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Publicado em: 07/10/2004
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Rede Proteômica faz balanço dos trabalhos e discute rumos para 2005

Em reunião realizada na terça-feira, 5 de outubro, dez pesquisadores ligados à Rede Proteômica do Rio de Janeiro, da FAPERJ, reuniram-se na Fundação com o diretor-científico Jerson Lima para fazer um balanço das atividades da Rede no ano de 2004 e discutir prioridades para 2005. Estas realizações e metas deverão ser apresentadas ao Conselho Superior e ao presidente da FAPERJ, Pedricto Rocha Filho, em 17 de dezembro.

Ao abrir a reunião, o coordenador da Rede, Paulo Mascarenhas Bisch, do Instituto de Biofísica da UFRJ, lembrou que a proteômica ocupa uma posição central no pós-genoma, já que, uma vez feito o seqüenciamento dos genomas, é preciso estudar sua função biológica. “A proteômica é muito mais complexa do que a genômica, porque ela lida com as proteínas em cada etapa da vida da célula e analisa a expressão do conjunto de proteínas”, explica. Para isso, acrescenta o biofísico, os cientistas contam com novas técnicas e equipamentos que identificam proteínas, ajudam a determinar suas funções e informam sobre as interações entre elas, além de dados de grande relevância para o avanço das ciências biológicas e da medicina.

De acordo com Bisch, a estratégia de se montar uma rede foi um tremendo sucesso. “Estamos conseguindo trabalhar em grupos que se ocupam de diferentes tarefas, com uma boa divisão. Minha avaliação é positiva”, concluiu.

 

A Rede Proteômica é formada, por enquanto, por cinco grupos da UFRJ - dos departamentos de Bioquímica, Bioquímica Médica, Biofísica e Genética e do Centro Nacional de Ressonância Magnética Nuclear –, e grupos dos departamentos de Biologia Celular e Genética da Uerj, Fisiologia e Farmacodinâmica da Fiocruz, Física da PUC-Rio, Embrapa/ Agrobiologia e da Uenf. Os equipamentos, como sistemas de eletroforese, espectometria de massa, scanners para análise de imagens e aparelhos para a purificação de proteínas, são adquiridos com investimentos da FAPERJ e dos próprios institutos, e seu uso é compartilhado pelos pesquisadores da rede nos diferentes projetos.

Rede tem quatro grandes projetos em andamento

No momento, a Rede Proteômica dedica-se a quatro projetos de grande interesse nacional, e dois novos já foram propostos pela Uerj. Segundo Bisch, a rede também vem promovendo cursos, simpósios e participações em congressos, além de se articular com o programa Proteoma Nacional e vislumbrar sua participação na futura Latin American Human Proteomics, uma organização a nascer da internacional Human Proteome Organization (Hupo).

 

Em seguimento ao trabalho do Programa Genoma (Rio Gene), que está terminando o mapeamento do genoma da bactéria Gluconacetobacter diazotrophicus, a Rede Proteômica tem como um dos seus principais projetos o estudo do proteoma desta bactéria, que se caracteriza pela capacidade de retirar o nitrogênio do ar e transferi-lo para as plantas, agindo como um fertilizante natural em culturas como a da cana-de-açúcar. O estudo enfoca a curva de crescimento da bactéria, com a separação das proteínas em duas fases de crescimento e duas condições – com ou sem a fixação de nitrogênio.

 

O biotipo El Tor e a linhagem Amazonia do Vibrio cholerae, responsáveis pela epidemia de cólera na América Latina na década de 1990, são o foco de um estudo que está resultando num mapa de referência do proteoma deste organismo. O mapa, que já conta com 94 proteínas identificadas, foi apresentado pela professora Ana Coelho, do Departamento de Genética da UFRJ.

 

Outra iniciativa da Rede Proteômica reúne grupos da Fiocruz, Uenf e UFRJ, além da colaboração do Instituto Butantan, no estudo do veneno de serpentes e seus inibidores naturais. Apresentado por Richard Hemmi Valente, do Departamento de Fisiologia e Farmacodinâmica da Fiocruz, o trabalho tem como objetivo contribuir para o desenvolvimento de terapias mais eficazes contra envenenamentos.

 

A dengue é o tema do quarto projeto da Rede, que conta com a participação de grupos da UFRJ e da Fiocruz e a colaboração do Laboratório Nacional de Luz Síncontron (LNLS), de Campinas, além dos grupos ligados ao Instituto Virtual da Dengue, da FAPERJ. Os pesquisadores fazem a análises proteômicas comparativas do plasma de pacientes infectados por dengue grave na última epidemia com o plasma de pacientes saudáveis. O projeto foi descrito por Ana G. C. Neves Ferreira, do Departamento de Fisiologia e Farmacodinâmica da Fiocruz, que também apresentou toda a linha de pesquisas proteômicas realizadas no seu instituto.

Pesquisadores relatam pesquisas de seus laboratórios

Na reunião, cada pesquisador apresentou o estado da arte das pesquisas desenvolvidas em seus laboratórios, muitas em parceria com outras instituições ligadas à Rede. Os relatos serviram para o conhecimento mútuo das pesquisas e para o incentivo à formação de novas parcerias.

 

Enio Frota da Silveira, do Departamento de Física da PUC-Rio, descreveu o trabalho do Grupo de Apoio em Espectometria de Massa, que oferece treinamentos sobre o uso de equipamentos de ponta a pesquisadores de outras unidades da Rede.

 

Ana Paula Valente, do Departamento de Bioquímica da UFRJ, apresentou seu estudo de proteínas por Ressonância Magnética Nuclear. Gilberto Domont, do Instituto de Química da UFRJ, destacou estudos da universidade a respeito da Gluconacetobacter diazotrophicus, fungos e leveduras, virologia da dengue, venenos, Sepse, câncer (em particular o Linfoma de Hodking), proteínas do camarão e investigação de paternidade por espectrometria de massa. Domont foi indicado para suceder Paulo Bisch na coordenação da Rede Proteômica na gestão de 2005.

 

Também estiveram presentes à reunião os professores Leila Maria Lopes Bezerra, do Departamento de Biologia Celular e Genética da Uerj; Kátia Teixeira, da Embrapa/Agrobiologia; e Marta Sampaio de Freitas, do Departamento de Farmacologia da Uerj.

 

Numa rápida participação na reunião, o presidente da FAPERJ, Pedricto Rocha Filho,

pediu aos pesquisadores que fizessem uma apresentação sobre o estágio atual dos trabalhos da rede e uma projeção de orçamento para 2005. Rocha Filho aproveitou a ocasião para mencionar seu interesse em promover, na comunidade científica, a discussão sobre o pensamento estratégico a respeito da alocação de recursos para pesquisa.

 

O diretor-científico Jerson Lima orientou os pesquisadores sobre como fazer o orçamento para 2005 e os incentivou a se articularem para participar de uma reunião sobre estudos em genoma e proteoma, que deve acontecer no final de outubro na Academia Brasileira de Ciências.

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