Divulgação/Trans Elétron |
Trans Elétron: um dos exemplos bem-sucedidos da incubadora na aproximação de pesquisas da universidade com o setor produtivo |
A aproximação entre as instituições de ensino superior e pesquisa e o setor produtivo ainda é um dos grandes desafios enfrentados pelo Brasil na atualidade. Segundo dados de uma avaliação anual, feita em 2009, por uma das maiores bases de dados científicos do mundo – a National Science Indicators – em número de artigos publicados o País vai bem, ocupando atualmente a 12 colocação, à frente de Holanda, Rússia, Polônia, Suíça e Suécia. Mas a distância entre os resultados de pesquisa em universidades e sua transformação em produtos para a indústria ainda é grande. Para reverter este quadro, várias iniciativas estão sendo tomadas. Umas delas é a criação de incubadoras de empresas de base tecnológica no ambiente universitário.
No espaço da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), no município de Campos, está instalada, desde 2008, a primeira – e, até o momento, a única – incubadora de empresas de base tecnológica da região norte-noroeste do estado: a TEC Campos. Contando com sucessivos auxílios através do edital Apoio à Incubadoras de Empresas de Base Tecnológica, da FAPERJ, desde sua criação, a incubadora não só montou sua estrutura física, com salas e laboratórios, como efetuou a contratação e o treinamento de pessoal especializado para dar suporte ao empreendimento.
"Num primeiro momento, montamos uma estrutura mínima que vem sendo ampliada. Agora, estamos aproximando a academia do setor produtivo", destaca o presidente da TEC Campos, Ronaldo Paranhos. Nesse sentido, uma tecnologia gerada por pesquisadores da Uenf e patenteada no Instituto Nacional da Propriedade Intelectual (INPI) – órgão responsável pelo registro de patentes no Brasil – vem sendo empregada pela Extrair “leos Naturais, uma das empresas incubadas, para obtenção de óleo de alta qualidade, para a produção de cosméticos. "A Extrair está adaptando o processo de tratamento de sementes de maracujá para isso", explica Paranhos. "O sucesso foi tanto que a tecnologia para reutilização de resíduos sólidos da empresa recebeu o prêmio Brasil Engenharia 2011 e o Prêmio Nacional da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa)", complementa.
Divulgação/Extrair “leos Naturais |
Resíduos de sementes de maracujá são transformados em óleos naturais usados na produção de cosméticos |
Gerente da incubadora, Adriana Crespo acrescenta que atualmente existem outros 15 projetos em fase de incubação. "Exemplos destes novos negócios são a Squad Comunicação Integrada, agência de design gráfico já graduada; Ururau, agência de notícias em tempo real; Simply Control, serviços de automação e customização de ambientes residenciais internos e externos. Essas duas últimas estão em fase de graduação, prestes a operar de forma independente. Há ainda a L.M. Lima Recursos Humanos, para capacitação e treinamento de profissionais; e a Rayl Information Technology Ltda., de softwares customizados, ambas em fase de incubação", destaca.
Ronaldo Paranhos enfatiza também o fato de que a incubadora vem transcendendo o espaço universitário e se incluindo no arranjo social e econômico da região. "Antes, a Uenf e outras instituições de ensino do norte e noroeste fluminense eram apenas exportadoras de mão de obra qualificada para outras regiões do estado e do país. Agora, nossos ex-alunos, assim como os do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense (IFF) passaram a permanecer na região, como sócios ou empregados desses novos negócios, frutos da incubadora", afirma.
Divulgação/Abrasdi |
Serra diamantada segmentada para corte em rochas ornamentais, como granito ou mármore |
Com todo esse crescimento, a incubadora está também em fase de expansão, que prevê a construção de um novo prédio, com área útil de 1.084 metros quadrados. Segundo Paranhos, em agosto de 2012, a equipe da incubadora lançou o programa "Difusão da cultura empreendedora", voltado para capacitação de alunos de escolas técnicas, ensino médio e profissionalizante da região. A meta é atingir até 600 pessoas em 2013. "No curto prazo, a formação de empreendedores provoca forte impacto social. E no médio prazo, a iniciativa traz importantes ganhos econômicos aos municípios não apenas de Campos, mas de toda a região do entorno", conclui.
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