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Publicado em: 16/04/2009
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Diversão e arte para qualquer parte


Danielle Kiffer

Fotos: Divulgação/Uerj 

       
    Marcelo Ernandez (de frente) entrevista professores e
    alunos interessados em participar do projeto "Oficine-se"

A partir da constatação de que existe uma desigualdade na distribuição de cinemas no estado, o professor Marcelo Ernandez Macedo, titular da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), desenvolveu pesquisa, focada no “Oficine-se”, que pretende democratizar a cultura e ampliar a oferta de salas de cinema para populações do subúrbio carioca e interior do estado.

O Oficine-se é um dos projetos realizados no Ponto Cine, primeira sala popular de cinema digital do Brasil, inaugurada em 2006 em Guadalupe, no subúrbio do Rio, que mantém ingresso mais barato e prioriza a produção brasileira de cinema. A sala é resultado de uma parceria entre o empreendedor cultural Adaílton Medeiros, a Rio Filmes – distribuidora de filmes do governo municipal do Rio de Janeiro –, o Guadalupe Shopping e a Rain Network, detentora do sistema Kinocast de exibição digital. Nela, acontecem os workshops de cinema do Oficine-se, para alunos e professores de escolas públicas do interior e subúrbios do estado do Rio de Janeiro. 

Espera-se que ao final desses workshops, que têm cinco meses de duração, os participantes se tornem aptos a montar cineclubes em suas respectivas escolas e a criar mais uma opção de cultura e lazer nestas áreas menos favorecidas. Pretende-se, inclusive, que estes alunos também sejam multiplicadores da experiência em localidades próximas, incentivando colegas, amigos e parentes a montarem cineclubes em seus bairros. O objetivo da pesquisa coordenada por Marcelo Ernandez é avaliar o “Oficine-se” e sugerir aperfeiçoamentos para os problemas que possam surgir no decorrer do desenvolvimento de cada etapa do projeto.

        
   Público lota exibição de filme em cineclube montado
    em escola pública na cidade de Rio das Flores

“Estamos tentando entender que condições sociais contribuem para a montagem dos cineclubes, por que algumas escolas conseguem montá-los e outras não. Já verificamos que a falta de espaço físico, de equipamentos de projeção, de apoio da direção da escola e, principalmente, de carga horária dos professores são aspectos que prejudicam a iniciativa dos cineclubes. A partir dessa constatação, estamos sugerindo mudanças na concepção do projeto, que deve iniciar em breve uma segunda etapa com 66 escolas. Desta vez, está havendo um processo mais criterioso de seleção dos colégios. Em vez de convidadas pelas coordenadorias de educação, as escolas se inscrevem, demonstram interesse e capacidade para atingir o objetivo de montar os cineclubes. Há cerca de 90 escolas inscritas para as 66 vagas nessa segunda fase”, afirma o professor. A primeira etapa do “Oficine-se”, que teve início em julho de 2007 e foi finalizada em fevereiro de 2008, acompanhou 33 escolas em todo o estado, das quais 28 concluíram as oficinas. Destas 28, seis escolas, localizadas em Magé, Rio Bonito, Rio das Flores, Aperibé, Carmo e Rio de Janeiro, implantaram cineclubes em suas instalações.

De acordo com Marcelo Ernandez, os resultados da primeira fase foram muito positivos. Nos locais onde acontecem estes cineclubes há participação intensa tanto dos alunos quanto de quem mora por perto. Além disso, o projeto tem contribuído para a profissionalização de alguns estudantes. O professor cita como exemplo as cidades de Teresópolis, Magé e Sumidouro. No primeiro município, um aluno que cursou o “Oficine-se” tornou-se projecionista de cinema do Unifeso – Fundação Educacional Serra dos Órgãos. Em Magé e Sumidouro, alguns deles são atualmente os administradores das salas de cinema do projeto Oscarito.

“Se nesta segunda etapa pelo menos a metade das 66 escolas montarem cineclubes, o objetivo do nosso trabalho estará em parte concluído, pois, desta forma, já haverá uma mudança significativa neste quadro desigual de distribuição de equipamentos culturais (salas de cinema) no estado do Rio de Janeiro”, finaliza Marcelo Ernandez. Para ilustrar a disparidade na distribuição cultural, a pesquisa do professor informa que, apenas na cidade do Rio de Janeiro, havia, em 1955, 190 cinemas de rua distribuídos por 50 bairros, a maioria deles com uma única sala e grande disponibilidade de lugares. Na atualidade, há 150 salas, mas apenas 14,2% desse total estão localizados na área que compreende o subúrbio do Rio, na qual se concentra cerca de 75% da população da cidade.

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