteiro", afirma Claudia. A primeira animação fala sobre Sha Amoun Em Su, antiga cantora lírica da corte egípcia, que foi mumificada e adquirida para a coleção do imperador brasileiro Pedro II. A segunda aborda as cartas que a princesa Leopoldina escrevia para o imperador austríaco Francisco I, demonstrando seu interesse por botânica. A descoberta astronômica mais importante durante o reinado, um meteorito que demorou cem anos para ser achado onde hoje é o estado da Bahia é o tema de Bendengó, animação que inclui ritmos do repente e diversos elementos da cultura nordestina. O quarto desenho, A história de Max e Sam, aborda a aventura de dois diferentes dinossauros durante a pré-história. "Vale destacar que a opção por produzir animações de um minuto, todas terminadas com a frase ‘Você encontra na coleção do Museu Nacional’, foi para que, além de servir como estímulo para crianças e jovens conhecerem as obras do local, também possam ser usadas como comerciais para a televisão", completa.

Já João Bonelli, que responde pela supervisão do desenvolvimento dos aplicativos para dispositivos móveis, explica que, graças aos recursos da FAPERJ, pôde obter dois computadores MAC, com monitor Full HD, além de tablets para equipar o Laboratório de Interfaces Físicas Experimentais (Lire), sob sua responsabilidade. "Este espaço é uma iniciativa inédita no país. Aqui os estudantes de graduação estão aprendendo programação voltada para design de aplicativos para dispositivos móveis, área que tem ficado restrita aos estudantes de computação", afirma Bonelli, com entusiasmo. Segundo ele, até o final de dezembro, o aplicativo para leitura de QRCode, batizado de ArtScan, já estará disponível para testes no Museu Nacional. "Qualquer pessoa, com um celular, tablet ou smartphone poderá ler o código. E ainda disponibilizaremos tablets para que os visitantes possam acessar as informações", conclui.

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