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Publicado em: 01/04/2005
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Tinta invisível desenvolvida na UFRJ entra na lista de inovações do Itamaraty

Vinicius Zepeda

A marcação de gado a ferro quente pode estar com os dias contados. Uma nova tecnologia desenvolvida pelo Laboratório de Química de UFRJ promete oferecer uma alternativa à queima do couro dos animais para identificação dos rebanhos. Trata-se de uma tinta invisível a olho nu, mas perfeitamente identificável com ajuda de um sensor infravermelho. O invento promete afetar diversos setores da sociedade. Uma das áreas para a qual a tinta deve se transformar em ferramenta obrigatória é a policial. Sua utilização deve ajudar as polícias na identificação de cargas roubadas e em casos de falsificações, por exemplo, de cédulas e obras de arte. O trabalho de pesquisa para chegar à tinta, desenvolvida pela equipe do professor de química Cláudio Cerqueira Lopes, contou com o apoio da FAPERJ.

O sucesso da tinta invisível - já patenteada pela UFRJ no Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI) - fez com que ela foss incluída entre as 54 inovações tecnológicas brasileiras que nos próximos meses deverão ser apresentadas pelo Itamaraty à comunidade internacional. As mais recentes novidades da tecnologia nacional, entre elas a tinta, estão numa agenda-calendário a ser distribuída pelo Departamento de Promoção Comercial do Ministério das Relações Exteriores a todas as embaixadas de países com os quais o Brasil mantém relações diplomáticas.

A “Agenda Itamaraty” lista inovações tecnológicas nas áreas de saúde, transporte, informática, biotecnologia e desenho industrial. Ao lado da tinta, foram listados produtos como água de coco em pó e pele artificial. As agendas, que fazem referência à tinta na página reservada ao mês de julho, serão entregues nas embaixadas do Brasil pelo mundo e distribuídas a empresários estrangeiros.

A descoberta da tinta aconteceu durante uma queda de luz acidental ocorrida quando Lopes e sua equipe realizavam uma pesquisa sobre um soro antiofídico mais resistente a altas temperaturas. Na época, um dos integrantes do grupo, o estudante Maicom Guerra, ao procurar um objeto no escuro com uma lâmpada ultravioleta, percebeu que a substância “3-aril cumarina” emitia um forte brilho. A partir daí, a equipe coordenada por Lopes passou a trabalhar no desenvolvimento de uma mistura de solventes – semelhante à usada em jatos de tinta – para solubilizar a substância e produzir uma tinta invisível.

De acordo com Lopes, a tinta invisível poderá ajudar no trabalho de preservação do patrimônio do país. Isso porque uma simples marca num determinado objeto bastará para que o mesmo seja detectado através do uso de luz ultravioleta. “A diretoria do Museu Nacional/UFRJ já solicitou que fizéssemos um projeto com o objetivo de marcar as obras raras do acervo da instituição”, conta Lopes. “Estamos conversando com a Casa da Moeda para firmar um convênio visando a marcação de notas. Já me reuni com a diretoria e a presidência da Casa e a equipe técnica deles já veio fazer três visitas ao meu laboratório”, completa. 

A tinta invisível, que tem como características o fato de ser incolor, inodora, de secagem rápida e não-tóxica, pode também ser utilizada para marcar animais em exposição ou mesmo substituir as marcas a ferro quente de animais sem causar danos à saúde. “Já fiz testes marcando a orelha de bois sem nenhum prejuízo à saúde do animal”, explica Lopes.

Uma das principais vantagens trazidas pela invenção da equipe de Cláudio Lopes é a economia que a tinta deverá trazer ao país, com a diminuição das importações de produtos similares. O pesquisador informa que, no exterior, algumas empresas já produzem produtos de características semelhantes. “As empresas, geralmente especializadas em segurança, condicionam a venda do produto à aquisição de um pacote de serviços que encarece a compra. Com o produto fabricado aqui, os custos seriam substancialmente reduzidos”, conclui Lopes.

A pesquisa já é assunto de tese de doutorado do aluno José Roque Carvalho, que contou com a ajuda dos estudantes Maicom Guerra e Gláucia Barbosa Alves. A coordenação da pesquisa foi dos professores Cláudio Cerqueira Lopes, Rosângela Sabbatini e Jair Nóbrega. O diploma, que pode servir para inspirar outras pesquisas no futuro, deverá merecer destaque na comunidade científica – e com uma tinta bem visível.

 

Mais informações:

A repercussão na mídia da invenção de Cláudio Cerqueira Lopes
http://inventabrasilnet.t5.com.br/tintainv.htm

 

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