Ao contrário do que afirma Guilherme Arantes na canção Planeta Água, as águas nem sempre voltam humildes pro fundo da terra nem dormem tranqüilas no leito dos lagos. A realidade imposta pela poluição dos rios e pelo mau uso deste recurso natural tem provocado uma crescente preocupação mundial e exigido uma nova consciência da população. Os recursos hídricos no Rio de Janeiro não fogem a essa regra e mereceram hoje, 6 de junho, atenção especial de cerca de 180 pessoas, entre governo, autoridades, empresários, especialistas, pesquisadores e técnicos, que participaram do Seminário Tecnologia da Água, no Hotel Novo Mundo, na Praia do Flamengo.
Com a iniciativa, o Rio de Janeiro sai na frente no lançamento de um projeto-piloto de gestão hidrográfica e na apresentação das ações relativas ao uso racional das águas. Na abertura do encontro, foi assinado um protocolo de cooperação entre o governo do Estado, a FAPERJ e a Agência Nacional de Águas (ANA). Com a liberação de 250 mil reais da FAPERJ e de 500 mil reais da ANA, a Fundação Superintendência Estadual de Rios e Lagoas (SERLA) ficará responsável pela execução do programa de pesquisa e capacitação profissional em gestão de recursos hídricos e na implementação de instrumentos de gestão de bacias no Rio Paraíba do Sul, que abastece 80% da população fluminense e é responsável por 20% da produção de energia hidrelétrica.
Na ocasião, a Ministra de Meio Ambiente, Marina Silva, deu posse à nova diretoria do Comitê para Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul (Ceivap). A escolha da região, de 57 mil Km2, foi motivada por seu contingente populacional – cerca de 5 milhões de habitantes – e pela participação econômica de sua indústria – responsável por 12% do PIB brasileiro.
Apesar de sua importância, o entorno do Paraíba do Sul enfrenta sérios problemas de escassez de água, provocada pela degradação ambiental, poluição dos esgotos urbanos e industriais e exploração de areia. Para reverter a situação, a estratégia prevê normas para regulamentação do direito de uso, cobrança e fiscalização desses recursos, e um levantamento de dados para a constituição de um cadastro único de usuários de água na Bacia.
O seminário foi marcado ainda pelo lançamento do Instituto Virtual da Água (IAGUA), uma rede de pesquisa que objetiva apoiar e induzir a cooperação científica a partir de núcleos de excelência já existentes. O IAGUA reunirá pesquisadores e cientistas do estado, caracterizados pela alta qualificação, criatividade, variedade disciplinar e institucional, inserção internacional e competência para gerar resultados.
Atentos aos problemas da água no estado, também estiveram presentes no seminário a governadora do Rio de Janeiro, Rosinha Garotinho; o presidente da ANA, Jerson Kelman; o presidente da Eletrobrás, Luis Pinguelli Rosa; o Secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, Fernando Peregrino; o presidente da FAPERJ, Epitácio Brunet; o vice-governador e Secretário estadual de Meio Ambiente, Luis Paulo Conde e o presidente da Firjan (Federação das industrias do Rio de Janeiro), Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, entre outros.
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