O seu browser não suporta Javascript!
Você está em: Página Inicial > Entrevista/Wanderley de Souza
Publicado em: 16/07/2004
ATENÇÃO: Você está acessando o site antigo da FAPERJ, as informações contidas aqui podem estar desatualizadas. Acesse o novo site em www.faperj.br

Entrevista/Wanderley de Souza

ENTREVISTA / Wanderley de Souza

Casa em ordem e resgate da credibilidade
O secretário de C,T & I, Wanderley de Souza, fala sobre as metas do governo para o setor

 

Marina Lemle

 

Wanderley de SouzaPrimeiro, pôr a casa em ordem e, a seguir, apostar na C,T & I em benefício da sociedade fluminense e brasileira. Assim pensa o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Rio de Janeiro, Wanderley de Souza. O biofísico, que esteve à frente da Secretaria de 1999 a março de 2002 e retornou ao cargo no início deste ano, foi titular da Secretaria Executiva do Ministério da Ciência e Tecnologia no ano de 2003.

 

Nesta entrevista ao Jornal da FAPERJ, Wanderley de Souza explica as prioridades e metas do governo estadual na área de ciência, tecnologia e inovação.

 

Jornal da FAPERJ - Quais são as metas da política de ciência, tecnologia e inovação do Estado do Rio de Janeiro?

 

Wanderley de Souza – Primeiro, vamos reforçar a infra-estrutura de C&T do Rio de Janeiro. Isso é feito basicamente por meio da FAPERJ, que está priorizando essa linha. Retomamos o projeto do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (PADCT), iniciado em 2000, e esperamos a liberação, até agosto, de mais de R$ 10 milhões para equipamentos de grande porte, da microscopia eletrônica à espectroscopia de massas.

 

Jornal da FAPERJ – Qual é o mérito da FAPERJ na política de C,T&I do estado?

 

Wanderley de Souza – Permitir que pesquisadores realizem seu trabalho. O programa Cientistas do Nosso Estado, por exemplo, teve aumento do número de bolsas de 200 para 300. Tivemos também o Pronex (Pro-jetos de Apoio a Núcleos de Excelência) e o edital Pesquisa na Área Médica, além de programas voltados para jovens.

 

Jornal da FAPERJ – Quais são as  principais ações da Secretaria de C, T & I para a inclusão digital?

 

Wanderley de Souza – Vamos melhorar a infra-estrutura de redes no Rio de Janeiro fortalecendo a Rede Rio, uma rede de computação científica pioneira, e o programa Infovia RJ, capitaneado pelo Proderj, que dará condições para que a internet rápida chegue ao interior e ao maior número possível de instituições educacionais, sobretudo as da rede Faetec.

 

Jornal da FAPERJ – Existem programas específicos na área de educação?

 

Wanderley de Souza – Estamos investindo em educação a distância em diferentes pólos, reestruturando os que já existem e criando novos. Também estamos criando novos cursos. O objetivo é levar rapidamente cursos a distância para 20 mil alunos de graduação. Outro foco é fortalecer e definir melhor a competência científica das universidades estaduais.

 

Apostamos ainda na expansão da educação profissional. A meta é que a Faetec atinja 250 mil alunos em 2005. Já foram autorizadas pela governadora Rosinha 15 novas escolas.

 

Jornal da FAPERJ – Como a C&T fluminense impulsionará o desenvolvimento do estado e do país?

 

Wanderley de Souza – Estamos induzindo a criação de microempresas de base tec-nológica. Criamos parcerias com MCT, BNDES, Sebrae e Federação das Indústrias para melhorar a infra-estrutura de parques tecnológicos e incubadoras de empresas e criar novos, sobretudo no interior. Também queremos contribuir com as diferentes áreas do governo, como a segurança pública. Na agricultura apoiamos programas de fruticultura e de floricultura. E quero aplicar na produção os programas de biotecnologia da FAPERJ, Genoma e Proteoma, que ainda estão muito acadêmicos.

