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Publicado em: 19/07/2007
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Faetec apresenta caça-níqueis transformados em computadores

Vinicius Zepeda 

     
  O governador Sérgio Cabral (à esq.) e o secretário de C&T
   Alexandre Cardoso apresentam os novos computadores
 
O secretário estadual de Ciência e Tecnologia, Alexandre Cardoso, apresentou oficialmente na última segunda-feira, dia 16 de julho, os primeiros resultados de um programa que promete um salto de qualidade na educação e na inclusão digital no Estado do Rio de Janeiro. Em solenidade realizada na unidade de Quintino da Faetec (Fundação de Apoio à Escola Técnica), na Zona Norte, que contou com a presença do governador Sérgio Cabral, foram apresentados os dois protótipos de computador montados a partir de caça-níqueis apreendidos pela Polícia Federal para uso educacional no estado. O autor da idéia é o professor Fabiano Saldanha Gomes de Oliveira, coordenador do Instituto Superior de Tecnologia da Faetec.

Nas semanas que antecederam o anúncio, a notícia já havia despertado grande interesse pelo assunto na mídia, atraindo ainda a atenção de instituições públicas e de profissionais ligados ao setor de ciência e tecnologia de todo o país. Os computadores atenderão alunos da rede estadual em um projeto integrador que privilegia a inclusão digital no estado e reúne vários setores do governo e a FAPERJ. A Fundação, ao longo dos anos, vem apoiando as atividades da Faetec. O custo de transformação de cada máquina é de cerca de R$ 60 por unidade.

Segundo Alexandre Cardoso, do total de 10 mil máquinas apreendidas, 130 já convertidas serão disponibilizadas para uso nas escolas a partir do dia 4 de agosto. "Até o final do ano teremos um total de 2 mil máquinas disponíveis. É bom que os resultados das operações policiais se tornem uma contribuição para combater o crime e educar", comemorou o secretário estadual de C&T, que pretende fazer 20 conversões diárias dessas máquinas e planeja usá-las inicialmente no ensino técnico à distância, nos cursos de mecânica, eletricidade e manutenção de micros da Faetec.

O governador Sérgio Cabral destacou os bons resultados da iniciativa, que foi possível graças à parceria entre os governos federal e estadual, neste caso reunindo as secretarias estaduais de Ciência e Tecnologia e de Segurança Pública, que permitiu o concretização do projeto. "Não é apenas simbólico, é representativo transformar algo que ficaria obsoleto em um instrumento de inclusão. A Faetec Digital está ampliando e gerando capilaridade em vários bairros e outras cidades para ganhar a luta contra a má distribuição de renda, promover inclusão e cidadania", declarou.

O evento, animado pela banda do Centro de Educação Tecnológica Profissionalizante (Cetep), da Faetec de Quintino, contou com a presença dos secretários estaduais de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, e de Educação, Nelson Maculan; além do comandante-geral da PM, coronel Ubiratan Ângelo; do presidente da Faetec, Nelson Massini; do diretor do Instituto Superior de Tecnologia e Ciência da Computação do Rio de Janeiro (IST-RJ), Fernando Motta; e do superintendente da Receita Federal na 7 Região Fiscal (responsável pelos estados do Rio e Espírito Santo), César Augusto Barbieiro, e do diretor presidente da FAPERJ, Ruy Marques, entre outras autoridades.

Os caça-níqueis foram apreendidos durante as operações da Polícia Federal Ouro de Tolo, Gladiador e Tio Patinhas, entre outras. As máquinas estavam à espera de serem destruídas em um depósito em Bonsucesso, onde outras treze mil (três mil apreendidas no Espírito Santo e dez mil no Estado do Rio de Janeiro) encontram-se à disposição do estado para a transformação em computadores.

"Como são prova de crime porque foram importadas irregularmente, ou fruto de contrabando, a legislação manda destruí-las. Mas obtivemos autorização da justiça com o juiz da 4 Vara Federal Criminal, e administrativamente o processo está encerrado. É um esforço do secretário Alexandre Cardoso, e do secretário Beltrame, que contou com a sensibilidade da Receita Federal, no sentido de agilizar essa operação", explicou Barbieiro.

Professor do Instituto Superior de Tecnologia da Faetec sugeriu o reaproveitamento

    Vinicius Zepeda
         

      Autor da idéia, Fabiano 
     é coordenador da Faetec

O professor Fabiano Saldanha Gomes de Oliveira, coordenador do Instituto Superior de Tecnologia da Faetec é o autor da idéia, surgida há alguns meses. "Conversando sobre formas de conseguir recursos para equipamentos com o professor Nelson Massini, comentei que algumas dessas máquinas eram computadores inteiros; outras, parciais", conta o engenheiro eletrônico, que já trabalhou com reaproveitamento de equipamentos na PUC-Rio. Ele ressalta que a iniciativa, prática comum em outros países, é pioneira no Estado do Rio.

Segundo Fabiano, algumas das máquinas são equipadas com todos os componentes necessários ao funcionamento de um computador. "É só apagar os arquivos e programas referentes ao jogo, manter o hardware e fazer o reaproveitamento do material. As máquinas originalmente são compostas de uma placa-mãe; um processador Sempron 2,3 GHz e memória de 30 megabytes", explica.

A parte da máquina antes usada para colocar copos é retirada e um espaço para teclado e mouse é adaptado. Os novos computadores funcionam com o programa Linux e recebem um modem para permitir o acesso à Internet. "Mais adiante, elas poderão ter unidades de disquete e CD-ROM. Igualmente, poderão servir à Faetec Digital e ser usadas, por exemplo, para marcação de consultas da rede estadual de saúde, consultas ao banco de dados do Detran, além de fazer o que for preciso via Internet", explica Marcos Paulo Monteiro, vice-diretor do Instituto Superior de Tecnologia em Ciência da Computação do Rio de Janeiro (IST-RJ) da Faetec.

Monteiro diz que dois dias são suficientes para a transformação das máquinas. "A pintura dos gabinetes, com tinta automotiva, é o que toma mais tempo. Na verdade, essa máquina caça-níqueis já é um computador, apenas desviado de função. Com essa conversão, os estamos trazendo para a sua função original", resume. Se comparado aos computadores disponíveis para compra no comércio, elas seriam o equivalente de um Pentium 4. Assim, quando vierem a ser utilizados nas escolas, precisarão, basicamente, de um disco rígido (HD) maior. Tudo é feito no Instituto Superior de Tecnologia do Rio de Janeiro, na Faetec, na célula de computação. Ali, os próprios alunos transformarão as máquinas de acordo com seu nível técnico, ficando um grupo encarregado de analisar a máquina e outro de checar se há componentes com algum defeito eletrônico.

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