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Publicado em: 27/08/2002 | Atualizado em: 01/04/2022
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Técnica de construção em 120 idiomas

Técnica de construção em 120 idiomas

A técnica brasileira causou surpresa e aplausos na sede da Unesco, em Paris. Foi desta forma que jornalistas de vários países relataram o impacto causado pela apresentação do método desenvolvido pelo Professor da COPPE, Francisco Casanova, para construção de casas populares. No final do ano de 99, diante de uma platéia de 1400 pessoas, o professor, único brasileiro selecionado entre os 400 inscritos para participar do evento, apresentou as aplicações do método denominado tijolo de solo estabilizado.

Trata-se de uma técnica que vem desenvolvendo há mais de cinco anos, através da aplicação de um método físico - químico de dosagem de solo e cimento, que barateia e agiliza a construção de moradias, podendo reduzir em até 300% o custo do metro quadrado em relação aos métodos convencionais. Animados com os primeiros resultados obtidos com a aplicação da técnica, na construção de casas em favelas e municípios da periferia do estado do Rio, membros da Diretoria da Unesco demonstraram interesse em transferir o know-how para outros países. Em março deste ano, uma matéria sobre o trabalho do professor da COPPE foi publicada na revista oficial da Unesco e traduzida em mais de 120 idiomas.

Ecologicamente correto

Inspirado nas possibilidades técnicas e econômicas de antigos métodos de construção, Casanova vem aperfeiçoando a técnica do solo estabilizado, que usa o próprio solo e resíduos industriais e minerários na confecção do tijolo. “Um dos fatores que garante a economia é o tempo. A obra é finalizada na metade do tempo requerido pela alvenaria convencional”, afirma o professor.

A mais recente experiência de aplicação desta técnica vem sendo realizada no município de Japeri. Lá, como em todas as comunidades carentes, as casas são erguidas em sistema de mutirão. O professor analisa o solo do local no laboratório de Geotecnia da COPPE, estipula a dosagem do cimento, que em geral varia entre 5 a 10%, e ensina aos integrantes da comunidade a transformar a “massa” em tijolo, compactando-a através de prensas manuais ou hidráulicas. Após serem retirados da prensa, os tijolos permanecem em ambiente úmido, sem vento e sem sol, durante uma semana. Além de minimizar os custos, a técnica é ambientalmente correta, já que dispensa a queima de carvão, uma prática comum às olarias convencionais. Ao final do processo, as peças são produzidas para serem simplesmente encaixadas umas nas outras, sem o uso de argamassa. Esta é outra vantagem do método, que economiza em material e não requer mão-de-obra especializada, tornando a construção mais ágil e barata. O trabalho vem sendo apoiado conjuntamente pela FAPERJ, CNPq, e FINEP (programa Habitare).

Prática e conhecimento

Alcançar o sonho da casa própria já seria um grande passo para milhões de pessoas que amargam um déficit habitacional em torno de 12 milhões de moradias. Mas as vantagens do sistema elaborado pelo professor não acabam aí. Nas comunidades carentes pelas quais vem passando, Casanova qualifica as pessoas que participam de suas aulas teóricas e práticas. Além disso, o professor da COPPE não abre mão de deixar para a comunidade uma fábrica de tijolos funcionando, com galpão, prensa e todos os ítens necessários para a reprodução da técnica. “Não adianta dar o peixe e não ensinar a pescar”, garante convicto o professor, que vem transformando sonhos em tijolos.

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