 

Jornal da FAPERJ – Quanto já se avançou nesse sentido?

 

Wanderley de Souza – Ainda estamos próximos do zero, mas vamos marcar de perto a área do desenvolvimento tecnológico, tanto nas ações da Secti como nas da FAPERJ/Secti. Ainda há um bloqueio do setor científico em relação ao setor ao empresarial.

 

Jornal da FAPERJ – Como o edital Rio Inovação pode contribuir?

 

Wanderley de Souza – Estamos apostando muito nesse edital. Tivemos boa resposta: foram mais de cem inscritos. Pela primeira vez, as avaliações não foram feitas só pela FAPERJ. Todos os secretários de Estado opinaram sobre os projetos ligados às suas áreas.

 

Jornal da FAPERJ – Qual é a sua opinião sobre a Lei de Inovação em tramitação no Congresso Nacional?

 

Wanderley de Souza – Empenhei-me  muito por essa lei quando estava no ministério. Ela regulamenta bem as relações entre universidades e iniciativa privada e permite a alocação de recursos governamentais diretamente em empresas. Também será necessária a criação de uma lei de inovação estadual, mas isso depende da definição da lei federal.

 

Jornal da FAPERJ – O que pode melhorar na Lei de Inovação?

 

Wanderley de Souza – A lei ainda não privilegia com clareza a indústria nacional. Gostaria de ver contemplada a regulamentação do poder de compra do estado. Não adianta estimular a inovação sem assegurar a compra do produto feito por uma microempresa. Sem isso, as multinacionais continuam ganhando as concorrências. Já avançamos criando o programa “O Rio compra no Rio”, que isenta de ICMS o produto comprado pelo estado. Na lei fluminense, quero aproveitar a capacidade de compra oficial para estimular a produção.

 

Jornal da FAPERJ – Quais são os seus planos para o segundo semestre?

 

Wanderley de Souza – A partir de julho, visitarei as instituições de pesquisa. Estamos estruturando duas grandes comissões para definir prioridades de desenvolvimento. O esforço culminará na primeira grande conferência estadual de C&T, preparatória para a conferência nacional de C&T, no segundo semestre de 2005. Quero os cientistas pensando o estado e também pensando o Brasil. Queremos promover parcerias entre secretarias e governadores, começando por São Paulo. Outra prioridade são as ciências do mar. Uma terceira linha é a área nuclear - somos o estado nuclear do Brasil. Queremos estimular a produção de radiofármacos e de substâncias para a agricultura.

 

Jornal da FAPERJ – O senhor poderia fazer um balanço do que foi feito na sua gestão?

 

Wanderley de Souza – Nesses primeiros seis meses, buscamos recuperar a cre-dibilidade do sistema estadual de C&T. Tudo que tínhamos feito antes desabou. A prioridade é pagar o devido. Apesar de 2003 ter sido muito difícil, avançamos com convênios entre o MCT e a FAPERJ. Vários editais foram lançados. Havia projetos de 2001 e 2002 não pagos ou suspensos. Em 2003, a FAPERJ liberou para os pesqui-sadores R$ 1,8 milhão em auxílios. Este ano fechamos junho com cerca de R$ 17 milhões pagos. Até setembro devemos ter pago em torno de R$ 25 milhões. Tenho certeza que o ano de 2004 será o melhor da história da FAPERJ, melhor que 2001, que era referência. Temos apoio integral da governadora. Em 2005 poderemos fazer uma fazer uma política voltada para novidades.

[Voltar ao índice]

Compartilhar: Compartilhar no FaceBook Tweetar Email
  FAPERJ - Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro
Av. Erasmo Braga 118 - 6º andar - Centro - Rio de Janeiro - RJ - Cep: 20.020-000 - Tel: (21) 2333-2000 - Fax: (21) 2332-6611

Página Inicial | Mapa do site | Central de Atendimento | Créditos | Dúvidas frequentes