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Publicado em: 02/10/2014
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Para debater infância e juventude além dos muros da universidade

Vinicius Zepeda

Ronai Pires da Rocha

     Após o incêndio da boate  Kiss, a população da cidade gaúcha 
     de Santa Maria fez vigília pela vida dos atingidos pela tragédia   

  
A madrugada de 27 de janeiro de 2013 ficará, para sempre, guardada na memória de moradores e famílias da cidade Santa Maria (RS), local do incêndio na boate Kiss, que resultou na morte de 242 pessoas. A tragédia, amplamente divulgada pela imprensa nacional e internacional, motivou uma reação imediata do poder público que culminou com o fechamento de diversas casas de shows e boates que funcionavam sem o alvará ou as mínimas condições de segurança contra incêndio. Hoje, pouco mais de um ano e meio do acidente, o assunto caiu no esquecimento. Mas o que teria ficado, como lição, para os jovens dessa cidade do interior gaúcho? E ao retomarmos o acontecimento, o que o psicanalista Volnei Antonio Dassoler, membro do serviço de atenção psicossocial às vítimas do incêndio teria a falar sobre isso? As abalizadas considerações de Dassoler estão em entrevista concedida pelo psicanalista e publicada na quarta edição da revista eletrônica trimestral DESidades, que estará disponível para download em formato PDF na segunda semana de outubro. “Ele nos explica que mesmo os que não sofreram efeitos diretos da tragédia se modificaram. Os bares e boates se esvaziaram, enquanto as ruas e os calçadões se tornaram pontos de encontro deles, que buscam retomar seus vínculos e reconstruir expectativas de futuro”, destaca a psicóloga Lucia Rabello de Castro, pesquisadora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Cientista do Nosso Estado da FAPERJ.

Editora de DESidades, Lucia chama atenção para o fato de que a publicação, que completa um ano de existência no mês de dezembro, é uma iniciativa inédita no Brasil e na América Latina. Com versões em português e espanhol, a revista aceita artigos de diferentes áreas do saber relacionadas ao tema infância e adolescência, se propõe a ser uma plataforma de intercâmbio e colaboração de pesquisadores da região, além de servir igualmente como veículo de divulgação científica. “Isso significa que nos propomos a incentivar o debate sobre esse assunto de uma forma multidisciplinar e atingir não apenas nossos pares nas universidades e centros de pesquisa. Nossa intenção é que ela atinja também professores, médicos, agentes de saúde e demais profissionais que trabalham com crianças e jovens no cotidiano”, explica.

A psicóloga recorda que a ideia de criar a revista surgiu da demanda, recorrente, por parte grande imprensa, de especialistas para falar sobre o assunto. “Como pesquisadora do Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa e Intercâmbio para a Infância e Adolescência Contemporâneas [Nipiac], sediado no campus do Instituto de Psicologia da UFRJ, eu e meus colegas somos requisitados com frequência, recebendo ligações praticamente toda semana”, destaca Lucia.

Wiechert Visser 
     

 Migração de jovens índios equatorianos para
  as cidades tem acirrado conflitos urbanos         

DESidades é dividida em três seções: Temas em Destaque, Espaço Aberto e Informações Bibliográficas, além do editorial. “A primeira é composta de um ou dois artigos escritos por especialistas sobre temas do momento. Na segunda, um especialista é entrevistado sobre um assunto polêmico. E na terceira, além de uma ou duas resenhas críticas de uma publicação relacionada à temática, nós fazemos um trabalho inédito de levantamento bibliográfico das principais publicações latino-americanas”, detalha. “No número que será publicado neste início de outubro, além da entrevista com o psicanalista sobre como ficou a vida das famílias afetadas pelo incêndio, a edição traz, ainda, diversos artigos, por exemplo, sobre o que significa ser um jovem indígena na região de Sierra Central, no Equador, escrito por dois eminentes pesquisadores equatorianos; sobre a importância do trabalho na vida adulta, e uma resenha crítica sobre um livro que debate a adoção”, acrescenta.


A pesquisadora da UFRJ discorre, no editorial, sobre os temas retratados na edição de DESidades. “A experiência de ser jovem indígena no Equador está marcada pelas tensões entre o mundo comunal em que ele nasce e vive, e a crescente ‘descomunalização’ de sua experiência, frente ao processo de urbanização e migração deles para as cidades”, analisa Lucia. “Para os pesquisadores daquele país, estudos sobre o que jovens indígenas equatorianos fazem e como vivem no atual cenário político e social em transformação no Equador ainda são escassos, e sua ampliação depende do aprofundamento do processo democrático no local”, salienta. Já quando o assunto é a mercado de trabalho para jovens de classe média urbana no Brasil ou no Canadá, a perspectiva é outra.“Nesse caso, obter um trabalho possibilita reconhecimento, felicidade, autorrealização e ainda dá sentido e norteia as ações tanto dos brasileiros quanto dos canadenses”, complementa. “No mês em que se comemora o dia das crianças, uma iniciativa como DESidades só vem a somar para uma discussão mais aprofundada e menos superficial sobre a infância e juventude”, conclui.


Para mais informações acesse: http://desidades.ufrj.br 

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