O seu browser não suporta Javascript!
Você está em: Página Inicial > Comunicação > Bolsista da FAPERJ divulga cultura indígena nas escolas do Rio
Publicado em: 27/08/2002 | Atualizado em: 01/04/2022
ATENÇÃO: Você está acessando o site antigo da FAPERJ, as informações contidas aqui podem estar desatualizadas. Acesse o novo site em www.faperj.br

Bolsista da FAPERJ divulga cultura indígena nas escolas do Rio

Bolsista da FAPERJ divulga cultura indígena nas escolas do Rio  

Werá D’Jekupé é um índio guarani, de 30 anos de idade, da Aldeia Tekoa Porã, localizada ao norte do Espírito Santo, próximo à Aracruz. Há oito anos Werá divulga no Rio de Janeiro a cultura indígena em escolas da zona sul, como arte-educador do Museu do Índio, da Funai. Às crianças ele apresenta cantos e danças tradicionais guaranis, narra contos e mitos, realiza oficina de cerâmica, pintura corporal e dá noções da língua guarani. Usando cocar, adereços e pintura que identifica um guarani, Werá D’Jekupé (que significa raio guerreio) enfatiza que é preciso mostrar às crianças que “índio é uma pessoa real e não um não-cidadão comparável aos animais”, numa alusão ao lamentável e inesquecível episódio ocorrido em Brasília, onde três adolescentes queimaram um índio num banco de praça.

           

Há três meses Werá  é bolsista da FAPERJ. Ele integra  a equipe do projeto Em Busca da Terra sem Males: Culturas Guaranis  do Estado do Rio de Janeiro (Aldeias de Bracuí, Parati-Mirim e Araponga), coordenado pela Dra. Dinah Guimarães, antropóloga do Museu Nacional, e pela diretora do Solar Grandjean de Montigny da PUC-Rio, Piedade Epstein Grinberg, mestre em História da  Arte. Trata-se de um projeto de pesquisa aplicada que visa investigar, resgatar e divulgar a memória viva, a tradição oral, o cotidiano, a visão de mundo e o deslocamento histórico-geográgico das culturas guaranis da América do Sul e do Brasil. O projeto, que prioriza as tribos localizadas nas aldeias de Bracuí, Parati-Mirim e Araponga, no estado do Rio de Janeiro, conta ainda com a parceria do Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), que cedeu espaço para a realização de eventos para comemorar os 500 anos do descobrimento do Brasil. Na data foram realizadas exposições, oficinas de arte-educação indígena, além de feira de artesanato e de ervas medicinais.

           

Brasil: Há 500 anos, 6 milhões de índios, hoje apenas 300 mil

Werá D’Jekupé também participa da confecção do Mapa das Culturas Guaranis do Estado do Rio. Além de localizar as aldeias, o mapa revela mitos de origem, lendas e contos; fala do modo de vida dos índios, de suas festas e rituais e mostra imagens das coleções do MNBA sobre as culturas indígenas brasileiras. O Mapa vai incluir um CD ROM de Arte-Educação, com o design do artista Gustavo Braga.

 

Há 500 anos, quando os primeiros europeus chegaram ao Brasil, havia no país cerca de 6 milhões de índios. Atualmente eles são 300 mil, o que representa menos de 0,25% da população brasileira. Desses, 5 mil são índios guaranis, com aldeias localizadas no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santos, de onde vem Werá D’Jerkupé. Para o índio bolsista, sua aldeia é um exemplo de TERRA SEM MALES, onde guaranis convivem em paz e harmonia com os tupiniquins, que já habitavam a região antes da chegada dos seus ancestrais. Ele tem esperança de que a TERRA SEM MALES amplie suas fronteiras, ou melhor, que não hajam fronteiras nesta terra que reúne seres humanos totalmente distintos na maneira de ser e de viver.

Compartilhar: Compartilhar no FaceBook Tweetar Email
  FAPERJ - Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro
Av. Erasmo Braga 118 - 6º andar - Centro - Rio de Janeiro - RJ - Cep: 20.020-000 - Tel: (21) 2333-2000 - Fax: (21) 2332-6611

Página Inicial | Mapa do site | Central de Atendimento | Créditos | Dúvidas frequentes