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Publicado em: 26/08/2002 | Atualizado em: 29/03/2022
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UERJ desenvolve vacina contra a diarréia

UERJ desenvolve vacina contra a diarréia

A diarréia continua sendo uma das mais importantes causas de mortalidade infantil nos países em desenvolvimento. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) revelam que crianças com menos de 5 anos de idade apresentam uma média de dois a três episódios de diarréia anualmente, sendo que, nos dois primeiros anos de vida, são registrados 20 óbitos em cada mil casos da doença. Nos países desenvolvidos, o número de pessoas que contraem a diarréia, bem como os índices de mortalidade, vêm declinando, apesar de a doença persistir como uma importante causa de morbidade. Pesquisadores de vários países vêm dedicando-se ao estudo do tema para descobrir uma forma de acabar com o problema. O estudo poderá servir como subsídio para que seja desenvolvida uma vacina contra a diarréia.

No Brasil, existem dois grupos de pesquisadores, no Rio de Janeiro e em São Paulo, debruçados sobre a mais recente bactéria diarreiogênica descoberta: a Eschericia coli enteroagregativa (EAEC). Desde 1999, o grupo carioca, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), dedica-se a esta pesquisa,  que conta com o apoio da FAPERJ. Os pesquisadores estão tentando descobrir o que faz com que uma criança, que contraiu a EAEC desenvolva a doença, enquanto outras, também portadoras da mesma bactéria, não apresentem os sintomas da diarréia.

“Trata-se de uma bactéria muito perigosa, uma vez que a criança pode ficar até 14 dias com diarréia. Estamos fazendo testes para verificar se a bactéria EAEC encontrada nas crianças com a doença é igual a EAEC constatada em crianças que não apresentam os sintomas. Essa diferença é possível, visto que a bactéria é um grupo heterogêneo, apresentando variedades dentro de uma única espécie”, explica Ana Cláudia de Paula Rosa, doutoranda em Ciências Biológicas. Os pesquisadores já descobriram um fato em comum entre os dois grupos de crianças observados: ambos apresentam problemas de crescimento. “Isso se deve possivelmente ao fato de que a bactéria adere à parede do intestino de forma semelhante a “tijolos empilhados”, recobrindo todo o epitélio (espécie de epiderme) que envolve o aparelho intestinal, prejudicando assim a absorção de nutrientes”, diz.

O estudo ainda está em fase inicial. No momento, a equipe da Uerj analisa as diferenças que a EAEC podem apresentar em sua estrutura de aderência ao epitélio intestinal. “Qualquer bactéria para causar infecção tem que aderir e colonizar. Para isso possuem uma estrutura chamada fímbria. Já encontramos EAEC com e aparentemente sem fímbria. Também estamos verificando toxinas que podem ser liberadas por esta bactéria específica e a capacidade invasiva que essas amostras apresentam em contato com células humanas cultivadas in vitro”, explica.

Como se contrai a diarréia?

A falta de saneamento básico, qualidade da água e a manipulação inadequada de alimentos são as principais causas de transmissão da diarréia. Para evitar o problema é fundamental ingerir água filtrada ou fervida, lavar sempre as mãos ao utilizar o banheiro e antes de manusear alimentos, entre outros cuidados. A relação entre a doença e a pobreza é diretamente proporcional. Crianças bem nutridas e com boas condições de vida tendem a apresentar uma diarréia de evolução benigna e auto-limitada. Já as desnutridas, provenientes de áreas onde as condições de saneamento são precárias, tendem a apresentar diarréia com evolução mais desfavorável e um maior número de complicações. Como a doença pode levar à desidratação  do organismo, a criança deve ingerir muito líquido e soro caseiro, além de continuar ingerindo alimentos sólidos. Em alguns casos mais graves é necessária a reposição de fluidos por via intravenosa e o uso de antimicrobianos, conforme prescrição médica.

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