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Publicado em: 02/04/2009
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Pesquisa avalia efeitos dos exercícios físicos na redução da pressão arterial


Débora Motta


                                                                              Divulgação

      
      Ratos são submetidos a testes de esforço físico realizados
      em esteira durante experimentos em laboratório da UFF
A hipertensão atinge 30% da população adulta brasileira, chegando a ter uma incidência em mais da metade das pessoas da terceira idade e em 5% das crianças e adolescentes no país, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Hipertensão (SBH). Se não tratada, a pressão alta pode ocasionar derrames cerebrais, doenças do coração como infarto, insuficiência cardíaca (aumento do coração) e angina (dor no peito), insuficiência renal e alterações na visão, que podem levar à cegueira. Buscando avaliar os efeitos das atividades físicas no controle da hipertensão arterial, o professor Pedro Paulo Soares desenvolve no Instituto Biomédico da Universidade Federal Fluminense (UFF), com apoio de um APQ 1 da FAPERJ, o projeto "Impacto do treinamento físico na variabilidade da frequência cardíaca e modulação autonômica no período pós-exercício em ratos".

De acordo com o pesquisador, as atividades físicas são indicadas como uma alternativa não-farmacológica para reduzir a pressão alta. "Sabemos que, ao aumentarem a função vascular, os exercícios físicos têm capacidade de reduzir a pressão arterial. Esse efeito hipotensor é observado na fase pós-exercício, relativa ao período, de minutos ou horas, que se passa logo após o término de uma sessão de atividade física", explica Pedro Paulo Soares. "Em humanos, uma sessão de exercício físico de máxima intensidade provoca o aumento da reatividade vascular e do fluxo sanguíneo periférico, no pós-exercício", completa.

O sangue bombeado pelo coração para irrigar os órgãos exerce uma força contra a parede das artérias. Quando essa força está aumentada, ou seja, quando as artérias oferecem resistência para a passagem do sangue, ocorre a hipertensão arterial, conhecida popularmente como pressão alta. Já a pressão arterial baixa (hipotensão) é a situação na qual existe uma diminuição dos valores da pressão arterial. A pessoa é  considerada hipertensa quando a pressão arterial estiver maior ou  igual a 140/90 mmHg ou (14 por 9) em várias medidas, realizadas de forma correta, por meio de aparelhos calibrados e por um profissional capacitado.

A partir do esforço físico realizado com intensidades e durações variadas, o projeto tem como objetivo avaliar os efeitos dos exercícios no sistema cardiovascular e na redução da pressão arterial. "Investigamos a hipótese de que o efeito hipotensor provocado por uma única sessão de esforço físico possa resultar, com treinamentos regulares realizados a longo prazo, num efeito hipotensor global. Procuramos observar a durabilidade desses efeitos relacionados ao esforço físico realizado em uma ou mais sessões de exercícios", diz Pedro, lembrando que embora diversos estudos mostrem associações entre a atividade física e uma melhor modulação autonômica cardiovascular, a intensidade e o volume de treinamento ideais para promover adaptações positivas nos mecanismos de controle neural cardiovascular ainda são motivo de controvérsia.

 Divulgação
      
 Animais têm pressão arterial monitorada antes, durante e
depois da prática de exercícios com diferentes intensidades
Para facilitar a observação desses efeitos, o professor e sua equipe resolveram concentrar os experimentos em ratos da cepa Wistar e em camundongos C-57 e suíços. "Decidimos, nesse projeto, utilizar animais, e não humanos, devido à possibilidade de fazer experimentos mais invasivos. Além disso, os ratos e camundongos têm um crescimento mais rápido quando colocados em um ambiente controlado, já que tornam-se idosos ou obesos em algumas semanas. Outra vantagem do uso de cobaias é a facilidade de controle das variáveis associadas ao treinamento físico, como o período de sono e a alimentação. O período de treinamento também é mais curto do que em humanos. Não corremos o risco dos animais faltarem às sessões de exercícios", justifica o pesquisador do Laboratório de Fisiologia do Exercício Experimental e Aplicada.

Divididos em grupos de estudo, os animais estão sendo submetidos a diferentes níveis de esforço físico, realizados durante a prática de natação em um tanque e de caminhada e corrida na esteira. Eles são observados antes, durante e depois dos exercícios, após a realização de uma medida invasiva para o monitoramento da pressão arterial e a aplicação de eletrodos para o eletrocardiograma. "O primeiro grupo é o S, que reúne cerca de 15 ratos e camundongos sedentários. Ele realiza sessões de exercícios com intensidades e durações variadas. São de uma a quatro sessões por dia, de 40 minutos, ou de apenas 10 minutos, mas com intensidades mais altas. O segundo grupo é o T, formado por cerca de 15 animais que ainda vão passar por um treinamento físico de 12 semanas antes de serem submetidos aos testes. Em outros grupos, serão testados animais com peso normal e com sobrepeso", diz.

Depois que os grupos forem submetidos a atividades semelhantes, será possível comparar a diferença dos efeitos dos exercícios aeróbicos nos animais sedentários e nos animais que já praticavam atividades físicas regulares. "Provavelmente, os ratos e camundongos treinados terão adaptações benéficas mais intensas à atividade física, apresentando melhor controle da frequência cardíaca e do fluxo sanguíneo. Seria um resultado ótimo, porque o sedentarismo é um grande fator de risco para a hipertensão, especialmente se associado ao sobrepeso. Se mostrarmos que sessões de exercício de duração mais curta, ou de séries fracionadas, promovem as mesmas adaptações que sessões de treinamento mais longas, isso poderá se tornar mais atraente e viável à população", conclui o professor, que inaugura com o projeto a linha de pesquisa experimental em controle cardiovascular e exercícios na UFF.

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