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Publicado em: 27/08/2002 | Atualizado em: 01/04/2022
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Biologia contra o câncer

Biologia contra o câncer

Várias doenças, como o lúpus, a artrite reumatóide e as células tumorais liberam DNA para a circulação sangüínea. Denominado circulante, este DNA apresenta as mesmas alterações encontradas em tecidos tumorais e pode constituir um novo mecanismo de metástase. A afirmação é da médica Maria da Glória da Costa Carvalho, doutora em Biologia Molecular, e responsável pelo Laboratório de Controle da Expressão Gênica, do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, da UFRJ, onde é professora da Pós-Graduação. Sua equipe é a única no Brasil a estudar o DNA circulante.

Segundo Maria da Glória, ao contrário do pensavam os cientistas, a pesquisa vem revelando que a metástase não se constitui apenas pela célula tumoral, mas também pelo DNA em circulação. “Esse tipo de metástase chama-se genometástase e seu mecanismo torna o câncer uma doença ainda mais complexa, tanto para ser estudada, como também para o estabelecimento de um tratamento”, explica.

Para a professora, a dificuldade é que no Brasil ainda não se realizam, em escala comercial, testes moleculares que detectam esse tipo de metástase, o que permitiria ao médico interferir na doença com muita antecedência. “Conhecendo as alterações moleculares de seu paciente seria possível fazer uma terapia direcionada, específica para aquela pessoa, porque cada tumor tem a sua impressão digital; é único”, observa Maria da Glória.


HPV: associado a 98% dos casos de câncer de útero

Os pesquisadores do Laboratório de Controle da Expressão Gênica também vêm estudando a incidência do vírus HPV - Vírus do Papiloma Humano - em pacientes com câncer de esôfago, de vulva e de colo de útero. Nesse caso, os pesquisadores não verificam apenas o tipo do vírus, mas também se ele está ou não integrado ao genoma, uma vez que em 98% dos casos de câncer de colo de útero o HPV está associado ao câncer.

A professora Maria da Glória explica que há um grupo do HPV de alto risco e outro de baixo risco: “O grupo de alto risco pode se integrar ou não ao genoma humano, mas quando se integra, ocorre uma transformação celular - o câncer. Isso acontece em torno de 20% dos casos.”

O teste de HPV comercial, de rotina, é muito limitado, pois só detecta 13 tipos de vírus de alto risco e cinco de baixo risco. Mas a professora Maria da Glória chama a atenção para a existência de mais de 120 tipos de HPV. Esses tipos podem ser detectados pelo PCR - subtipagem por enzimas de restrição, que é uma das linhas de pesquisa do laboratório, que estuda também a integração do vírus, que os testes comerciais não detectam. Segundo a doutora em biologia, o HPV é um vírus e seu genoma é um genoma de DNA circular. Ele se replica (multiplica) com certa autonomia. Então, por fatores ambientais ou genéticos, este gene, que é circular, pode ser linearizado e se associar ao genoma da pessoa. Quando isso acontece, ele gera uma instabilidade genômica, que pode levar à transformação da célula e, conseqüentemente, ao câncer.

“Nem todo vírus de alto risco vai se integrar. Mas ao se detectar a integração do HPV, a paciente pode ser submetida a tratamentos antes do surgimento do câncer. Um grande avanço para a medicina seria o desenvolvimento, no Brasil, de kits que permitam realizar esses testes em larga escala, pois para o médico o importante é saber se o vírus se integrou, uma vez que este fator é que leva ao câncer”, sugere a pesquisadora.

Por enquanto, esses testes são realizados, em nível experimental, no Laboratório de Controle da Expressão Gênica, por médicos que estão fazendo tese de doutorado em Biologia Molecular e que vêm acompanhando casos de progressão tumoral em seus pacientes.

O HPV - Vírus do Papiloma Humano - é uma doença sexualmente transmissível que pode e deve ser prevenida. A fórmula é bastante conhecida, igual à que previne o vírus da AIDS: parceiro único e uso de preservativos.

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