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Publicado em: 28/02/2013
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Garrafas PET servem como matéria-prima para vassouras ecológicas

Divulgação/Isecensa

         
         A reciclagem de PETs para sua transformação em vassouras
        ecológicas é feita com equipamento simples,em diversas etapas

Vinicius Zepeda

Um projeto coordenado por Romeu e Silva Neto, pesquisador do Instituto Superior de Ensino do Centro Educacional Nossa Senhora Auxiliadora (Isecensa) utiliza garrafas plásticas do tipo PET para a produção de vassouras. O trabalho, que tem servido para diminuir a poluição causada pelas garrafas descartadas de forma inadequada no meio ambiente, também vem gerando renda para cerca de trinta mulheres moradoras da Vila Tamarindo, favela de Campos dos Goytacazes, município do norte fluminense, onde também está situado o instituto. A iniciativa, que recebeu o nome de Fábrica-Escola de Vassouras Ecológicas, conta com recursos do programa Auxílio a Projetos de Inovações Tecnológicas (ADT 1), da FAPERJ. Em 2011, o projeto foi um dos 8 finalistas, entre 600 de todo o país, do Prêmio Santander Universidade Solidária.

Segundo o pesquisador, o processo de fabricação é extremamente simples. Após a coleta das PETs descartadas na comunidade, no próprio instituto e em condomínios dos arredores, os rótulos são retirados. Em seguida, um equipamento prende e corta o fundo e o bico das garrafas, e, no passo seguinte, o plástico é desfiado num outro suporte e os fios são enrolados. "Como este material tem pouca rigidez, ao contrário da piaçava usada nas vassouras convencionais, precisamos aquecer esses rolos num forno a temperaturas de 180 para que adquiram consistência semelhante", explica Silva Neto. Após esta etapa, o produto é submetido a um choque térmico para resfriamento. Depois, as cerdas são separadas em tufos   que são presos com grampos na base de madeira da vassoura. "Depois é só dar um corte nas cerdas para que fiquem todas do mesmo tamanho, fixar o cabo na base, colocar a etiqueta do produto e a vassoura está pronta para ser vendida", completa.

Silva Neto, que é também coordenador do curso de Engenharia de Produção do Isecensa, conta que a ideia surgiu da necessidade aliar vivência prática aos alunos do curso e gerar renda para moradores da Vila Tamarindo. "Os alunos do curso – que na universidade participam da gestão administrativa e da produção da empresa júnior Midas Consultoria – elaboraram um plano de negócios para o novo produto. Assim, resolvemos comprar os equipamentos necessários para produzir as vassouras", recorda. No laboratório montado na universidade, os estudantes passaram a receber as moradoras da comunidade e a orientá-las em todas as etapas da produção. "Num primeiro momento, em caráter experimental, produzimos, com três moradoras, cerca de 300 vassouras. O produto foi então vendido num evento do instituto e a renda utilizada na reforma de quatro casas da comunidade", completa.

O coordenador do curso de Engenharia de Produção do Isecensa destaca que o acúmulo de PETs descartadas de forma inadequada tem se tornado um dos grandes problemas ambientais da atualidade, já que uma PET pode levar cerca de 250 anos para se decompor na natureza. "Assim, a coleta seletiva e a reciclagem deste material, agregando-lhe valor e transformando-o em um novo produto, torna-se uma solução fundamental para diminuir a poluição do meio ambiente, melhorar a qualidade de vida e promover a educação ambiental dos moradores de comunidades, como a Vila Tamarindo", afirma.

Divulgação/Isecensa
          
Na entrada da Vila Tamarindo, Romeu e Silva Neto 
e uma das moradoras envolvidas no projeto
Atualmente, cerca de dez moradoras – todas mulheres, chefes de família – têm trabalhado em períodos de quatro horas e produzido cerca de 300 vassouras por mês. Com o sucesso do empreendimento, a ideia agora é instalar a fábrica de vassouras ecológicas na própria Vila Tamarindo. Para isso, arquitetos ligados ao Isecensa estão reformando uma casa na comunidade, que servirá para receber o equipamento. Segundo Silva Neto, a obra e a transferência das máquinas deve ser concluída ainda no primeiro semestre deste ano. Com isso, as moradoras poderão se apoderar mais de sua própria produção e adequá-la às necessidades locais", complementa.

A Fábrica-Escola de Vassouras Ecológicas faz parte do projeto Universidade Bairro, idealizado e implementado pela vice-diretora do Isecenza, Beth Landim, em 2009. Num espaço dentro da comunidade são oferecidos serviços como consultório médico, sala de informática e biblioteca, montados na comunidade, vizinha à universidade. Ao todo, cerca de 200 moradores são atendidos pelo projeto. "Segundo a pesquisa, 52% dos moradores de Vila Tamarindo não têm vínculo empregatício, 60% têm renda de até um salário mínimo e apenas 15% concluíram o ensino médio", explica Silva Neto. Para ele, a instalação da fábrica na própria comunidade introduz uma inovação de caráter social que pode gerar renda e melhorar a vida dos moradores, garantindo que o projeto possa se tornar autosustentável.

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