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Publicado em: 27/08/2002 | Atualizado em: 01/04/2022
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Pesquisa testa eficácia do protetor solar

Pesquisa testa eficácia do protetor solar

A partir da década de 80, os protetores solares tornaram-se produtos indispensáveis. Principalmente na vida de pessoas que, embora conscientes dos malefícios provocados pelos raios solares, não abrem mão da praia, do esporte e do lazer que exigem exposição ao sol. Mas até que ponto o protetor solar é eficaz e preserva o usuário das radiações solares? Para responder a essa questão, uma equipe do Instituto de Química da UFRJ, coordenada pelo professor Gerardo Gerson Bezerra de Souza, vem desenvolvendo uma pesquisa que pretende traduzir, em termos moleculares, o funcionamento dos protetores. A pesquisa, apoiada pela FAPERJ, tem como objetivo identificar o papel dos agentes químicos que compõem os protetores no combate às radiações solares, em particular aos raios ultravioletas.

Segundo o professor, dois tipos de luz ultravioleta causam danos à saúde - o UVA e o UVB. Os raios UVB, que atingem a epiderme (camada externa da pele), são responsáveis por 80% dos danos provocados pelo sol. São eles que causam a sensação de ardência, queimaduras, podendo, inclusive, provocar câncer de pele. São os mais prejudiciais à saúde. Já os raios UVA atravessam facilmente a camada de ozônio, penetrando mais profundamente na pele. Estes são os que contribuem decisivamente para o bronzeamento da pele e, embora menos nocivos, também causam danos.

A eficiência na prova dos nove

Os protetores solares possuem dois tipos de agentes: os físicos e os químicos. Os primeiros bloqueiam a radiação ultravioleta, impedindo a passagem da luz. São em geral óxido de titânio e de zinco, usados sob a forma de uma pasta branca. Esses impedem danos à pele, pois refletem a luz bloqueando a absorção da radiação solar. Já os agentes químicos, fortemente presentes na composição de protetores solares, constituem-se no grande alvo da pesquisa. Eles absorvem os raios UVA e UVB de forma seletiva, resguardando a pele. Porém, segundo Gerardo de Souza, não é qualquer composto que absorve esses raios. Por isso os pesquisadores estão estudando vários tipos de compostos usados nos protetores. O objetivo é descobrir por que alguns agentes químicos funcionam bem como protetores solares e outros não. “Pretendemos determinar a eficiência em termos absolutos e estamos desenvolvendo métodos para fazer isso de forma rigorosa”, afirma.

No Laboratório de Impacto de Fótons e Elétrons do Instituto de Química, o professor e os alunos de graduação Roberto Castilho e Alexsandre Lago, que também integram a equipe, vêm estudando a interação da luz com alguns compostos utilizados nos protetores e conhecidos pela sua capacidade de absorção na região ultravioleta, como derivados da benzofenona e do ácido para-amino benzóico.

Radiação: efeito cumulativo

Mas ainda são escassas as informações sobre a relação entre as estruturas eletrônicas na composição dos protetores e a capacidade de absorção do ultravioleta solar. “Queremos obter dados físico-químicos de compostos usados na fórmula dos protetores para determinar a eficiência de absorção da luz ultravioleta”, explica o professor. O efeito da radiação é cumulativo. Por isso é necessário tomar precauções desde a infância. Além de causar danos à saúde, os raios ultravioletas aceleram o processo de envelhecimento. Segundo Gerardo de Souza, países situados em regiões equatoriais, como o Brasil, deveriam tratar a proteção solar como uma questão de saúde pública. As pessoas precisam ser conscientizadas em relação aos problemas e estimuladas a tomar medidas de prevenção. Mas além da ausência de uma política de saúde neste sentido, o preço dos protetores solares, cujos compostos são importados ou produzidos por empresas estrangeiras, os tornam inacessíveis à maioria da população. Na busca de solução para o impasse, o professor da UFRJ pretende, na segunda etapa de sua pesquisa, identificar e propor alternativas de compostos naturais que possam substituir os agentes químicos nos protetores solares. “Acredito na possibilidade de encontrarmos em plantas brasileiras compostos que possam ser usados como fotoprotetores naturais, assim como o urucum é utilizado como bronzeador natural”, conclui.

Trajetória do bronzeamento

Até o começo do século XX, quando os hábitos e costumes eram ditados pela Corte francesa, um dos símbolos da nobreza aristocrática era ter a pele branca como o leite, um privilégio das classes mais abastadas, que poderiam se dar ao luxo de ficar o dia todo na sombra. Diferentemente da classe trabalhadora que, por ficar exposta a radiações solares em virtude do trabalho ao ar livre, tinha a pele sempre queimada.

Por volta de 1930, a alvura perdeu o glamour. Exibir uma pele bronzeada passou, então, a ser fashion. Nos anos 60 e 70 o bronzeamento tornou-se uma espécie de febre. As mulheres faziam de tudo para ter a pele bronzeada, chegando a usar produtos caseiros à base de urucum. De uma simples novidade à incorporação de um padrão cultural, o bronzeamento tornou-se uma mania em vários países, assumindo uma conotação de saúde.

A despeito dos aspectos culturais, a partir da década de 80 os cientistas começaram a alertar para os males provenientes da exposição indevida ao sol, desmistificando o consenso popular de que pele bronzeada é indicador de saúde. O número crescente de problemas de pele decorrentes da excessiva exposição ao sol vem desencadeando inúmeras pesquisas sobre o tema.

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