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Publicado em: 27/03/2008
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Depressão pós-parto aumenta risco de desmame precoce

Roni Filgueiras

Vinicius Zepeda

 

  Helena Hasselmann:
  cuidados no puerpério


O projeto “O impacto da violência familiar, dos cuidados maternos com a criança e do apoio social no crescimento infantil: um estudo de coorte”, da nutricionista e professora Maria Helena Hasselmann, do Instituto de Nutrição da Uerj, trabalha uma realidade complexa e que ainda carece de políticas públicas eficazes. Com apoio da FAPERJ e do CNPq, em parceria com Instituto de Medicina Social/Uerj e Gerência do Programa da Criança da Secretaria municipal de Saúde, a pesquisa, que está em fase de coleta de dados (trabalho de campo), investiga o papel desempenhado pela violência familiar, pelos cuidados maternos com a criança e pelo apoio social no processo de determinação do crescimento infantil.

De acordo com a professora, esta investigação é um desdobramento de seu trabalho de doutorado sobre a relação entre violência familiar e ocorrência de desnutrição aguda e grave em crianças de 2 anos. Um dos mais impactantes resultados dessa pesquisa mostra que menores que vivem com pais agressivos têm três vezes mais chances de desenvolver desnutrição em relação àquelas que moram em famílias cujos pais não praticam tais atos, independente das condições ambientais de moradia, da escolaridade e do alcoolismo na família, por exemplo.

“Ainda que estes achados já apontem para a importância das relações familiares na determinação da desnutrição na infância, há ainda muitas questões a serem esclarecidas sobre como a agressão física entre os pais poderia influenciar a ocorrência de desnutrição infantil”, questiona-se Maria Helena antes de acrescentar que se supõe que estes nexos estariam relacionados a aspectos mais qualitativos do ambiente familiar. “Como os cuidados com a criança estariam implicados nesta determinação? Existiria um possível papel desempenhado pela depressão materna? Qual o efeito da rede de relacionamentos sociais e do apoio social no crescimento infantil?”, indaga a pesquisadora, cujo projeto foi elaborado com a intenção de responder a essas e outras perguntas, por meio do acompanhamento do crescimento de cerca de 550 crianças durante o primeiro ano de vida. Os resultados principais deste estudo só serão divulgados provavelmente em fins de 2009, quando a fase de campo for concluída.

Divulgação/Ministério da Saúde 
    
A atriz Maria Paula participou da
campanha de amamentação 2004
 
No entanto, já existem resultados de subprojetos desenvolvidos com o intuito de obter informações relativas a temas correlatos. Um deles, em vias de publicação, se refere à relação entre sintomas de depressão pós-parto e risco de interrupção precoce do aleitamento materno exclusivo nos dois primeiros meses de vida, elaborado em parceria com Guilherme L. Werneck, do Instituto de Medicina Social da Uerj; e Cláudia Valéria Cardim da Silva, do Instituto de Nutrição da Uerj. Neste subprojeto, foram estudados 429 recém-nascidos com até 20 dias de idade acolhidos em hospitais e unidades básicas de saúde localizadas no município do Rio de Janeiro (Del Castilho, Praça da Bandeira, Engenho da Rainha e Engenho de Dentro), para a realização do teste do pezinho ou para receber a vacina BCG, entre junho de 2005 a dezembro de 2006.

Achados desta pesquisa revelam que mulheres com sintomas de depressão pós-parto apresentam maior risco de interrupção precoce do aleitamento materno exclusivo, tanto nos primeiros dias de vida do bebê, quanto nos dois meses seguintes. Destaca-se a contribuição desses resultados para a elaboração de ações de promoção de saúde, em relação à saúde mental materna no puerpério e também no que diz respeito ao incentivo e apoio à prática da amamentação exclusiva.

“Estudos mostram que no Brasil, apesar da tendência de melhoria, a prática do aleitamento permanece exclusiva em apenas 35% das crianças nos primeiros 4 meses de vida”, conta Maria Helena. A recomendação atual da Organização Mundial de Saúde (OMS) é de prática do aleitamento materno exclusivo até os 6 meses, complementado até os 2 anos de idade ou mais. “Adicionalmente, investigações apontam para prevalências da depressão pós-parto, que variam de 12% a 37%, no país”, diz a pesquisadora.

Maria Helena acrescenta que outros estudos focalizando os determinantes sociais do crescimento e das práticas alimentares infantis estão em andamento ou em planejamento. “Aqui deseja-se esclarecer como a violência entre os pais e a violência contra a criança; a rede e o apoio social; a coesão social; a depressão pós-parto e os transtornos mentais comuns agem nas práticas alimentares e no crescimento no primeiro ano de vida”, exemplifica a professora. “Outras possibilidades de investigação estariam relacionadas a outras possíveis conseqüências da violência familiar no estado nutricional, como por exemplo, na obesidade feminina e nos transtornos alimentares”.

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