FAPERJ apóia projeto de trem que levita sobre trilhos
Um trem que levita a uma velocidade de 400 quilômetros por hora. Parece mágica mas é tecnologia, inteiramente nacional, que há dois anos vem sendo desenvolvida no Laboratório de Aplicações de Supercondutores (LASUP) da Escola de Engenharia e da COPPE/UFRJ. A tecnologia é baseada na formação de um campo magnético de repulsão entre os trilhos e módulos de levitação (pastilhas supercondutoras que substituem as rodas e são compostas de ítrio, bário e cobre). Para criar este campo magnético, que é o que faz o trem deslizar no ar, os cientistas resfriam os supercondutores a uma temperatura negativa de 196° C, utilizando nitrogênio líquido.
O trem que levita sobre trilhos é um projeto coordenado por três professores da UFRJ: Richard Stephan, da COPPE, Rubens de Andrade Junior, da Escola de Engenharia, e Roberto Nicolsky, do Instituto de Física. A pesquisa, cuja primeira etapa já gerou 26 publicações em revistas internacionais, contou com o investimento de R$ 40 mil da FAPERJ e R$ 10 mil da Fundação José Bonifácio, da UFRJ.
A inovação é uma das principais características deste projeto, que tem se destacado pela busca de vantagens competitivas que viabilizem a construção do trem brasileiro. O nitrogênio líquido, por exemplo, é um combustível que custa menos de R$ 0,30 e não polui o ambiente. A ferrita, utilizada na composição do ímã, é produzida em escala industrial no Brasil e custa 10 vezes menos do que os ímãs compostos de terras raras.
Próximo percurso
O resultado da primeira fase da pesquisa será apresentado, de 7 a 10 de junho, durante a Conferência Internacional 16th MAGLEV `2000, no Hotel Softel - Rio, na Avenida Atlântica. Após a conferência será promovida uma exposição de protótipos de métodos de levitação desenvolvidos em vários países, em plena praia de Copacabana.
No final de junho, os pesquisadores pretendem concluir o projeto testando o modelo em um trilho de sete metros de extensão. O objetivo é avaliar o princípio de levitação em relação ao equilíbrio mecânico e à carga que o trem poderá suportar. Os pesquisadores estimam que no período de dois anos esteja concluída a construção de um carro e um trilho em escala real. Ao final desta etapa o projeto estará pronto para ser executado por uma empresa privada. Algumas, antecipadamente, já fizeram contato. Uma delas, a empresa WEG, uma das maiores do mundo no setor, demonstrou interesse em desenvolver o motor. A INB (Indústrias Nucleares do Brasil) também sinalizou interesse em contribuir na fabricação do ímã.
Desenvolver uma tecnologia eficiente e viável para ser implantada no Brasil é o principal desafio da equipe deste projeto que reúne mais de 30 pesquisadores. São 18 professores da UFRJ, dois da UFF, quatro da USP e três da Alemanha, cinco doutorandos da UFRJ, além dos alunos de mestrado e de graduação.
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