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Publicado em: 16/08/2002
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Estudo de proteínas contribuirá para a cura de doenças

Estudo de proteínas contribuirá para a cura de doenças

Primeira rede de proteômica do Brasil reúne cinco instituições do Rio de Janeiro

 

Em  um  futuro  não  muito distante,  doenças como adengue e a cólera e males como o excesso ou a dificuldade de coagulação san-güínea poderão ser prevenidos e combatidos com mais facilidade. Instituições de pesquisa do Rio de Janeiro estão desenvolvendo um trabalho pioneiro no Brasil, voltado para o estudo da estrutura e das funções de proteínas, uma das áreas mais promissoras da biotecnologia. Os laboratórios integram a Rede de Proteômica do Rio de Janeiro lan-çada, em novembro de 2001, pela Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ). Os resultados desse trabalho poderão subsidiar o desenvolvimento de novos fármacos, vacinas e diagnósticos, além de métodos para aumentar a produtividade na agricultura.

               

Funcionando como se fossem máquinas microscópicas, as proteínas exercem todas as funções que as células necessitam. O estudo do proteoma - conjunto de proteínas produzidas por uma célula -, conside-rado o passo seguinte à genômica, auxiliará os cientistas a compreenderem melhor uma série de questões sobre o mecanismo de manifes-tação de certas doenças e, con-seqüentemente, as substâncias que poderão ser utilizadas para sua prevenção e combate.

               

“Toda a ação biológica é comandada pelas proteínas. Conhecer a função das proteínas produzidas pelas células vai ajudar a entender as doenças assim como os processos de produção vegetal e animal. O desenvolvimento em biomedicina ganhará uma amplitude tremenda com esse tipo de estudo”, afirma o Professor Paulo Mascarello Bisch, vice-diretor do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e coordenador da Rede de Proteômica.

               

Os cientistas que participam do trabalho definiram quatro objetos de pesquisa para a primeira rede de proteômica do Brasil. Durante um período de aproximadamente 36 meses, eles utilizarão a proteômica como instrumento para estudar o vírus da dengue, o vibrião da cólera, toxinas animais e a ação da Gluconacetobacter diazotrophicus, bactéria fixadora de nitrogênio presente em culturas como a cana-de-açúcar. “O projeto da Gluconacetobacter dá continuidade ao Projeto Genoma do Rio de Janeiro. Os outros três foram definidos em fun-ção da experiência de trabalho dos grupos envol-vidos. São grupos que chegaram a um determinado ponto da pesqui-sa que, para dar continuidade ao trabalho, precisa-vam de uma no-va tecnologia”, explica o profes-sor Bisch.

               

A Rede Proteômica reúne 35 pesquisadores doutores de diferentes áreas, que formam uma equipe multidisciplinar. Cinco laboratórios de três instituições atuarão diretamente no fracionamento e na identificação das proteínas: Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho da UFRJ; Departamento de Bioquímica Médica, do Instituto de Ciências Biomédicas da UFRJ; Instituto de Química da UFRJ; Departamento de Fisiologia e Farmacodinâmica do Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz); e o Centro de Biociências e Biotecnologia da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf). Outras três unidades contribuirão dando um suporte fundamental às pesquisas: o Laboratório de Espectrometria de Massa do Departamento de Física da Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio); o Centro Nacional de Ressonância Magnética Nuclear de Macromoléculas da UFRJ; e a divisão de Agrobiologia da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

               

A FAPERJ repassou R$ 1 milhão à Rede de Proteômica em 2001. Com esses recursos foram adquiridos equipamentos, material de consumo e reagentes para os laboratórios e um espectrômetro de massa para o Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, que custa cerca de US$ 200 mil. Os cinco laboratórios serão equipados com a tecnologia de eletroforese de gel a duas dimensões, que é uma instrumentação básica para separar e identificar as proteínas. Até novembro deste ano, deverá ser liberado mais R$ 1 milhão para a compra de novos equipamentos e material de consumo. Além dos recursos, já foram concedidas duas bolsas de apoio técnico. Já foram solicitadas outras duas, de fixação. Em junho de 2002, os pesquisadores envolvidos já tinham participado do treinamento para utilizar os novos equipamentos e estavam realizando experiências-piloto iniciais para os projetos.

 

 

Um novo campo a ser explorado

 

Proteoma é o conjunto de proteínas produzidas por uma célula em de-terminadas condições fisiológicas. A proteômica se propõe a estudar e iden-tificar esse conjunto de proteínas e relacioná-lo com suas funções. A palavra proteômica começou a ser utilizada há menos de dez anos, quando constatou-se a possibilidade efetiva e expe-rimental de estudar um conjunto grande de proteínas.

 

Conheça os quatro objetos de pesquisa da Rede de Proteômica do Rio de Janeiro:

 

n Dengue - Os pesquisadores estão investigando quais as proteínas da célula humana envolvidas no combate ao vírus da dengue e tentando entender como estimular esse mecanismo de combate. As proteínas do vírus também serão estudadas. A expectativa dos cientistas é desenvolver métodos de prevenção e combate à doença.

 

n Cólera - Os pesquisadores vão estudar minuciosamente quais são as proteínas produzidas pelo vibrião da cólera. A proposta é entender esse organismo e, a partir disso, desenvolver algum meio para bloquear a sua ação. Já se sabe que há cepas da cólera que são muito infecciosas e outras que não são tão infecciosas. O objetivo é identificar, por com-paração das cepas, quais as proteínas mais importantes no pro-cesso de infecção.

 

n Toxinas animais - O objetivo é estudar o conjunto de proteínas que existe no veneno das cobras jararacas e tentar separar aquelas proteínas que estimulam e aumentam a reação do organismo do homem ou amenizam certas funções. A idéia é identificar qual substância do veneno tem ação coagulante e fabricar medicamentos para pessoas com trombose e excesso de coagulação sangüínea.

 

n Gluconacetobacter diazotrophicus - O intuito é descobrir quais proteínas estão relacionadas à capacidade da bactéria de fixar o nitrogênio, o que permite à plantação crescer mais rapidamente, diminuindo o uso de adubos e aumentando sua produtividade. A idéia é aplicar o resultado em outras culturas como trigo e milho.

 

Apoio FAPERJ

Modalidade: Auxílio à Pesquisa (APQ1)

Valor: R$ 1 milhão

Ano: 2001

 

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