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Publicado em: 19/07/2004
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Personagem

PERSONAGEM
De Vigário Geral a Harvard
Apoiado pela FAPERJ e pela Fundação Vitae desde os tempos de colégio, o bioquímico Wagner Seixas da Silva brilha aos 27 na cena científica internacional

Wagner entre seus orientandos Nattascha Kyaw e Reinaldo Sousa dos SantosHá dez anos, Wagner Seixas da Silva cursava o ensino médio na Escola Federal de Química. Aluno talentoso e esforçado, porém sem recursos para incrementar seus estudos, ele teve uma oportunidade que definiu um rumo certo para sua vida. Em janeiro de 1994, aos 17 anos, foi selecionado para participar dos três cursos de férias para estudantes secundaristas de baixa renda oferecidos pelo Departamento de Bioquímica da Universidade Federal do Rio de janeiro (UFRJ). Os temas eram contração muscular, respiração e reprodução.

Concebidos pelo professor Leopoldo de Meis, os cursos de férias foram patrocinados inicialmente pela Fundação Vitae e depois também pela FAPERJ. O objetivo dos cursos é engajar na carreira acadêmica estudantes de comunidades de baixa renda que demonstram talento e habilidade para a pesquisa científica. “O professor de Meis mostra um novo universo aos alunos, apresentando-os a diferentes pesquisas e técnicas e ensinando-os a formular e responder perguntas”, relata Wagner.

 

Foi nos laboratórios do Departamento de Bioquímica da UFRJ que Wagner, morador de Vigário Geral, descobriu na ciência uma grande paixão e sentiu que seu destino estava ali. E estava mesmo. Após os cursos de férias, candidatou-se e foi aprovado para participar efetivamente das pesquisas do departamento, já como bolsista da Fundação Vitae. Incorporado ao grupo do então doutorando Antonio Galina Filho, pôde aplicar na prática o que na escola aprendia em teoria. Wagner ajudava Galina na elaboração de sua tese e Galina o ajudava na escola.

 

A aposta em Wagner foi alta – o laboratório do professor Leopoldo de Meis pagou seus cursos de inglês e pré-vestibular. O investimento valeu a pena. Em 1997, ele ingressou na Faculdade de Biologia da UFRJ e, no ano 2000, já com três trabalhos publicados em periódicos internacionais, foi direto para o doutorado.

 

A FAPERJ também tem papel fundamental na vida acadêmica de Wagner, que tornou-se organizador dos cursos do Departamento de Bioquímica da UFRJ e já orientou três jovens de comunidades de baixa renda. Além disso, em 2003 o bioquímico foi agraciado pelo edital Bolsa Nota 10 da FAPERJ. “A Bolsa Nota 10 renovou meu gás para passar de dez a doze horas por dia no laboratório”, conta.

 

Seu próximo passo, após a defesa da tese de doutorado, em julho, é embarcar para Harvard, nos Estados Unidos, onde fará seu pós-doutorado, a partir de setembro. Sob a orientação do professor Antonio Carlos Bianco, Wagner investigará, ao longo de dois a três anos, o metabolismo do hormônio tireoidiano, responsável pela regulação da temperatura corporal e doenças como obesidade e diabetes, cada vez mais freqüentes no mundo moderno.

 

Com tantos méritos, o aluno-prodígio, hoje com 27 anos e dez trabalhos publicados, conquistou uma das sete bolsas da Pew Latin American Fellows Program – um dos mais disputados prêmios destinados a cientistas latino-americanos – e receberá, ao retornar de Harvard, US$ 35 mil para montar seu laboratório no Rio de Janeiro.

 

E o benefício deste prêmio não será só de Wagner. Uma da metas dele é continuar ajudando outros jovens a ter o mesmo que ele teve: a chance de descobrir que é possível fazer ciência no Brasil. “Os cursos de férias e a vivência de alunos de escolas públicas nas universidades são uma oportunidade de se tirar os jovens da rua, porque mesmo sendo bons alunos, convivem com colegas que usam drogas e outros problemas sociais, como gravidez prematura”, analisa.

 


Wagner Seixas da Silva conta sua história em texto e fotos (arquivo .doc)

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